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Que Brazil é esse? — parte 6

1783
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“Os brasileiros, até onde vai minha capacidade de julgamento,
 possuem somente uma pequena quantia daquelas qualidades que dão dignidade à humanidade.”

Charles Darwin,
cientista inglês.

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Charles Darwin teve uma experiência cultural terrível no Brasil. Antes de publicar sua teoria da seleção natural no livro “A Origem das Espécies” (de 1859), o cientista inglês veio ao Brasil no início de 1832, a bordo do navio HMS Beagle. Ele escreveu um diário detalhado de toda a viagem, O Diário do Beagle, que foi publicado em diversas versões diferentes, algumas inclusive distorcendo o texto, até que alguns pesquisadores, sobretudo seu bisneto, Richard Darwin Keynes, preparassem edições cuidadosas do texto original, isso somente a partir do final da década de 1970. De qualquer forma, o Brasil descrito por Darwin continua sendo um país péssimo.

Alguns comentaristas destacaram a influência da escravidão na visão de Darwin, mas suas críticas vão além desse aspecto. Ele diz sobre o povo brasileiro, em um trecho que inclui a citação principal em destaque, em julho de 1832:

“Foi asseverado com gravidade por brasileiros que a única falha que eles encontraram nas leis inglesas foi a de não poderem perceber que as pessoas ricas e respeitáveis tivessem qualquer vantagem sobre os miseráveis e pobres.

Os brasileiros, até onde vai minha capacidade de julgamento, possuem somente uma pequena quantia daquelas qualidades que dão dignidade à humanidade. Ignorantes, covardes e indolentes ao extremo; hospitaleiros e bem-humorados enquanto isso não lhes causar problemas; temperados, vingativos, mas não explosivos; satisfeitos com suas personalidades e seus hábitos, respondem a todos os comentários perguntando ‘porque não podemos fazer como fizeram nossos antepassados antes de nós’. Sua própria aparência delata a parca elevação de seu caráter. De vultos curtos, eles logo se tornam corpulentos e, possuindo seus rostos pouca expressividade, surgem metidos entre os ombros.” [1]

Pouco depois no texto, ele diz sobre os escravos:

“O estado da imensa população escrava deve interessar a qualquer um que entre nos Brasis. Passando pelas ruas é curioso observar-se as tribos que podem ser reconhecidas pelos diferentes ornatos entalhados na pele e pelas diversas expressões. Disso resulta a segurança do país. Os escravos têm de se comunicar, entre si, em português e conseqüentemente não ficam unidos. Não posso deixar de crer que serão eles um dia a dar as cartas. Opino baseado em seu número, em suas belas figuras atléticas (especialmente se contrastadas às dos brasileiros) que provam estarem eles em um clima favorável, e em ter visto com clareza que seus intelectos têm sido muito subestimados: são trabalhadores eficientes em todos os ofícios necessários. Se os negros libertos aumentarem em número (como hão de aumentar) e ficarem descontentes por não serem tratados como iguais pelos brancos, a época da libertação generalizada não estará muito distante. Acredito que os escravos sejam mais felizes do que esperavam ser ou do que as pessoas na Inglaterra pensam que eles sejam. Receio no entanto haver muitas e terríveis exceções. O principal traço de seu caráter parece ser um ânimo e uma alegria maravilhosos, uma boa natureza e um ‘coração firme’ misturados a um bom pouco de obstinácia. Espero que chegue o dia em que eles garantam seus próprios direitos e esqueçam-se de vingar o que se lhes fez.” [2]

Darwin interessou-se pelas belezas naturais do Brasil, sobretudo pelas florestas brasileiras, e, nesse sentido, os escravos eram compreendidos como uma espécie de força da natureza, como um animal de carga. Os escravos também faziam parte da cultura, mas, sendo considerados como propriedades, passavam a compor parte do cenário natural, sendo, desta forma, exaltados por Darwin. Ele execrou, no entanto, tudo o que dizia respeito à cultura brasileira, inclusive o Carnaval, considerado por Darwin um evento indigno. A cultura brasileira é considerada bárbara e seu povo, selvagem.

A visão do Brasil como um lugar selvagem já era antiga na época de Darwin e a sua novidade, talvez, foi a de retirar os escravos desse entendimento. No caso de Darwin, essa análise pode ser relacionada à oposição entre natureza e cultura, presente em diversos autores no pensamento do século XIX. Em muitos outros analistas, não há essa compreensão e a selvageria do Brasil é justificada principalmente pelos fatores naturais, sobretudo a presença de outras etnias, como os índios e os africanos, que seriam um fator de degenerescência. Segundo essas ideias, o Brasil não era selvagem porque tinha escravidão, mas ele tinha escravidão porque era selvagem. A visão racista dos estrangeiros encontrava um argumento, o da selvageria, para se explicar. Essa imagem e esse prejulgamento estão presentes até os dias atuais e as consequências da escravidão ainda não foram totalmente superadas, de modo que o escritor austríaco Stefan Zweig (ver seção correspondente) chega a considerar a escravidão como “o ponto nevrálgico do país.” [3]

Possivelmente, o primeiro a realizar, textualmente, uma análise mais profunda da selvageria do Brasil foi o autor francês Michel de Montaigne, em um de seus ensaios (de 1580), intitulado Dos Canibais [4]. Montaigne, através de relatos de diversos autores, apresenta aos leitores os povos do Novo Mundo, do recém-descoberto Brasil [5]. O francês enxerga certa nobreza nos novos povos [6], inclusive admitindo que os povos europeus os sobrepassavam “em toda espécie de barbárie [7]. No entanto, ele termina o ensaio ressaltando as diferenças culturais e declara, em tom zombeteiro: “o que há é que essa gente não usa calções” [8].

Não se pode deixar de notar que Montaigne é uma das raras exceções na época, uma vez que muitos cronistas europeus que descreveram as terras brasileiras (como Hans Staden, em 1557; André Thevet, em 1558; e Jean de Léry, em 1578 [9]) já haviam caracterizado alguns dos povos da região como primitivos, ameaçadores, violentos, canibais, sem fé, sem lei, sem religião, sem nenhuma civilidade, brutais, ferozes, e, sobretudo, selvagens.

O domínio português impediu uma divulgação maior de novos relatos sobre o Brasil [10] e restringiu todas as compreensões do Brasil à visão de mundo e à atuação portuguesa, que nem sempre apresentava as terras brasileiras de uma forma muito realista (ver seção sobre a declaração de Adriano Moreira). Outros relatos estrangeiros apareceram somente durante o século XIX, na época do processo brasileiro de independência, de maneira que, pouco tempo antes, o país havia sido reaberto para a visitação de indivíduos de outras nacionalidades, a partir da Abertura dos Portos às Nações Amigas, em 1808. Nesta época, a escravidão já era norma e a imagem da selvageria reaparece com força em visões racistas relativas aos índios, aos negros e aos mulatos. Maria Graham, uma autora britânica influente na época, publicou na Inglaterra, em 1824, o livro “Diário de uma viagem ao Brasil e de uma estada nesse país durante parte dos anos de 1821, 1822 e 1823” e assim ela descreve os povos indígenas do passado, generalizando: “(…) os selvagens do Brasil eram caçadores e canibais; eles vagavam, e eles faziam guerra por comida: poucas das tribos sabiam até mesmo do cultivo da mandioca, menos ainda adotaram qualquer tipo de vestimenta, salvo pintura e penas como ornamento.” [11]

Outros estudiosos importantes, como o prussiano Alexander von Humboldt – que influenciou bastante Darwin e inclusive estava sendo lido por ele durante a viagem de ida para o Brasil – e o inglês Robert Southey produziram trabalhos impressionantes sobre a geografia e a história do território brasileiro e de regiões próximas na primeira metade do século XIX. Infelizmente, eles também apresentaram regiões brasileiras como perigosas e inóspitas e os índios e negros como fugitivos, guerreiros e revoltosos. Várias das características do Brasil em geral, novamente, foram denominadas de selvagens.

Em relação à mistura de etnias, houve afirmações racistas de fato, como essa de um diplomata francês, o conde de Gobineau, em 1853: “Os brasileiros só têm em particular uma excessiva depravação. São todos mulatos, a ralé do gênero humano, com costumes condizentes” [12]. Ou essa do zoólogo suíço Louis Agassiz, em 1868: “Que qualquer um que duvide dos males da mistura de raças (…) que venha ao Brasil, pois não poderá negar a deterioração decorrente da amálgama das raças mais geral aqui do que em qualquer outro país do mundo” [13]. Tais ideias eram seguidas massivamente pelos brasileiros.

A Abolição da Escravidão (em 1888) não resolveu a questão, pois muitos no Brasil continuavam sendo racistas e acreditavam em um possível branqueamento da população através da exclusão das demais etnias da sociedade brasileira. Isso talvez não encontre amparo documental em discursos e livros, mas claramente fica demonstrado pela ausência de medidas efetivas para uma maior integração social do Brasil como um todo, o que veio a tornar o país uma das nações mais desiguais do mundo em termos de distribuição de renda.

Houve pensadores brasileiros que tiveram uma atuação importante no sentido de defender o legado dos povos do passado e de valorizar a cultura das outras etnias que estiveram presentes na história do Brasil [14]. Tal movimento veio a ganhar força, também em termos de atuação social e política, somente a partir da derrota do nazismo alemão, no final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Entretanto, a imagem do Brasil selvagem permanece, com variações e sutilezas, mas com a mesma intolerância. Em 1988, o filósofo francês Claude Lefort fez a seguinte declaração: “O Brasil não é uma ditadura, mas é um país onde se trata as necessidades de uma maneira selvagem.” [15]

A noção do Brasil selvagem é mais do que uma visão estrangeira porque já foi um argumento e um pretexto para justificar a invasão, a usurpação, a ideologização, o massacre, a submissão, a exploração, a tortura e a crueldade. Darwin fez, no século XIX, uma previsão de que os escravos viriam a tomar o poder, mas provavelmente não pensou que os fatores econômicos também tinham enorme importância para a construção de uma sociedade escravista.

A escravidão, atualmente traduzida como desigualdade social, continua a ser o ponto nevrálgico do país. Embora muito tenha melhorado em relação àquela época, o Brasil ainda está longe de fazer as pazes com os seus povos do passado, os considerados “selvagens”. Esses povos foram em muitos sentidos os nossos pais, e não apenas em termos de cultura, de vivência e de trabalho, mas em termos de vínculos familiares de fato, os quais nem sempre podem ser traçados. Em 1987, o autor franco-brasileiro Mario Carelli – ao publicar um livro ilustrando a trajetória histórico-social brasileira – deu ao país o título de “epopeia mestiça” [16], no entanto, tal título hoje está bastante associado a uma visão utópica de um país bem integrado ou a uma espécie de cura pelo embranquecimento. Ainda há um longo caminho até a verdadeira integração da sociedade como um todo.

Notas:

[1] Citado em: O Diário do Beagle, de Charles Darwin, pg. 100 (Ed. UFPR, Curitiba, 2008). É interessante contrastar essa declaração com a descrição posterior que Darwin faz do povo do Taiti, na pg. 411: “Nada me agradou mais que os habitantes. Há uma suavidade na expressão de seus rostos que imediatamente expulsa a noção que temos de um selvagem, e uma inteligência que mostra que estão avançando na civilização. Não há dúvida de que suas roupas são incoerentes, já que nenhum traje ocupa ainda o lugar do antigo. Mas mesmo em seu presente estado ele está longe de ser tão ridículo como na descrição feita por viajantes de alguns anos atrás.”

[2]Citado em: O Diário do Beagle, de Charles Darwin, pg. 101 (Ed. UFPR, Curitiba, 2008).

[3] Citado em: Brasil, um país do futuro, de Stefan Zweig, pg. 41 (L&PM, RS, 2013).

[4] O ensaio está disponível no site: https://fabiomesquita.files.wordpress.com/2015/04/montaigne-michel-de-dos-canibais-ensaios.pdf.

[5] Montaigne também foi a principal inspiração para os três poemas do autor alemão Johann Wolfgang von Goethe dedicados ao índio brasileiro (“Canção de morte de um prisioneiro”, de 1782; “Canção de amor de um selvagem”, de 1782; e “Poema brasileiro dedicado à cobra” ou simplesmente “Brasileiro”, de 1826, sendo este último o resultado de algumas mudanças no poema anterior “Canção de amor de um selvagem”). Goethe dedicou um imenso interesse pelo Brasil, acima de qualquer outro país fora da Europa. Além desses três poemas, em suas cartas, diários e tratados de ciências naturais, entre 1822 e 1823, o autor faz referência ao país em 84 trechos, chamando o Brasil de “continente imenso que desvenda cada vez mais a minha inteligência” (essas informações aparecem no artigo “Goethe no cenário cultural do estado de São Paulo”, de Bruno José Pollon – disponível em http://pem.assis.unesp.br/index.php/pem/article/viewFile/123/426, pg. 136 – e no livro Retratos do Brasil: hetero-imagens literárias alemãs, de Celeste H. M. Ribeiro de Sousa, pgs. 153-155 – Arte & Cultura, SP, 1996; Coleção Universidade Aberta: V. 16).

[6] Para justificar a defesa dos selvagens, Montaigne afirma no citado ensaio, pg. 2: “(…) creio que não há nada de bárbaro ou de selvagem nessa nação, a julgar pelo que me foi referido; sucede, porém, que classificamos de barbárie o que é alheio aos nossos costumes; dir-se-ia que não temos da verdade e da razão outro ponto de referência que o exemplo e a ideia das opiniões e usos do país a que pertencemos.”

[7] Dos Canibais, de Michel de Montaigne, pg. 4 (disponível em: https://fabiomesquita.files.wordpress.com/2015/04/montaigne-michel-de-dos-canibais-ensaios.pdf). Segundo o professor brasileiro Daniel Machado, estudioso da obra de Montaigne, em palestra no dia 10/09/2016, no Centro Dom Vital (Rio de Janeiro), a defesa que Montaigne faz dos índios não foi exatamente um elogio a eles, mas uma crítica à sociedade francesa da época, sobretudo após o massacre da noite de São Bartolomeu, em 1572, que a teria tornado mais selvagem do que os povos incivilizados. De qualquer forma, é importante ressaltar que o discurso de Montaigne destoa da maioria dos textos da época e deixou um legado bem mais positivo e consciente na visão que apresenta dos índios, como se pode comprovar nos escritos de Goethe citados na nota 5.

[8] Dos Canibais, de Michel de Montaigne, pg. 6 (disponível em: https://fabiomesquita.files.wordpress.com/2015/04/montaigne-michel-de-dos-canibais-ensaios.pdf).

[9] O livro de Jean de Léry, Histoire d’un Voyage Faict en la Terre Du Brésil, foi escrito em 1563, mas só publicado quinze anos depois com ilustrações do gravador de Liège, Théodore de Bry. Em relação ao artista e a suas ilustrações, afirmam Lilia Moritz Schwarz e Heloisa Murgel Starling: “Théodore de Bry – um ourives, gravurista e propagandista huguenote que jamais pisou na América – transformou-se no mais famoso gravurista de sua época. Especializado em retratar, com muita imaginação, os costumes das terras distantes, ilustrou o volume escrito por Jean de Léry sobre o Brasil. Porém, diferentemente do viajante, destacou o canibalismo das populações dessas terras figurando mulheres gulosas, a lamber os dedos. Representou-as como as bruxas da convenção pictórica ocidental – por vezes velhas de peitos caídos, por vezes moças luxuriosas que lideravam o ritual. A imagem lembra um banquete, mas as analogias vinculavam a prática ao inferno.” (trecho retirado do livro Brasil: uma biografia, de Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Murgel Starling, imagem 11 – 1ª ed., Companhia das Letras, SP, 2015).

[10] Uma exceção notável foi o jesuíta italiano André João Antonil, que veio ao Brasil no século XVII a convite do padre português Antônio Vieira e exerceu o cargo no país de reitor do colégio de jesuítas e provincial do Brasil até sua morte, em 1716. Em 1711, ele publicou o livro Cultura e Opulência do Brasil, cujas edições foram recolhidas e queimadas no mesmo ano por uma ordem régia de Portugal, tentando impedir a divulgação de uma obra que tratava das riquezas do Brasil. Pouquíssimos exemplares restaram e a obra completa foi republicada somente no século XIX, em 1837, no Brasil. No livro, há uma passagem em que Antonil afirma, sobre as relações de trabalho no Brasil, citando um provérbio: “(…) o Brasil é inferno dos negros, purgatório dos brancos e paraíso dos mulatos e das mulatas; salvo quando, por alguma desconfiança ou ciúme o amor se muda em ódio e sai armado de todo o gênero de crueldade e rigor.” (Passagem citada em: Cultura e Opulência do Brasil, de André João Antonil, pg. 90 – Editora Itatiaia, BH, 1997). A afirmação é bastante curiosa já que nela há um entendimento, com forte inspiração cristã, de que as relações de trabalho não são necessariamente marcadas pela exploração, conforme se pensou ao longo do século XIX e XX. Antonil apresenta uma visão de que são as relações humanas que marcam as relações de trabalho, e não o contrário, e de que as relações humanas não consistem necessariamente em exploração ou luta de classes.

[11] O livro de Maria Graham está disponível, em inglês, no site: http://www.gutenberg.org/files/21201/21201-h/21201-h.htm [tradução do autor deste livro].

[12] Frase citada no livro Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, de Leandro Narloch, pg. 152 (Editora Leya, SP, 2ª edição, 2011).

[13] Frase citada no livro Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, de Leandro Narloch, pg. 152 (Editora Leya, SP, 2ª edição, 2011).

[14] Quatro autores brasileiros são destacados por Thomas Skidmore (ver seção correspondente): o crítico literário Sílvio Romero, o jurista e político Alberto Torres, o educador e escritor Manoel Bomfim e o escritor e sociólogo Gilberto Freyre (em: Uma história do Brasil, de Thomas Skidmore, pg. 148 – Editora Paz e Terra, SP, 1998). Como chega a dizer o próprio Thomas Skidmore, essas foram contribuições relativas para o reconhecimento da herança africana e indígena, pois Sílvio Romero nunca chegou a renunciar completamente ao racismo científico; Alberto Torres trata do tema como uma questão relativamente menor em sua obra, dedicada aos problemas da vida social brasileira; Manoel Bomfim chega a relacionar o parasitismo europeu com a degeneração na América Latina, que impediria o progresso, mas o faz seguindo a mesma ideia de degeneração e os mesmos paradigmas científicos das teorias evolucionistas, com comparações entre organismos vivos e sociais; por fim, Gilberto Freyre (ver seção sobre a declaração de Adriano Moreira) considerou o colonialismo e o escravismo relativamente brandos para o que foram realmente, e propôs que a sociedade brasileira estivesse integrada etnicamente.

[15] Frase citada no livro O Brasil em Mil Frases: O melhor publicado nos 20 anos da seção Frases da Folha de S. Paulo, organizado por Maurício Stycer, pg. 16 – PUBLIFOLHA, SP, 1996.

[16] O título original do livro é Brésil, épopée métisse, de Mario Carelli (Découvertes Gallimard, 1987) [tradução do autor deste livro].

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2 COMENTÁRIOS

  1. Darwin conseguiu descrever com maestria o que se pode esperar de gente que pensa e se comporta como vemos até hoje em nosso país. E você foi ácido e verdadeiro ao afirmar que o Brasil continua sendo um péssimo país.
    Mas, apesar do ufanismo idiota e do pessimismo parasita, ainda acredito que é possível um meio termo – ou uma justa medida, como diria Aristóteles – que nos possibilite construir um Brasil melhor.
    A história ainda está sendo escrita.

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