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Necessários mais 300 mil professores, mais 40 mil médicos… e daí?

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Pessoal, há pouco tempo atrás vi um artigo do Jornal O Globo informando que para que fosse viabilizada a política de implantar UPA (Unidades de Pronto Atendimento) por todo o País, seria necessário contratar 40 mil médicos. Na capa do jornal O Globo de 09/11/2011, está publicado que para viabilizar o planejamento do MEC de ensino em período integral seriam necessários novos 300 mil professores, ao custo de 21 bilhões de reais ao ano. E eu pergunto: se esta foi a política vitoriosa votada pela população brasileira e se a razão de ser do Estado, ao meu ver, é prover serviços essenciais à população, dentre os quais entendo estarem o de educação e saúde públicas e gratuitas, qual o problema?!?

Gente já expliquei para vocês que com o tamanho atual da nossa economia, sétima maior do mundo, com 2 trilhões de dólares ou 3,5 trilhões de reais e com crescimento anual projetado de quase 5% ao ano (em 2010 foi de 7,8%), e considerando o peso tributário em 34,4%, há arrecadação anual de 1,2 trilhão de reais por ano com crescimento de 60 bilhões anuais. Se a necessidade é de 21 bilhões anuais, e o crescimento de arrecadação é de 60 bilhões ano a ano, qual o problema?!?!

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Vocês estão conseguindo ver? Os jornais nunca passam a perspectiva de crescimento da arrecadação. Só passam o custo da medida e pronto. Claro que você olha “mais 21 bilhões de custo!!” e fica histérico achando que isso é impossível. Mas o custo é anual de 21 bilhões a partir do primeiro ano, se fossem todos contratados naquele ano, o que é impossível, perceba. E a arrecadação cresce não somente 60 bilhões uma vez só, para nunca mais, mas 60 bilhões anualmente, o que significa que no segundo ano, o custo continuará sendo de 21 bilhões, mas a arrecadação terá crescido mais 60 bilhões, num total de 120 bilhões em dois anos e num total de 180 bilhões no terceiro ano.

É óbvio que se o Estado investe em algo, deve deixar de gastar em outra coisa, mas por que não priorizarmos desde já o investimento em educação e saúde e transformarmos esses setores do serviço público em excelências para qualquer país no mundo? Afinal, se não for para investir nisso, onde o Estado deve colocar o crescimento de arrecadação que virá progressivo, ano a ano, pelos próximos 30 anos, ao que tudo indica e como o Goldman Sachs, banco de investimento norteamericano, previu, de forma a alçar-nos à quinta economia mundial em 2050? Tenho certeza que vários empresários e políticos gostariam de gastar esse dinheiro de outra forma, mas isso te interessa?

A hora é essa!!! São 300 mil professores e 40 mil médicos sim!!! Contratações que somente se concluirão, obviamente em 10 anos ou mais, provavelmente, mas a política de melhora de prestação de serviço público tinha que vir algum dia, para aliviar o bolso do brasileiro com saúde e educação de seus filhos.

Obrigado Governo Federal! Obrigado Dilma! Por colocar números gigantescos e ousados na realização do bem público, na melhora dos serviços públicos básicos de saúde e educação! Obrigado porque, agora, pelo menos consigo vislumbrar que algum dia, talvez, o imposto que eu pago pode se transformar em real atendimento básico (e quem sabe até mais) de saúde e educação para mim, para a minha família e para cada cidadão brasileiro, mulher, homem, idosos e crianças, de todas as classes sociais, de todo o Brasil. Talvez algum dia valha, finalmente, a pena de pagar imposto nesse País.

Obrigado por fim ao povo brasileiro, que escolheu alguém para presdidir o Brasil e que fará isso por todos nós para que, talvez, em 20 a 30 anos tenhamos orgulho não só de sermos brasileiros, mas de sermos cidadãos efetivos de nosso amado País.

p.s.: quando falo que o aumento de arrecadação é de 60 bilhões ao ano, estou falando da arrecadação total, incluindo arrecadação da União, Estados e Municípios. Mas mesmo que o aumento de custo de 21 bilhões fosse só para a União (quanto disso será implementado em parceria com Mnicípios e Estados?), desses 60 bilhões de crescimento de arrecadção anual, a União fica com uns 30 bilhões. O importante é você notar que há aumento anual de arrecadação e que, portanto, o aumento em um ano de 21 bilhões não acaba com o País ou torna o projeto impossível como o artigo pode sugerir a você. Por fim, lembre: o impacto de 21 bilhões seria depois da contratação de todos os 300 mil professores, o que só é possível depois de anos e anos de concurso público, durante os quais a economia e a arrecadação já terão crescido. Vê como é possível? Precisa de organização. Vai pressionar no início. Mas o País pode pagar, nossas famílias merecem e pagam imposto por isso e depois de tudo instalado é só manter os quadros, enquanto a economia não parará de crescer no tempo, ao menos até 2050 (e sem mais surpresas internaionais como em 2008), segundo projeção da Golman Sachs, e o custo vai diminuindo percentualmente ao nosso PIB. É por isso que hoje, oito anos depois e muitas contratações a mais, o custo do funcionalismo está em 4,9% do PIB, enquanto que na época de FHC, com muito menos funcionários públicos, o custo chegou a 5,4% do PIB. Crescendo a economia e arrecadação, tudo é possível.

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