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Qual o retorno que um juiz federal, alguns policias federais e procuradores da República podem gerar aos cofres públicos?

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Isso não será publicado no Jornal O Globo com esta dimensão, mas qual o retorno que o Juiz Federal Marcelo Bretas, bem como os policiais federais e procuradores da República envolvidos na Operação Calicute trouxe aos cofres públicos?

Somente em virtude desta atuação na Operação Calicute, observe o que resultou dos atos de um único Juiz federal nas palavras publicadas no Jornal O Globo:

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“Desde fevereiro, o juiz que mandou prender o ex-governador Sérgio Cabral, o empresário Eike Batista e ex-secretário de Saúde Sérgio Côrtes, anda acompanhado por policiais. Além da escolta, a Polícia Federal também vinha monitorando possíveis ameaças a Bretas.

Pela caneta do juiz Bretas, 18 envolvidos somente na Calicute, iniciada em 17 de novembro do ano passado, estão presos. Desde então, Bretas instaurou cinco ações penais, com 45 réus, homologou 22 acordos de colaboração e determinou 21 conduções coercitivas. Já foram arrecadados R$ 430 milhões, pagos por meio de delações, além da apreensão de uma aeronave, 35 embarcações, 103 imóveis, além de joias, veículos, obras de arte e outros valores encontrados com os acusados.”

Veja a íntegra em   http://oglobo.globo.com/brasil/juiz-da-lava-jato-no-rio-recebe-duas-ameacas-de-morte-pf-envia-equipe-para-analisar-risco-21228135#ixzz4ejI3GDHz

Você tinha esta noção? Você tinha ideia de que somente a atuação de um único magistrado federal, alguns policias federais e delgados federais e Procuradores da República gerou o retorno de 430 milhões de reais aos cofres públicos fora 103 imóveis, 35 embarcações e jóias?! Não, né? Para você, servidor público é só despesa que deve ser cortada em prol do Estado Mínimo, certo?

A nós é incrivelmente bizarro que todo o bem que cada servidor público cria ao cidadão brasileiro passe totalmente ignorado pela grande mídia e pelo cidadão de bem e que somente o termo gasto público seja ligado ao servidor público. É uma infâmia.

Estamos em um mundo que pede por números. Não pede pro princípios. Pede por números. Mas quem dita como esses números serão avaliados é a mídia e a elite que está próxima e que coopta a grande mídia. Assim, incrivelmente todos batem palmas para o trabalho de servidores públicos federais que limpam a corrupção do país, mas ninguém pensa em suas carreiras, nas necessidades da administração dos recursos humanos na área pública e nem que manter atrativa a carreira pública pode gerar benefícios financeiros incalculáveis à Nação.

Se fizéssemos as contas de quanto retorna à sociedade em dinheiro a contratação de um único professor público, de um policial, de um juiz, de um servidor do Judiciário, e assim todas as carreiras públicas, poderíamos ver o quanto necessitamos desses fantásticos servidores que tornam melhor nossas vidas e se não o fazem mais é porque não há investimento em suas carreiras e estruturas de trabalho.

Não há debate sério sobre administração de recursos humanos na carreira pública, mas são somente servidores públicos que estão limpando o país, sob risco de vida, inclusive. Enquanto se aumenta a segurança de Marcelo Bretas, juiz federal que prendeu o Sérgio Cabral, toda a sorte de infâmias são publicadas, como sempre, contra direitos de servidores públicos, a favor da diminuição do Estado, a favor da diminuição de servidores públicos, de seus salários, de suas aposentadorias.

Os servidores públicos são todos chamados de vagabundos e de corruptos genericamente, mas a análise da Operação Lava-Jato, por exemplo, demonstra que em um mar de 500 pessoas, dentre réus, delatados e delatandos, todos são políticos ou da área privada, de grandes empresas, enquanto em torno de apenas 4 pessoas são servidores públicos de carreira, sendo que 100% dos que investigaram, descobriram, perseguiram, puniram, prendem e punem os criminosos são servidores públicos de carreira.

É bom, para se pensar um pouco sobre o preconceito alimentado pela grande mídia e repetido pela grande maioria da sociedade que não é servidor público, mas depende da atuação isenta de servidores públicos honestos, educados, de alto nível intelectual para manter o Brasil funcionando da melhor maneira possível, a bem de todos.

As perguntas que deveríamos nos fazer é: o quanto precisamos de servidores públicos? O quanto eles garantem em bem-estar para a sociedade? Do que eles precisam para manter seus trabalhos de forma eficiente par a sociedade? Como são as carreiras públicas nos países de maior IDH (índice de desenvolvimento humano) no planeta? Quantos servidores eles têm em proporção a seus habitantes? Quantos há no Brasil, em comparação com estes países ricos da OCDE? Quanto ganham os servidores nesses países? São estáveis? E que relação têm todos esses dados sobre servidores públicos com a qualidade de vida que esses países ricos da OCDE experimentam?

Quando fizermos essas perguntas a nós mesmos, imediatamente sairemos da bolha de péssima informação da grande mídia nacional sobre o tema e estaremos iniciando a trilha para ficarmos iguais aos países nórdicos, França, Inglaterra e Alemanha, nos quesitos (1) qualidade e quantidade de serviços públicos prestados à população por imposto pago e (2) qualidade de vida experimentada e vivida naquelas sociedades.

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