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Uma das maiores palhaçadas dos EUA e da grande mídia: doação de bilionários à filantropia

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Eu não aguento. Quero que vocês vejam como a grande mídia participa de um sistema que faz você de palhaço.

Acesse este artigo publicado no Jornal o Globo On Line: http://oglobo.globo.com/economia/compromisso-valioso-bilionarios-que-planejam-doar-fortuna-filantropia-19464795

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O título do artigo é “Compromisso valioso: bilionários que planejam doar a fortuna à filantropia”. Isso é verdade? Isso é inspirador? Que bonito, não? Bilionários preocupados com o bem do mundo. Que legal. Isso é verdade?

Não, gente. Ninguém fica bilionário dando dinheiro aos outros. E depois de juntar o objetivo de suas vidas é que não sairiam por aí distribuindo. Pelo amor de Deus. Esse é um dos vários mitos de mercado que a grande mídia gosta de publicar, criando uma realidade que não existe para você bater palma para super ricos e apoiar tudo o que ajude a manter um mundo de super ricos.

A verdade é que nos EUA o imposto de herança chega a 77% para bilionários. 77%!!! Não são 4% do Brasil que não quer regulamentar o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), não. São 77%!

Então, vejam, se o Bill Gates morrer, como tem US$ 75 bilhões (ver: http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2016/03/01/bill-gates-e-o-homem-mais-rico-do-mundo-segundo-revista-forbes.htm), ele teria de pagar de imposto para os EUA US$57,75 bilhões, deixando “meros” US$19,25 bilhões para seus herdeiros. No Brasil, ele pagaria US$3,08 bilhões de imposto (ICMD) e seus herdeiros receberiam US$71,92 bilhões. Para muitos, portanto, o Brasil é Paraíso Fiscal, ao menos no quesito herança.

Então veja, para não pagar US$57,75 bilhões de imposto, Bill Gates faz o quê? Retira 99% de seu patrimônio de seu nome e cria uma fundação filantrópica. Assim quando morrer, nenhum centavo dos US$ 74 bilhões destinados à “filantropia” sofrerá incidência de imposto de herança. Mas quem administrará a instituição filantrópica? Seus parentes, recebendo gordas remunerações mensais que podem equivaler à aplicação desses valores em títulos da dívida americana.

Vejam, não somos contra isso. Queremos que no Brasil isso exista também. Por isso apoiamos a regulamentação do IGF ou o aumento do imposto sobre herança (ICMD) no Brasil para pessoas com patrimônio superior a 50 milhões de reais.

Essa previsão faz com que os super ricos contratem seguros de vida que devolvam os valores que serão pegos pelo Fisco ou criem instituições filantrópicas. Nos dois casos, que ocorrem nos EUA, o dinheiro acumulado pelos super ricos acabam gerando serviços e bens para a sociedade muito mais do que ocorre no Brasil, em que tais patrimônios viram somente renda para os herdeiros.

Mas não me venham com a ideia de que os bilionários americano são bonzinhos e que dão tudo o que arrecadaram durante suas vidas para a “filantropia”… que palhaçada. Os leitores do Blog Perspectiva Crítica não ficarão cegos à realidade dos fatos. Aqui não tem mi mi mi de mercado e “babação” surreal de bilionários. Eles são ótimos? Sim. Fizeram grandes fortunas? Sim. O Blog os aplaude por isso? Sim. Mas que a grande mídia diga realmente o motivo do “investimento” de bilionários em “instituições filantrópicas”.

Somente assim é possível discutir outros temas com propriedade e fundamentos, como uma reforma tributária que exija mais de super ricos em sua contribuição à sociedade, criando, inclusive, oportunidades sociais de novos investimentos (seguro de vida e criação de instituições filantrópicas) ao mesmo tempo em que se põem esses valores enormes acumulados a produzir melhor para a sociedade da qual esses valores se originaram.

Essa é a verdade.

p.s. de 10/06/2016 – Texto revisado.

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