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Eduardo Campos, Marina Silva, Aécio e Dilma – pleito à Presidência 2014 após a morte de Eduardo Campos

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Tínhamos sugerido a amigos, no mesmo dia da morte de Campos, que a morte de Eduardo Campos poderia aumentar a intenção de voto em Marina da Silva, mas não tínhamos imaginado que logo na primeira pesquisa eleitoral ela ultrapassa-se Aécio. Isso é muito indicativo. Neste momento a reeleição de Dilma perde forte fôlego.

Marina como candidata à presidência, e não à vice-presidência, já tinha atraído 20% dos votos do primeiro turno da última eleição. Então já se trabalhava com a hipótese de após a morte de Eduardo Campos ela poder chegar a atingir esse número no dia da eleição, como candidata direta à Presidência. Mas na primeira pesquisa ela já ultrapassou Aécio por 1%. Ela apresentou na pesquisa da Datafolha intenção de 21% contra 20% em Aécio e 36% em Dilma, segundo manchete do Jornal O Globo de 18/08/2014.

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Acreditamos que a morte de Campos gerou uma forte e intensa propaganda de sua candidatura por inércia da vida e desenrolar dos fatos, de forma totalmente favorável à candidatura do PSB. Isso porque grande parte do eleitorado não conhecia Eduardo Campos. Nós já íamos votar nele e primeiro turno, essa era a opinião do Blog, como já comentado antes, mas muitas pessoas no Brasil não o conheciam.

Com sua morte, lamentavelmente para a vida e para o País pela perda de um grande político, o foco da mídia há dois meses da eleição ficou na vida política de Eduardo Campos. Tudo em horário nobre. Seus feitos, suas idéias. Foi a maior propaganda que nenhum candidato poderia obter de forma alguma. Naturalmente, sendo bom político há muito o que falar de bom dele. Mas mesmo seus erros nõa serão mencionados pela mídia ou mesmo pelos adversários eleitorais, pois isso seria indecoroso para qualquer brasileiro e tanto a mídia, como os adversários políticos que ousem falar mal de Eduardo terá sua imagem maculada gravemente.

Essa situação, naturalmente reverte muitíssimo favoravelmente à Marina. Se Eduardo éra excelente político e cidadão e familiar, quem está com ela não pode ser diferente. E Marina capta essa perspectiva comum do braileiro que não a conhece. Além disso, Marina já tem os votos daqueles que querem renovação na política. Ela não tem uma mácula política ou na vida pessoal; diferentemente de Dilma e Aécio, do PT e do PSDB. Ela, além de super ficha limpa, tem origem humilde e alfabetizou-se aos 17 anos por força de vontade própria. Tem vida política digna e densa e já foi Ministra do Meio-Ambiente no Governo Lula.

Além de ela atrair esses votos, se antes ela tinha votos prórpios, agora ainda tem os do PSB, PPS e dos partidos da base de aliança. Muitos opositores ao PT que não queriam que Marina fosse coadjuvante no Palácio, votariam em Aécio. Mas agora podem votar nela diretamente. E muitos que votariam nela, mas não querem projeto tão pró-mercado como o do PSDB e iam votar na Dilma, agora podem votar nela. Além disso, brasilerio é emotivo. Um traço forte e bonito nosso. E indecisos que souberam de Eduardo Campos e sua vida, agora poderão saber mais sobre Marina, em quem, para quem gosta de humildade, honestidade e renovação política, fica difícil de não votar.

Está aí. Se antes da morte de Eduardo Campos as chances de re-eleição da Dilma eram muito, mas muito grandes pelos enormes feitos dos três governos petistas, agora, com Marina candidata à Presidência, Dilma corre sério risco de embater com marina no segundo turno, momento em que quem vota em Aécio votará na oposição ao PT. Este número conjunto já está em 41%, considerando a transferência automática que nunca ocorre, contra 36% da Dilma.

Agora sim há disputa. Aécio parece que não irá ao segundo turno. E Marina parece ter reais condições de ser Presidente. O único problema para que se concretize essa projeção é o marketing eleitoral e o tempo desigual para os candidatos. O PT tem muito tempo. Aécio tem tempo razoável e Marina tem menos de dois minutos. Mas mesmo aí parece que houve uma intervenção superior de outro plano… e a candidatura do PSB iniciará o tempo de propaganda eleitoral. Ou seja, as pessoas ouvirão em primeira mão, fresquinhos, Marina. Depois os outros.

Não queríamos que a qualidade do debate subisse ao custo da vida de Eduardo Campos, mas sua morte pode ter sido decisiva no fim do projeto de re-eleição de Dilma e da eleição de Aécio. Impressionante. Acompanharemos.

p.s. de 19/08/2014 – As informações mais atuais e detalhadas da pesquisa da Datafolha aqui comentada dá conta de que no momento o crescimento de Marina Silva não se deu à custa de intenção de voto em Aécio ou Dilma, intenções estas que se mantiveram em mesmo nível nas duas pesquisas imediatamente anteriores à recente pesquisa após a morte de Eduardo Campos. Essa notícia também é interessante, pois demonstra que o eleitor está mais amadurecido. A tese de voto por mera comoção perde um pouco o fundamento, pois não mudaram as intenções em Aécio e Dilma somente pela morte de Eduardo. Pessoas que não votariam em Eduardo, seja de pequenos candidatos, seja do grupo de indecisos, nulos e brancos, encontraram em Marina uma melhor candidata para seus anseios. E o segundo turno com vitória de Marina, no caso de embate Marina x Dilma, e de Dilma no caso de embate entre Aécio e Dilma, deixa claro que aqueles que votam em Marina não compartilham do projeto do PSDB mais amigo do mercado e preferem Dilma, enquanto que os que votam em Aécio, como opositores ao PT e oposição consolidada ao governo, votam maciçamente em Marina, na falta de Aécio no segundo turno. Daí a diferença de resultado. Interessante, pois as lógicas ficam facilmente perceptíveis. O voto do brasileiro não é errático e diretamente dependente puramente de marketing eleitoral. Agora veremos o que a propaganda eleitoral pode fazer com esse quadro. Por enquanto, o Blog nota que o brasileiro apresenta uma tendência esquerdista progressista ou social democrata verdadeira, e não a que o PSDB, por exemplo, parece apresentar que é mais a mercado.

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