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OCDE comprova: Países de maior IDH e ricos têm até três vezes mais servidores públicos do que o Brasil

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Um grande amigo meu que vive na Holanda me enviou este gráfico. Este gráfico, senhores e senhoras, muda tudo o que a grande mídia diz para nós todos os dias. Este gráfico diz que o Brasil tem poucos servidores públicos por habitantes. Este gráfico diz que países ricos têm mais servidores públicos por habitante do que o Brasil. Este gráfico diz que os países com os maiores IDH (índice de desenvolvimento humano) no mundo têm mais servidores públicos do que países com menor IDH, de forma quase absoluta. Este gráfico diz que países de governo mais eficiente e de Justiça mais célere têm mais servidores públicos do que o Brasil (A França em 2002 fechou 200 Varas Judiciais por falta de processos, enquanto no Brasil temos Varas Judiciais com 30 mil processos e três vezes menos servidores públicos e Juízes). Este gráfico diz que países com hospitais públicos gratuitos e educação pública gratuita de qualidade, previdência pública têm mais servidores públicos do que o Brasil (observe que alemães e franceses não gastam com educação e planos de saúde a filhos e pais).
Mas esse gráfico não diz só isso. Este gráfico diz que países que são menos burocráticos do que o Brasil, seja para o cidadão, seja para as empresas, têm mais servidores públicos do que o Brasil. O gráfico mostra ainda que países com mais servidores públicos têm os maiores salários mínimo do planeta e melhor nível de vida. E mostra ainda que esses mesmos países que têm muito mais servidores públicos do que o Brasil estão à nossa frente em inovação tecnológica, participação no comércio mundial. Agora observe isso, quero destacar: estes países com mais servidores públicos têm maior salário mínimo do que o brasileiro, maior renda per capita do que brasileiros, melhor qualidade de vida, liberdade econômica e indústrias fortes.
Agora, por mais paradoxal e injusto que isso possa parecer a nós, brasileiros, este gráfico também diz que os países mais ricos, de melhor salário mínimo, de maior salário para professores públicos e médicos públicos e de todos os servidores públicos, que possuem renda per capita muito maior do que o Brasil e portanto cidadãos com menos carência de serviços públicos a seus ricos cidadãos, investe até três vezes mais do que o Brasil na contratação de servidores públicos e sua disponibilidade a seus cidadãos e empresas.
Quem, em tese, precisaria mais de serviços públicos? Um cidadão rico ou um cidadão pobre? Acredito que você responderá o pobre (rsrsrs). Pois é. Mas quem tem mais serviço público, quem tem orçamento público mais comprometido com salários de servidores são os países ricos!! Você pode crer?!?!?!
Então senhores, está na hora de acordar. Chega de balelas. A grande mídia critica bem que tudo que só existe no Brasil é jabuticaba e deve ser extinto. Bem, uma dessas jabuticabas é o percentual baixo de servidores públicos em face de toda a classe trabalhadora no País. Vamos copiar isso dos países de maior IDH no mundo?
E nesse momento pode pairar uma dúvida: quem vem primeiro, a riqueza, para poder contratar mais servidores públicos? Ou seriam os servidores públicos em maior número na sociedade, para gerar mais riqueza? A Noruega, França e Alemanha são ricas porque têm uma grande e eficiente rede de serviços públicos disponíveis a seus cidadãos e empresas? Ou têm uma grande e eficiente rede de serviços públicos porque são ricos?
Primeiro quero mostrar que a grande balela da mídia de mercado no Brasil já ruiu: País rico têm mais servidores públicos. Ponto e acabado. E agora entro na questão acima. Nossos estudos nos evidenciam que a resposta correta é a de que os países europeus enriqueceram após terem uma grande rede de servidores públicos. Sendo assim, a construção de uma grande rede de serviço público é essencial para o enriquecimento de empresas, cidadãos e países. Dois fatos comprovam nossa tese: a segunda grande guerra e a crise financeira internacional.
Sobre a Segunda Grande Guerra
Depois da Segunda Grande Guerra, a Europa ficou completamente destruída. Não havia empresas que prestassem serviços, não havia emprego, não havia nada a não ser cinzas e o governo de cada país. Com a economia em frangalhos, as primeiras coisas que os europeus fizeram foi um sistema público e gratuito de saúde, educação e instituíram sua previdência social. Criaram empresas, autarquias e obras públicas para a reconstrução de seus países e para emprego de seus cidadãos e retomaram a economia. Nada de privado havia de concreto nessas economias, a não ser o financiamento pelos EUA* (ver p.s. de 26/08/2014 abaixo).
De 1945 até hoje os países que apresentam a maior rede pública de serviços e servidores públicos, portanto, são os mais ricos, com menor inflação e maior salário mínimo do planeta e o Brasil, que não sofreu a guerra em suas terras, com menos servidores públicos, menos salário mínimo, tem mais inflação, mais pobreza e menor renda per capita.
O soerguimento dos países do alto da lista da OCDE, que ora analisamos, após a Segunda Guerra Mundial exigiu a criação de ampla rede de serviços públicos e de servidores públicos para criar ambiente favorável para a vida das pessoas e o desenvolvimento de empresas. E hoje a Europa goza da melhor vida do mundo, junto com o melhor ambiente de negócios, grandes empresas e economia rica. Então, a riqueza veio depois da criação da ampla rede de servidores públicos, a qual permaneceu até hoje, fortalecendo suas economias, gerando empregos de qualidade e criando ambiente menos burocrático, mais eficiente e melhor para o desenvolvimento de negócios por suas empresas.
Sobre a Crise financeira Mundial de 2008
Mas esse investimento em serviço público “excessivo” e muitos servidores não sobrecarregou o orçamento dos europeus que hoje penam com a crise financeira internacional? Não seria o excesso de servidores europeus a causa do ocaso de sua economia desde 2008? A resposta, senhores e senhoras, é simples e facilmente NÃO!
Se qualquer um pegar a relação dívida pública/PIB desses países europeus, todos desta lista da OCDE que têm mais servidores públicos em sociedade do que o Brasil, antes da crise de 2008, verão que na Europa elas se encontravam oscilando entre 35% e 55%. Observe, inclusive que para poder ingressar no Mercado Comum Europeu, depois evoluída para Zona do Euro, o país deveria apresentar relação dívida/pib de 45%, no máximo, e déficit público de 3%, no máximo. Portanto, nenhum país da Zona do Euro poderia ter relação dívida/pib maior do que 45%, o que era excepcionado por Portugal, Grécia e países mais pobres que ingressaram na Zona do Euro para serem explorados pela Alemanha e França e ofertarem mão-de-obra barata.. mas isso é outro papo. A Itália rica sempre foi uma exceção também, com relação dívida/pib maioir que 45%.
Depois da crise hipotecária dos EUA e Europa, derivada da desregulamentação de mercado excessiva (ou seja, pouca leis, regra, fiscalização e, logo, Estado neste setor financeiro), logo após 2008 as relações dívida/pib explodiram e dobraram, alcançando entre 85% e 120% em toda a Europa.
Então, senhores, não foi a existência de muito servidor público na Europa que gerou a crise financeira internacional e explodiu as contas públicas dos europeus. O que verdadeiramente ocorreu foi que o sistema europeu, com muito serviço público e servidores públicos e salários mínimos altos e inflação baixa estava muito bem consolidado antes da crise hipotecária de 2008. Os orçamentos públicos estavam estáveis e lembro de que o Brasil era chamado de mendigo quando chegou a ter quase 56% de relação dívida/PIB na Era do FHC, em 1999.. rsrs E só depois da crise os orçamentos estouraram. Por quê? Porque para não deixarem os bancos falirem, todos os países tiraram dinheiro do orçamento e colocaram nos bancos, inchando o orçamento público e imediatamente dobrando suas relações dívida/pib. A culpa foi dos bancos e não dos servidores. Servidores e empresas foram vítimas dos bancos.
Conclusão 
Sendo assim, fica cristalinamente comprovado que os países mais ricos, com melhor economia, com melhor qualidade de vida para seu povo, com melhor ambiente de negócios, mais competitivos e com governos mais eficientes, além de menor inflação têm até três vezes mais servidores públicos do que o Brasil.
Fica ainda evidente que um grande e amplo serviço público, com percentual entre 25% e 35% de servidores públicos bem pagos em relação ao conjunto total de trabalhadores de um país não é sobrecarga para as contas públicas, mas cria condições para melhorar a economia, elevar a qualidade de vida dos cidadãos e tornar mais eficiente o governo. A dose certa de servidores públicos em sociedade permite o enriquecimento dos países.
Naturalmente que imaginar contratação de servidores que não trabalham não realiza o que aqui se diz e o que os números da OCDE na lista acima demonstram. O servidor público necessário é aquele bem educado, bem formado, seja de nível técnico, seja analista. O servidor público no mundo inteiro, e em especial nos países ricos, tem salário médio superior ao do cidadão médio de seu país pelo simples fato de que, em média, seu nível educacional é maior do que o cidadão comum.
E no Brasil a excelência dos poucos servidores é notória, em especial na área federal. Fiocruz cria vacinas, Rede Pública Sarah Kubitschek é a melhor e talvez mais eficiente rede hospitalar do País. O INCA é o melhor hospital de câncer. A EMBRAPA desenvolve tecnologia de ponta para o campo e é responsável pelo crescimento da produção agrícola e do PIB do Brasil. A Marinha do Brasil foi a única em todo o mundo a provar perante a ONU a continuidade da plataforma continental do Brasil, sendo o único país a ter reconhecido mar territorial de 200 milhas. Isso garantiu que o pré-sal seja brasileiro e não mundial, pois estão a 300 km da costa e a Marinha garantiu o reconhecimento de 360 km da costa brasileira. O melhor motor nuclear para submarinos no mundo é o brasileiro, feito pela Marinha. O BNDES responsável por quase 100% do financiamento da produção brasileira referente a investimentos de longo prazo tem mais dinheiro do que o FMI e o Banco Mundial. A Petrobrás é das maiores empresas petrolíferas do mundo. O governo inaugurou a siderurgia no Brasil com a CSN. A Vale do Rio Doce, hoje a Vale, foi criação do Estado. A Embraer foi criada pelo Estado. Todas grandes e ótimas empresas que não encontram concorrentes em seus setores no Brasil (A CSN até que tem). Todo sistema elétrico, de hidrelétricas, de cabos para transmissão de energia, desenho e execução de obras de pontes, viadutos e estradas, telefonia.
Tudo isso teve mão de servidores públicos brasileiros por décadas e décadas, escolhidos por concurso público. Tudo isso é a maior prova de que investir em servidor público gera riqueza para o país. Tudo isso prova que o que a mídia diz diuturnamente de que servidor público é gasto é mentira. Tudo isso prova que não há estudo no Brasil sobre a criação de riqueza a partir do incremento do serviço público.
É uma falácia a idéia popular de que servidor público não faz, não realiza, não trabalha e somente é gasto. é uma falácia útil para quem não quer serviço público forte. Mas é inútil para quem quer vida de qualidade para o cidadão brasileiro e melhor ambiente de negócios para empresas.
A lista da OCDE indica que entre 2001 e 2011 os países mais ricos, com IDH maior, com salário minimo maior, com inflação mais baixa, com ambiente de negócios melhor e governos mais eficientes são aqueles em que a proporção de servidores públicos em sociedade é entre 25% e 35%; o Brasil tem 10,7%.
p.s.: E os EUA? Saiba que os EUA tem 14,7% de servidores públicos, isso é quase 47% mais do que o Brasil.

p.s. de 26/08/2014 – É claro que nossa afirmação é relativa. Havia alguns punhados de empresas européias, em especial relacionado à guerra. Mas a riqueza européia se transferiu para os EUA, único local seguro à época. Empresas também se mudaram. A economia européia ficou completamente em frangalhos, inclusive a indústria vinícola, todos os setores econômicos. O levante econômico só foi possível com a entrada e investimento maciço do Estado, precipuamente financiado pelos EUA. Mais tarde, uma das razões da criação de um mercado comum Europeu, de uma Zona Européia seria o fortalecimento econômico e a união européia para inclusive pagarem e se livrarem das dívidas com os EUA.

p.s. de 16/09/2014 – Fabiano Cavalcanti, grande amigo batavo-brasileiro, obrigado por me remeter este gráfico fantástico e esclarecedor! Grande abraço luso-brasileiro desse seu amigo das bandas de cá! Rsrsrs

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