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Energia Nuclear: Globo confirma posição deste Blog após quatro anos

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Desde 18/04/2011, reforçando o tema novamente em 1º/06/2011, o Blog Perspectiva Crítica criticou artigos publicados na grande mídia e em especial no Jornal O Globo que eram contrários à produção de energia nuclear no Brasil. Os artigos que escrevemos podem ser acessados pelos endereços eletrônicos https://perspectivacritica.com.br/politica-de-energia-nuclear-por-autonomia-brasileira-em-saude-tecnologia-e-tambem-em-energia/ e https://perspectivacritica.com.br/a-diferenca-entre-a-politica-nuclear-alema-e-a-brasileira/.

Observem um trecho que eu selecionei de um dos nossos artigos e veja a diferença da abordagem da questão pela edição do Globo no editorial intitulado “Desafios Energéticos reforçam opção nuclear” (publicado em 08/11/2015, pg. 14):

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“Hoje, 1º de junho de 2011, no Globo on line há o artigo intitulado “Usina nuclear: ‘Não é bom para a Alemanha, não é bom para o Brasil’, diz parlamentar alemã”.

O artigo traz uma interessante entrevista com a Deputada Alemã do Partido Verde Sylvia Kotting-Uhl que vale a pena conferir no endereço: https://oglobo.globo.com/economia/mat/2011/06/01/usina-nuclear-nao-bom-para-alemanha-nao-bom-para-brasil-diz-parlamentar-alema-924582507.asp.

Selecionei o seguinte trecho “a deputada alemã do Partido Verde Sylvia Kotting-Uhl diz que a decisão do governo de Berlim de fechar as usinas atômicas pode ter efeito também na exportação de tecnologia e de equipamento nuclear para o Brasil”. Em seguida ela afirma que o seguro-crédito da operação para construção de Angra 3 não ocorrerá mais e que se energia nuclear não é boa para a Alemanha, não é boa para o Brasil. Também diz que a Alemanha substituirá a energia nuclear pela eólica e solar.

Gente, antes de enaltecer a ousada decisão do Governo Alemão e adotar essa decisão para o Brasil, de forma automática e impensada, como nossa mídia e nossos cientistas e políticos (que gostam de aplausos no exterior) tanto se esforçam por fazer, quero tecer algumas considerações.” (trechos do artigo deste Blog intitulado “A diferença entre a política nuclear alemã e brasileira”.)

Bem, como soe ocorrer, nossos leitores têm noção do problema nuclear sob a perspectiva brasileira de forma organizada e coesa desde o ano de 2011. Mas quem lê o Globo, rsrsrs, estará verificando essa mesma postura de forma clara somente em 2015, em vista de um problema empírico que é o atual problema de secas sucessivas, exigências ambientais que limitam a produção de energia hidrelétrica; e com um minus em relação aos nossos artigos: o artigo do Globo não fala que a opção nuclear ainda dá vantagem de criarmos uma demanda mínima por produção de urânio enriquecido no Brasil.

Ter oito usinas nucleares, a despeito do que os mais xiitas verdes possam dizer, vai muito além do simples equilíbrio entre demanda e oferta de energia elétrica. Teremos submarino nuclear em 4 anos. Não podemos ficar dependentes da importação de urânio enriquecido do Canadá para mantê-lo funcionando. A criação de oito usinas nucleares cria uma demanda mínima para termos um ciclo produtivo mínimo sustentável de combustível para o submarino e nos independermos do fornecimento estrangeiro desse combustível nuclear. Mas você acha que o benefício para aí? Não.

Criando uma mínima estrutura produtiva de urânio enriquecido podemos entrar em um mercado internacional de bilhões de dólares anuais vendendo este produto de alta tecnologia. Além disso, independeríamos todo o sistema privado e público de saúde da importação de material radioativo para que os exames de tomografia computadorizada nõa sejam suspensos como já o foram, quando o Canadá suspendeu a exportação desse material para o Brasil. Milhares de brasileiros ficaram sem poder fazer exames pára dar início ou continuidade de tratamento. E, como se isso fosse pouco, ainda criamos a possibilidade e estrutura mínima para avanços no desenvolvimento de tecnologia nuclear a bem do interesse nacional em qualquer área em que ela seja aplicável, inclusive na agricultura, área em que já é utilizada em alguns países no mundo de forma insipiente.

Então, ficamos lisonjeados em perceber que nossos leitores desde 2011 sabem de tudo isso e que esta postura firme em prol da criação de um mínimo de estrutura produtiva de energia elétrica nuclear, mesmo sem mencionar as diversas outras vantagens que acompanham essa produção elétrica, seja agora defendida de forma clara pela edição do Jornal O Globo, em 2015.

Não é o primeiro tema e nem será o último que tomamos posturas sobre temas sensíveis e informamos com segurança, coesão informativa e com antecedência em relação à grande mídia. É claro que a mídia deve publicar de tudo. Mas as boas posturas a serem apresentadas pelo Editorial da grande mídia não deveria ficar ao sabor do empirismo ou da moda e calor de um determinado momento vivido em sociedade. Da mídia espera-se a publicação de fatos de forma isenta e do editorial, posturas claras e que se sustentem no tempo.

Nós do Blog Perspectiva Crítica fazemos nossa parte.

p.s. de 09/11/2015 – Título corrigido: termo “após dois anos” foi corrigido para “após quatro anos”.

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