Mais uma vez é necessária, e cada vez mais necessária, a mão do cidadão para oferecer dignidade e saídas razoáveis e mais éticas para problemas do Estado.
As leis que punem a compra de voto, que proíbem pessoa condenada de ser candidato a cargo eletiva (Lei da ficha limpa), dentre outras moralizadoras originaram-se da iniciativa popular. A lei das dez medidas contra a corrupção foi ofertada pelo Ministério Público Federal (Grupo da Operação Lava-Jato), com apoio da população!
A população toma gosto e consciência por agir e percebe que não pode se omitir, sob pena de deixar a raposa tomando conta do galinheiro. Demandas feitas em sociedade por mais mobilidade urbana, contra aumento de passagens de ônibus e por mais saúde, na chamada Primavera Brasileira, em junho de 2013, chamada assim por vir no esteio dos movimentos contra ditadores no Oriente Médio (Primavera Árabe), geraram a resposta do governo federal, à época, com a mobilização de mais de R$50 bilhões (chegou a R$80 bilhões) do orçamento para investimentos em transportes de massa, em especial metrô, por todo o país e na criação do Programa Mais Médicos, que direcionou imediatamente mais de R$13 bilhões para a saúde pública.
Não importa se uns são contra ou a favor do Programa Mais Médicos, a movimentação social gerou esta resposta do Governo Federal e houve o destaque de 13 bilhões de reais do orçamento para investimento na saúde básica. O fato é que uma mobilização social impactou onde importa: a destinação do orçamento! Ou melhor, a destinação do orçamento, segundo prioridades exigidas pela população! Isso é o empoderamento popular dos destinos do orçamento público, esse bem de todos, mas que é usado para bancos, grandes empresas e políticos corruptos.
E agora, vendo a omissão e o descaramento da elite econômica e da classe política do Estado do Rio de Janeiro, o cidadão se nega a ser a vítima e parte para a proposta de medidas que substituam as apresentadas pelo governo estadual que miraram exclusivamente pobres e servidores públicos para pagarem a conta da corrupção e da má gestão pública.
O MUSPE (Movimento Unificado dos Servidores Públicos do Estado do Rio de Janeiro) apresentou 15 propostas para o Presidente da Alerj, Jorge Picciani, e pediu que todos os projetos do governo fossem devolvidos! São propostas muito mais palatáveis para qualquer cidadão que as ler e atacam e miram cortes na cúpula dos Poderes e na rede de apaniguados e não nos pobres e servidores concursados e de carreira.
Veja se não parecem razoáveis e muito mais justas e capazes de acertar o orçamento público estaudal antes de se punir o salário de servidoeres estaduais que nos prestam serviço público e não nos roubam diariamente como políticos e grandes empresários corruptos e corruptores que a Justiça está caçando e pegando diariamente.
As propostas foram publicadas sem a devida manchete pelo Jornal O Globo, sob título que, a nosso ver, desestimula a leitura do artigo no qual a notícia fantástica está publicada! É claro que uma das propostas que era de suspensão de toda a propaganda do governo não deve ter nada a ver com essa forma esquisita de publicar a matéria.. rsrsrsrs
Mas o Blog Perspectiva Crítica leu e pescou a informação para você ter acesso adequadamente a ela, tanto quanto para você ver como é que um grande jornal escamoteia a informação importante sob título que desestimula sua leitura. É importante ver e saber que essa técnica existe e é utilizada diariamente para manipular a informação que chega a você todo dia.
Vamos às propostas do MUSPE:
– Retirada do pacote de ajuste fiscal do Executivo.
– Suspensão imediata de isenções fiscais a empresas inscritas na dívida ativa.
– Redução de funcionários comissionados e extra quadros em 50% em todos os poderes
– Revisão imediata do valor dos royalties conforme aprovado pela Agência Nacional do Petróleo.
– Limitação do uso de carros oficiais em todos os poderes.
– Fim das Organizações Sociais em unidades do estado.
– Revisão de contratos administrativos.
– Cobrança da dívida ativa do estado na ordem de R$ 66 bilhões em parceria com o Tribunal de Justiça.
– Fim da burla ao teto salarial em todos os poderes.
– Retirada de todos os informes publicitários do governo.
– Pacote de estímulo ao pequeno empresário, para aumentar a receita.
– Fim das privatizações e terceirizações.
– Instauração imediatas das CPIs do Rioprevidência e das isenções fiscais
– Resposta definitiva até 29 de novembro para as propostas dos sindicalistas.
Leia a íntegra no artigo intitulado “Mais quatro projetos são retirados de pauta na Alerj”, acessível em http://oglobo.globo.com/rio/mais-quatro-projetos-sao-retirados-de-pauta-na-alerj-20518636
Você concorda com esse título? Não seria melhor: “Servidores sugerem pauta substitutiva aos projetos do Governo”? Sim, seria. Mas esse título faria o artigo ser muito mais lido e dá poder ao cidadão. E você, cidadão, não pode entender que tem poder… você tem que seguir o que o mercado (financeiro) diz que você deva sofrer ou seguir.
Fica publicado com o devido destaque pelo Blog Perspectiva Crítica que a proposta dos servidores estaduais é muito melhor do que a do Governo e muito mais justa. Somente o item da cobrança da dívida Ativa do Estado tem o condão de resolver todos o Déficit Fiscal do Estado sem encostar em um centavo do salário do servidor e sem cortar Programas da Assistência Social, a despeito de o Blog ser a favor de repensarem-se os programas assistenciais que são redundantes aos federais.
Todo o apoio do Blog Perspectiva Crítica aos Servidores do Estado do Rio de Janeiro!
p.s. de 28/11 – Texto revisto.