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Há projeto – crítica ao artigo “Falta Projeto” da Miriam de hoje, 08/03/2012

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Tenho que apresentar uma crítica ao artigo da Miriam em seu Blog de hoje, 08/03/2012, intitulado “Falta Projeto”. Acesse o artigo da miriam em http://oglobo.globo.com/economia/miriam/posts/2012/03/08/falta-projeto-435092.asp

Concordo com o que ela disse que devemos investir em educação, inovações e criar ambiente para um novo cilco de crescimento sustentável. Concordo também que discutir qual governo foi o responsável pela situação favorável econômica em que estamos não afasta a verdade de que as políticas aplicadas foram complementares, naturalmente falando do PSDB e PT. Daí pra frente divergimos.

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Primeiramente ela admite a diminuição da pobreza e o aumento da classe média, o que aumentou nosso mercado interno, mas considerou, na minha interpretação de seu texto claro e direto, que isso foi consequência da estabilização econômica, assim como toda a situação econômica favorável hoje não seria possível sem a estabilizaçõ econômica. Isso está errado. Sim, a situação econômica de hoje não seria possível sem estabilização, mas a estabilização por si só não resultaria no que ocorre hoje em nossa economia. Foram as políticas firmes de transferência de renda (Bolsa Família em especial), política de aumento de salário mínimo, política de formalização de empresas e de empregos, política de inclusão previdenciária, que gerou valores e renda para o brasileiro sair da pobreza e engrossar a classe média. Portanto, houve projeto de diminuição de pobreza e desigualdade e de crescimento do mercado interno.

Quanto a investimentos em desenvolvimenbto tecnológico, enquanto FHC aumentou muito o investimento da FINEP, chegando a uns 3 bilhões de reais, quando o costume antes de FHC era bem inferior, o Governo do PT chegou a apresentar valores de 30 a 40 bilhões na Finep para desenvolvimento de novas tecnologias. Também foi no atual Governo que as Bolsas de Mestrado e Doutorado duplicaram de valor, estando ainda perto de um décimo do valor das Bolsas na Europa, entre R$1.200 e R$3.000,00. Também foi no atual Governo do PT que foi votado o Piso Nacional do Professor de R$1.500,00, ainda baixo mas 55% superior ao piso no Estado do Rio de Janeiro de atuais R$900,00. Também hoje qualquer estudante pobre que queira fazer qualquer curso superior pode fazê-lo, pois será financiado por algum programa federal (FIES e outros), que estão a pleno vapor, assim como foram criadas 214 Escolas Técnicas em todo o País e mais quatro universidades Federais. Isto é projeto de investimento em pesquisa e educação.

Quanto a área comercial, FHC criou superteles e apoiou outras empresas e conglomerados através do BNDES em seu período e o PT fez o mesmo em seu período com carnes e construtoras, mas foi o Governo do PT que desenhou finalmente e executou programas de expansão internacional de prestação de serviços por empresas brasileiras, principalmente de construção na América Latina, fazendo o que os EUA já fazem há décadas e criando renda e emprego para brasileiros. Também foi o PT que abriu mercados que antes não tínhamos como temos hoje, tanto na América Latina, como , principalmente na Índia, África do Sul, México e principalmente China e África em geral. Isso é projeto na área comercial. Gostaria de mencionar que apoiar conglomerados brasileiros é certo, desde que não se prejudique a concorrência. Os EUA apoia seus conglomerados de petróleo, aço, armas, químicos e muitos mais há décadas e ainda dá subsídios bilionários às suas indústrias menos competitivas, como da agro-indústria (álcool, laranja, algodão e outros).

Ainda quanto ambiente econômico, foram a mídia e os interlocutores do mercado, em especial dos bancos, que exigiram juros altos desnecessariamente, inclusive a própria Miriam, durante todo o ano de 2010 e ainda em 2011, mesmo com EUA, Japão e Europa baixando juros e praticando juros negativos. E isso quebrou nosso crescimento. Quando o Banco Central em agosto de 2011 baixou juros contra a expectativa de mercado, prevendo arrefecimento da crise internacional e grande queda do PIB, TODO O MERCADO, A MÍDIA e A MÍRIAM foram contra e ficaram espantados, mas o Banco Central estava certo (este Blog apoiou imediatamente e inclusive exigia a medida muito antes). E a inflação que ocorreu em 2010, em virtude de PIB de 7,5%, ocorreu por causa da atuação do governo para incentivar investimentos internos diante de falta de dinheiro estrangeiro por causa da crise internacional. Então, o governo não atua apagando incêndios econômicos e sem projeto ao meu ver, mas tem projeto e atua de acordo com as necessidades do mercado para levar adiante um projeto de ambiente econômico bom para realização de negócios e manutenção de crescimento econômico e criação de empregos a brasileiros.

Da parte de reforma tributária, por que FHC não fez? Porque não é fácil. Mas durante o Governo do PT ficou pronto o projeto de reforma relatado pelo honorável e inteligentíssimo Francisco Dornelles. Mas não vai à votação porque ninguém quer perder receita e se em tese ninguém perderá, na prática ninguém sabe. Mas o governo fez várias adaptações tributárias para o setor produtivo em especial, além de revisões de tabela de imposto de renda para os indivíduos, o que FHC em oito anos não fez uma única vez. Então, há projeto e atuação efetiva na área de desoneração de tributos.

Assim, senhores, fui obrigado a desconstruir praticamente todo o artigo da Miriam, para que você não fique mal informado.

Podemos sim discutir se os projetos aplicados são melhores do que outros que poderiam ser postos em prática. Mas nem mesmo a oposição apresenta projetos alternativos ao que está sendo feito, portanto, mérito do Governo atual do PT em tudo o que fez e que nos colocou na situação econômica em que estamos. Podemos ainda discutir o que deveria ser feito de melhor para frente, mas negar tudo o que foi feito e dizer que tudo de bom ocorreu por causa de estabilização com plano real é a maior piada da História do Brasil.

Vamos respeitar a inteligência do leitor. Estamos aqui para não acharem que engolimos tudo o que se escreve.

p.s. de 22/03/2012 – revisto e ampliado.

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