Senhores e senhoras, vejam que interessante. Em alguns momentos aqueles lobos de má-fé, por mais astutos que sejam, acabam deixando a pele de cordeiro cair… é nesse momento em que você, leitor atento, deve ver a rápida e lépida nuance da verdadeira face do monstro que se apresenta como gentleman. Cabe a você, neste momento, adaptar seu radar natural para as “boas” ações futuras deste que em milésimos de segundo voltará em breve para sua aparência de gentleman, mas continuará a ser o monstro ou lobo por dentro, agindo em má-fé, cotidianamente para te prejudicar, o teu país, os outros e seus países. O que se deixa acontecer aos outros, amanhã pode ocorrer contra você e seu país.
As recentes manchetes da grande mídia brasileira é a de que Obama declarou a Venezuela ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos. Neste sentido os artigos abaixo e seus endereços no Jornal on Line, o G1:
“Obama declara Venezuela uma ameaça à segurança dos EUA”
“EUA consideram uso da força contra civis na Venezuela como inaceitável”
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/02/eua-consideram-uso-da-forca-contra-civis-na-venezuela-como-inaceitavel.html
Agora, eu lhes pergunto: Como a Venezuela pode ser ameaça à segurança dos Estados Unidos da América?!?!!?
Ela está cercando os EUA? Ela promoveu atos terroristas contra os EUA? Ela sequestrou embaixadores norteamericanos? Ela invadiu os Estados Unidos? Ela atacou embarcações ou aviões militares ou civis norteamericanos? Ela degolou 21 civis, funcionários ou militares norteamericanos em território venezuelano? Ela impede a alimentação dos civis norteamericanos? Ela cerca com suas forças militares o território norteamericano ou seus aliados? Como, pergunto, a Venezuela, país que só, não é pobre por causa do petróleo, com dificuldades econômicas e sociais, exatamente está pondo em risco a segurança dos Estados Unidos?
E por que, perguntamos, o uso da força contra civis opositores na Venezuela é inaceitável para esse país magnânimo e preocupado com os direitos humanos em todo o mundo, mas, por exemplo, a violação a direitos humanos em Serra Leoa, Chade, Libéria, Guantanamo (sob responsabilidade dos EUA), não é ?
Por que a violência contra civis em determinados países é mais “inaceitável” e exige medidas e sanções norteamericanas do que a violência contra civis em outros países? Há um padrão nessa escolha de relevância da defesa de direitos humanos? Será que é porque na Venezuela tem petróleo e no Chade, Serra Leoa e Libéria não têm? Então os direitos humanos são mais importantes onde o interesse econômico é maior? Então o importante são os direitos humanos ou o interesse econômico?
E os EUA são tão ciosos com os direitos humanos assim? Veja o que a Wikipedia fala sobre Guantanamo, que ainda está aberta:
” As condições dos presos mantidos no campo de Guantânamo foram motivo de indignação internacional e alvo de duras críticas, tanto por parte de governos como de organizações humanitárias internacionais.[3] [4] As denúncias chegaram até a Suprema Corte dos Estados Unidos.”
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Pris%C3%A3o_de_Guant%C3%A1namo)
Quero deixar claro que os EUA podem impedir que altos funcionários venezuelanos tenham conta em seu país. Assim como o pode fazer contra qualquer cidadão de qualquer país. Dentro dos EUA eles são soberanos. Então, decretar essa perseguição a bens de funcionários venezuelanos, apesar de ser questionável internacionalmente, na hipótese, já que não são criminosos denunciados internacionalmente ou perseguidos criminlamente na Venezuela ou outro país, é uma medida que o país pode tomar, ao custo de sua imagem de país livre e seguro para investimentos e poupança de estrangeiros. Afinal, dessa forma, ele pode decretar que qualquer um é perseguido do Estado e tomar/bloquear bens.. a medida é obviamente ilegal e esses funcionários podem obter medidas judiciais contra esse abuso do governo de Obama, mas isso pode ser mais caro do que o valor que existe nessas contas..
Agora, DECLARAR A VENEZUELA AMEAÇA À SEGURANÇA NORTEAMERICANA?!?!?!
Qual o objetivo?
Senhores, foi assim com o Iraque. E foi provado que não havia armas de destruição em massa contra os EUA. Pior: o ataque de 11 de setembro foi perpetrado por cidadãos, inclusive da realeza, da Arábia Saudita, mas o atacado foi o Iraque, sob premissa mostrada um engôdo posteriormente. E o resultado? Iraque destruído, dividido em três regiões e criação do Estado Islâmico, que nenhuma grande mídia coloca na conta do desastre de invasão dos EUA ao Iraque. Mas contratos foram fixados com os EUA para fornecimento de petróleo.. rsrsrs
Por um acaso, a invasão do Iraque gerou, sob adminstração dos EUA, a anulação de todos os contratos com os países anteiormente contratados, em especial Rússia, China e Brasil, e a transferência desses contratos antes realizados livremente pelo governo iraquiano de Sadam Hussein, foram para empresas americanas e dos aliados que ajudaram na invasão. Foi dividido o butim da guerra, à revelia do respeito aos contratos realizados legitimamanete antes… isso é preservar a segurança do país Iraque? Isso é proteger a liberdade mundial? Isso é proteger a liberdade de mercado? Não. Isso é fazer guerra e pegar e distribuir o butim. Como vikings faziam ao invadir a Europa Continental ou o território que hoje é da Grã-Bretanha.
Se você, leitor, não conseguir ver a hipocrisia dos atos internacionais, principalmente dos EUA contra a liberdade dos outros povos, contra a segurança dos outros povos, em movimento exclusivo de proteção a seus interesses, mesmo violando o princípio da autodeterminação dos povos através de construção de imagens detestáveis dos países que em seguida pretende subjulgar, a paz mundial, a liberdade mundial, a multiplicidade de culturas, a liberdade política mundial, o princípio da autodeterminação dos povos, sua liberdade e de seu país estarão em risco.
O Blog Perspectiva Crítica deplora o decreto norteamericano que declara a Venezuela uma ameaça aos Estados Unidos. Une-se ao Unasul, Mercosul, Rússia e China, dentre outras autoridades internacionais contra esta declaração infame e expressa total e brutal decepção com a atitude do democrata e, até então, admirado político internacional, Prêmio Nobel da Paz, Barack Obama.
É óbvio que o problema é que com as últimas medidas de Maduro, que pode governar por decreto, o que é um absurdo contra a democracia daquele país (problemas deles), os Estados Unidos estão preocupados com o petróleo que é fornecido aos EUA. Mas o petróleo venezuelano é da Venezuela. Se Maduro não quiser vender mais pros EUA, eles nada podem fazer, a não ser procurarem substituto para importação, como fizemos com a Bolívia que se negou a vender gás por valores que pedimos e ainda tomaram uma refinaria da Petrobrás em seu território. Passamos a importar o gás da Nigéria. Quem perdeu foram os bolivianos que ficaram sem investimentos da Petrobrás.
O problema dos EUA é que o movimento artificial de baixa do preço do petróleo não está quebrando totalmente nem a Venezuela e nem o Brasil ou a Rússia porque a China tem comprado mais petróleo desses países. A nova geopolítica mundial com os BRICS está quebrando o sistema de poder econômico existente e ainda prevalente dos EUA-Europa-Japão, que inclui a Arábia Saudita.
Como os estoques de petróleo estão quase totalmente cheios no mundo e nos EUA, daqui a pouco não adiantará a Arábia Saudita produzir 10 milhões de barris por dia, quando produzia 6 milhões de barris, pois pode ser que não haja comprador, o que poderia ser um caos. Antes disso, a produção terá de cair e o preço do petróleo subir. Por isso as medidas americanas contra a Venezuela têm tempo limitado e curto. E durante esse período em que se tenta prejudicar essas economias do Irã, Venezuela, pré-sal brasileiro, Rússia, com a pressão de baixa no preço do petróleo e embargos econômicos e de compra a esses petróleos (Irã, Rússia e Venezuela), e efeito indireto sobre desestímulo à produçao (caso do Pré-sal no Brasil), a China tem sido a ponta de lança do novo sistema de poder econômico internacional que tem furado essa manobra de dumping internacional do preço do petróleo pela Arábia Saudita. A China prefere pagar um pouco mais para garantir a concorrÊncia do mercado de petróelo do que ver os EUA e Arábia Saudita dominarem tudo e a submeter a própria China a poucos fornecedores. A China mostra solidariedade com as economias prejudicadas pelo movimento de EUA e Arábia Saudita e fortalece o sentimento de grupo dos Brics, assim como garante que sua economia não se submeta aos EUA e Arábuia Saudita.
O Blog já foi da tese de que o movimento de baixa do petróleo pela Arábia Saudita, via OPEP, visava desestimular a produção do petróleo norte-americano não convencional (isso foi publicado na grande mídia e, como sempre, fazia muito sentido.. o reflexo ao pré-sal pareceia meramente reflexo). Agora, em face de todos esses eventos, parece mais que ambos estão juntos nesse movimento para enfraquecer a concorrência por mercado internacional de venda de petróleo de forma que EUA e Arábia Suadita sejam hegemônicos nesssa área de energia extremamente importante para todo o mundo.
Então, desperte, leitor. Não admita a falácia de que a Venezuela seja uma ameaça aos EUA…. rsrsrs.. isso é um absurdo.. é lógico que o que ocorre é evidentemente o contrário: EUA é uma ameaça à Venezuela. E mais: a Venezuela caminha para uma ditadura? Aparentemente sim. Mas manter-se em ditadura ou não é problema do povo venezuelano. O princípio da autodeterminação dos povos determina que cada povo siga seu rumo, de acordo com suas condições históricas, sociais e culturais.
Pode-se pressionar politica e economicamente para que países que desrespeitam direitos humanos, sociais e ambientais mudem suas atitudes e posturas, mesmo que um ou outro embargo seja questionado internacionalmente. Mas não se pode intervir em país nenhum por estes motivos. Chancelar isso seria chancelar uma “cruzada” por democracia, liberdades individuais, liberdades civis e querer impô-las a países da forma como entendemos correto, assim como o Cristianismo medieval quis impor pela guerra a religião cristão a outros povos. É errado.
p.s.: texto revisado e ampliado.