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Perguntas Complexas, Respostas Publicadas – A cura do câncer com fosfoetalonamina, lobby farmacêutico contra são mentiras?

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Pessoal, estou aproveitando os ótimos comentários do leitor e recorrente comentarista do Perspectiva Crítica, JotaEle, para publicar mais um “Perguntas Complexas, Respostas Publicadas”.

Apesar de não ter efetuado uma pergunta, JotaEle deixou evidente que discordou da informação divulgada de que existiria “lobby das indústrias farmacêuticas contra a liberação do novo medicamento da USP contra o câncer”, bem como entendeu melhor que houvesse mais testes antes de sua liberação, juntando a sua fala o endereço de dois artigos que discutem a eficácia da substância fosfoetanolamina no combate ao câncer.

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Respondemos a seu comentário publicado hoje mesmo, 16/10/2015, na mesma data em que publicou sua crítica construtiva. Mas ficou tão bom o debate, o qual aumenta de importância diante da nota publicada pela USP negando efeitos do “medicamento”, dizendo que não é medicamento, mas mera substância química encontrada pronta para venda em indústrias, e que não pode satisfazer todas as liminares de fornecimento de tais medicamentos, que achamos melhor trazer o debate a todos de forma mais direta através de publicação de artigo.

Assim, transcrevemos seu comentário ao nosso artigo publicado intitulado “USP descobre substância que pode revolucionar combate contra o câncer: FOSFOETANOLAMINA. STF e TJSP garantem liminares para o uso. Pedido aos leitores do Blog Perspectiva Crítica. Ajude você também. ” e acessível na íntegra pelo endereço http://www.perspectivacritica.com.br/2015/10/usp-descobre-substancia-que-pode.html

Transcrição de JotaEle:

“Um argumento que é contrário à teoria da conspiração de que o lobby da indústria farmacêutica estaria impedindo a liberação desse novo remédio contra o câncer, é o de que no mundo anualmente surgem 14 milhões de novos casos de câncer, dos quais muitos pacientes morrerão e deixarão de ser “clientes” de outros medicamentos dessas empresas, logo seria do interesse delas que esse pacientes diagnosticados tivessem uma sobrevida maior. Além disso a indústria de medicamentos poderia licenciar (pagar royalties) a fosfoetanolamina e obter lucro também com a cura. Outro argumento é que geralmente essa indústria gosta de acelerar o processo de liberação de novos medicamentos mesmo que os testes não tenham tido resultados muito bons, às vezes escondendo ou minimizando efeitos colaterais graves. Portanto, apesar dessa substância ser promissora, mais estudos clínicos devem ser realizados para investigar a eficácia e a segurança dessa substância. Deve-se notar também que existe a remissão espontânea do câncer que muitas pessoas atribuem a milagres, mas é um fenômeno já bastante conhecido.

http://www.badscience.net/category/badpharma/ http://www.e-farsas.com/pesquisador-descobre-que-a-fosfoamina-cura-cancer-sera.html “

Nossa resposta:

“Grande JotaEle, recorrente comentarista do Blog Perspectiva Crítica. Observe, a não ser que o Ministério Público e a Polícia investigassem prova desse lobby, ou políticos e médicos abertamente dissessem que ele existe, ninguém vai comprovar a existência desse lobby. Mas em contatos com alguns médicos de renome em suas áreas e muito bem relacionados, que por motivos óbvios não serão relacionados, perguntados se esse lobby existiria, suas respostas são: “não duvido”.

A indústria é uma indústria. Administradores querem lucros. O grande problema do seu raciocínio é que você não está considerando que a patente do novo remédio não será de nenhuma das indústrias atuais, a princípio. Portanto, se este medicamento novo realmente substituir o tratamento antigo, pode ser que muitas indústrias que ganham dinheiro com o tratamento atual vejam seus medicamentos e seus lucros substituídos pelo medicamento da USP e lucro para as empresas e instituições públicas e oficiais que o produzam e comercializem.

As indústrias querem sobrevida, mas com o uso de seus medicamentos e não com o de outras empresas. E isso não é teoria conspiratória, mas é a realidade dos fatos que já foi contada, por exemplo, em dois filmes americanos: “Clube de Compra Dallas”, em que o lobby das indústrias farmacêuticas americanas que vendiam remédios para tratamento da AIDS, em 1980, barraram a produção e comercialização do AZT, obrigando a um senhor doente, o protagonista da estória, a contrabandeá-lo de forma a poder continuar tomando seu próprio medicamento e não morrer. Sua luta acabou sendo conhecida pela imprensa, o lobby foi vencido e o AZT, hoje, é comercializado em todo o mundo como um dos principais medicamentos do coquetel de tratamento da AIDS.

O outro filme é o “SOS SAUDE SICKO” do Michael Moore, que desvenda o lobby dos planos de saúde para acabar, em 1970, com o sistema de saúde público americano e transformar todos em pagantes de planos que têm departamentos inteiros que atuam para impedir que seus clientes possam usar os benefícios desses planos e, assim, aumentar seus lucros. Mas a linha mais próxima do nosso caso aqui é a do primeiro filme comentado.

“A indústria”, como você diz, que “gostaria de acelerar o processo de liberação de novos medicamentos”, não existe de forma única. São indústrias. Cada indústria, sim, gostaria de acelerar o processo de liberação de SEUS novos medicamentos. E se puder atrasar o do outro para que o seu prevaleça no mercado, tanto melhor. Enquanto o tratamento atual de câncer custa milhares e milhares de reais mensais, por pessoa, o medicamento novo da USP custa R$0.10 por comprimido e que substituiria todo essa aparato de agulhas, quatro a cinco frascos de medicamentos por sessão de quimioterapia, custo de altos instrumentos para radioterapia,… tudo que é custo aqui, colocado nessa perspectiva para o tratamento, chama-se lucro para as indústrias que os vendem. Esse lucro está em risco com o medicamento novo.

Mais estudos clínicos são benvindos… mas te pergunto: para uma pessoa em fase terminal, vamos dizer, da sua família, por exemplo (que Deus, a todos os seus e nossos, proteja), e a quem os médicos disseram não haver mais o que fazer e que poderá morrer em três meses ou seis meses… se essa pessoa quiser se submeter ao tratamento com o novo medicamento por própria conta e risco de sofrer os efeitos colaterais? Você negaria a ela essa última opção? Você diria a ela: “não, meu querido/minha querida.. enquanto não terminarem os “estudos clínicos (..) para investigar a eficácia e segurança dessa substância”, é melhor que você aguarde, mesmo que talvez morra durante este período de espera.

Bem, JotaEle, eu não consigo ver a lógica nessa postura de querer se resguardar a saúde de quem está prestes a morrer… portanto, creio que o artigo está equilibrado, informativo, consoante com as informações que chegaram a mim e extremamente verdadeiro e realista.

A informação de que o lobby existe também foi passado explicitamente por uma ONG, a ONG ABC, em vídeo acessível no YouTube através da pesquisa do título: “Descoberta da cura do câncer – Ong ABC – Youtube”. Apesar do título, o qual não podemos subscrever 100% , pois não é certo que esteja descoberta a cura do câncer, mas sim mais um medicamento que pode, sim, levar à cura e ao tratamento muito mais barato, rápido e com menos dor e problemas ao doente, esta Ong está na luta pelo conhecimento do medicamento e pelo acesso dos doentes de câncer a tal medicamento através de ações judiciais. Se eles mentem.. rsrsrs.. todos podem responder pelo crime de falsidade ideológica.. quero crer que não sejam tão inconsequentes assim.. mas quem sabe?

Mantenho, pois, todos os termos do artigo e agradeço a participação, pois suas dúvidas pode ser a de milhares de outros cidadãos.

Grande abraço!

E não deixe de considerar que para ocorrer a liberação do medicamento para uso de 800 pessoas, o STF e o Tribunal de Justiça de São Paulo verificaram provas nos autos do benefício do mesmo para as pessoas que pediram o seu uso. Leia a matéria da Exame.com, mencionada no artigo e a nota oficial da Fiocruz. O medicamento existe, teve efeito positivo em várias pessoas, teve acesso garantido por liminares judiciais.. vamos acelerar sua pesquisa e aprovação na Anvisa, nem que seja a título de medicamento experimental, por enquanto, para uso por conta e risco do paciente que não tiver mais chance com o tratamento convencional.

Venha para essa luta você também.”

CONSIDERAÇÕES FINAIS DO BLOG PERSPECTIVA CRÍTICA SOBRE O TEMA

Pessoal, como já dissemos antes, o dever de um jornal, revista ou Blog é repassar a informação ao público o quanto antes tenha chegado a estes instrumentos e canais de mídia, após uma pesquisa mínima sobre a segurança das fontes de onde provieram as informações. A mídia não é a Polícia e nem o Judiciário. Os fatos em sociedade ocorrem e devem ser repassados e publicados com o exclusivo objetivo de criar o debate sobre o fato. As reais nuances sobre este fato divulgado vão tendo seus contornos delineados à medida em que mais informações surgem de várias outras fontes, inclusive, e muitas vezes principalmente, em reação às primeiras informações divulgadas pelos canais de mídia. Leiam o Código de Ética Jornalista publicada pelo Jornal O Globo em seu site. Aquilo é o procedimento com o qual concordamos que deva ser seguido em publicações jornalísticas.

Então, o objetivo das publicações é criar o debate para que, ao final de ampla discussão social, se chegue á verdade dos fatos sobre fatos políticos, econômicos e sociais de relevo para nossa sociedade. Isto ocorreu nesta hipótese e sobre vários aspectos da notícia que vinculamos. Se criamos a discussão para que se amplie o conhecimento sobre o fato, chegamos à nosso objetivo.

Grande abraço.

P.S.: É BOM DESTACAR QUE O PESQUISADOR RENATO MENEGUELO PUBLICOU SUA TESE SOBRE A FOSFOETALONAMINA E SEUS EFEITOS PARA TRATAMERNTO DE CÂNCER EM 2007 E FOI PUBLICADO EM REVISTAS INTERNACIONAIS SOBRE MEDICINA, CONFORME PUBLICADO NO ARTIGO DO JORNAL O GLOBO ON LINE DE 16/10/2015, ÀS 09:55, ATUALIZADO ÀS 13:05H, SOB O TÍTULO “Advogado obteve droga não testada para mãe com câncer”. Olhe o trecho destacado:

” (…)Coordenador de estudos com a substância, o pesquisador aposentado Gilberto Chierice não foi encontrado pela equipe do GLOBO. O médico e pesquisador Renato Meneguelo, que estudou a fosfoetanolamina sintética na USP, revoltou-se com a posição da unidade:

— A gente fez um trabalho, defendeu em bancadas, e agora não tem comprovação? Publiquei a primeira tese que fala do composto em tumores e melanoma em 2007. Há trabalhos indexados em revistas internacionais dizendo que a fosfoetanolamina funciona em tumores.”

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