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O Epílogo das greves de servidores públicos: o governo, a sociedade e a mídia.

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Foi um triste capítulo da história da relação entre o PT e os servidores públicos. Também não foi um bom capítulo da relação entre a mídia e os servidores públicos. Mas pode ter sido um interessante capítulo sobre a relação entre a sociedade e os servidores públicos.

O desfecho da novela “exigência de reajustes do funcionalismo público por todo o Brasil” se não foi dos melhores, ao menos ocorreu. E isso foi bom. Foi bom não para os servidores que em sua maioria não tiveram inflação reposta integralmente como determina o artigo 37, X da CF/88, mas para a sociedade porque a luta dos servidores pelo respeito a seus direitos remuneratórios garantiu investimento público em carreiras públicas, atratividade de cargos e estímulo para o exercício da função por servidores de nível, o que é excelente para a sociedade.

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Fico impressionado com o ódio (digo isso mesmo, ódio) com que a mídia tratou os servidores públicos. Manchetes de “porque eles ganham tanto?” ou “quem são os grevistas que desafiam o Brasil”, vindos da Época, Isto É, Veja, O GLOBO foi muito impressionante. Quer dizer: banqueiros podem exigir juros, salário mínimo pode subir acima da inflação por dez anos, Bolsas Família e etc podem ter correção acima da inflação, bancários, metalúrgicos, petroleiros, empregados da área privada podem ter reajustes anuais acima da inflação e o servidor não pode pedir a reposição da inflação anual? Não é fantástico?

E mais: “a greve do servidor torna refém a sociedade”, segundo a mídia… mas a greve de caminhoneiros que quase desabasteceu o RJ não causa transtorno? A dos bancários não causa transtorno? A dos metalúrgicos que prejudicam entrega de carros a consumidores não casua transtornos?

Assistimos à mais estapafúrdia caçada à imagem e aos próprios servidores públicos empreendida pela mídia. Não foi ponderado que servidores têm família e que perda inflacionária diminui qualidade de vida. Não foi ponderado que quadros que exigem pessoas de alto nível intelectual estão ficando sem atratividade e estão encolhendo, gerando sobrecarga de trabalho aos que ficam e prejudicando a entrega de serviço público à população. O interesse público não teve vez na mídia. Nem o direito de reposição inflacionária do servidor público.

Da mídia de mercado isso era de se esperar, mas do governo “trabalhista”? Dilma deveria ter sido a apaziguadora, a mediadora, a negociadora, aquela que explicaria a legitimidade do pleito de reajuste inflacionário ao salário. Mas não. Expôs e aceitou o apoio e incventivo da mídia à marginalização do moviumento dos servidores públicos que mais do que exigir salário denunciava p´roblemas na adminsitração pública que devem ser resolvidos inclusive por falta de recursos humanos e investimento em estrutura para prestar adequado serviço à população.

Para mim, o escárnio do servidor em sociedade foi um choque. Mas eu estive com estudantes, em número de 400 em frente ao teatro municipal, impedindo a Dilma de entrar pela porta da frente e via a sociedade entendendo os pelitos dos servidores. Não é a maioria, mas acho que um debate se fez e amigos meus que não entendiam o que os servidores pediam passaram a entender.

Com o tempo, a verdade aparece em sociedade e aqueles que ficam contra ela colherão seus frutos.

p.s. de 11/09/2012 – Gostaria de acrescentar um pequeno e importante detalhe. 93% das greves terminaram, mas alguns poucos ainda estão em greve: Auditores da Receita Federal, Policiais Federais e Rodoviários Federais. É importante que a Dilma dê atenção aos que sobraram e não os ignore. Jà que resolveu todo o resto, que agora faça o que não fez: negocie com o pequeno grupo restante. Os policiais ainda foram objeto de punições com cortes de ponto etc.. naturalmente não sairão de greve sem negociação. Que a Imperatriz possa ter um momento de lucidez para permitir saída digna da greve para estas classes de servidores e garantir-lhes atenção arporpiada com solução minimamente respeitável para estas carreiras. O BLOG PERSPECTIVA CRITICA apóia o movimento de greve dos servidores federais que ainda não obtiveram a devida atenção a seus pleitos.

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