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Comentário ao artigo “Desanuviou”, de George Vidor

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Como sempre, é possível encontrar o equilíbrio e a verdade econômica nas palavras de George Vidor, um dos únicos jornalistas econômicos que acompanhamos e de quem nunca pudemos discordar em suas avaliações, críticas e apontamentos sobre economia.

Em seu mais novo artigo, intitulado “Desanuviou” ele comenta, como nós já comentamos, sobre o fato de que o horizonte econômico está se abrindo para ao Brasil. Ou seja, não há caos econômico à frente.

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Observe o trecho selecionado:

“A política continua complicada, mas ao menos na economia o clima já melhorou.

Os problemas continuam os mesmos, mas a mudança da equipe econômica promovida pelo presidente em exercício Michel Temer parece que desanuviou o país. Ao menos no que que se refere à economia. A política permanece complicada, com revelações quase diárias na operação Lava Jato. No entanto, todo esse tumulto não tem impedido o Congresso de aprovar medidas necessárias para que as finanças públicas comecem a entrar nos eixos, entre elas a que desvincula parte das receitas da União dos percentuais de gastos obrigatórios.

(…)

A mudança de ambiente sem dúvida ajudará a economia a respirar um pouco no segundo semestre. A diferença em relação ao ano passado é que nessa fase de 2015 a velocidade com que o país estava descendo a ladeira acelerava. Alguns indicadores já começam agora a ser positivos, embora outros ainda estejam deteriorando, o que deixa os analistas financeiros confusos sobre se já batemos no fundo do poço ou não. Ainda que tímida, a sensação de recuperação da economia será maior dependendo da trajetória da inflação no segundo semestre. Se der uma trégua, o Banco Central terá condições de reduzir as taxas básicas de juros (simbolicamente, apenas como um sinal de que a “fera” está de fato controlada).  É o sinal que os bancos esperam para destravar o crédito. Com os juros no nível em que estão, não há quem deseje tomar empréstimos, e nem banco que queira emprestar, com receio de calote.”  

Veja a íntegra em http://blogs.oglobo.globo.com/george-vidor/post/desanuviou.html

Naturalmente ele deu mais ênfase ao reflexo de confiança a partir das decisões políticas de nomeação de expoentes conhecidos do mercado a cargos-chave na estrutura governamental referente ao setor econômico (o que foi importante mesmo e fundamental), mas comenta que o horizonte do segundo semestre é no sentido oposto do que ocorreu no segundo semestre de 2015, ou seja, de melhora, de recuperação e não de piora e imersão em mais caos.

Não houve abordagem d a incongruência informativa em torno do fato de que ao enfatizar o caos nos últimos dois meses, não se atentava para o crescimento do IED (investimento direto estrangeiro de US$80 bilhões nos últimos dois meses, contra média de 60 bilhões de dólares nos últimos cinco anos), nem recordes de exportação (ultrapassando um bilhão de toneladas/ano), nem para o fato de que desemprego com juros altíssimo gerariam decréscimo evidente da inflação, bem como decréscimo do dólar.. o mercado chegou a dizer que comparar dólar a R$4,00 era pechincha e houve os que dissessem que o dólar chegaria a R$7,00!!!

Pois é.. nada disse parece mais estar no horizonte do mercado para o Brasil.. nem a queda do PIB em 4,8% e inflação a 7,5%.. mas os erros do governo anterior, que não desfez as medidas anticíclicas desde ao mesmo segundo semestre de 2013 (medida que seria a correta), aliada ao azar econômico internacional para o Brasil de desde 2013 o minério de ferro e o petróleo atingirem as mais baixas cotações históricas (minério – de US$138,00 a tonelada para US$38,00 a tonelada / petróleo – de US$ 120,00 o barril brent para US$ 28,00 o barril brent), aliada ainda à estagnação do crescimento dos EUA e Europa e à queda do crescimento econômico da China, deixaram um resultado bem negativo: em dois anos houve aumento da relação dívida/pib de 54% para 68%, desemprego de quase 10%, déficit fiscal de 8% e juros de 14,5%, com perda de PIB de 3,3% em 2015 e provavelmente 1,5% este ano de 2016.

Não se observa, no entanto, que o prejuízo dos Europeus e americanos com a crise internacional de 2008 foi muito mais intensa e pior do que esses números e por período muito maior.

Então, ficamos satisfeitos que mais essa notícia, vinda de um jornalista econômico de respeito e bem avaliado por este Blog, venha no sentido de indicar para os brasileiros com certa antecedência de que não há caos econômico. Há fatos econômicos desfavoráveis que, em meio à situação atual, vêm apresentando condicionalidades e fatos que favorecem a economia brasileira para que ela se recupere e continue a se recuperar durante esse ano e os próximos.

Em breve falaremos do mercado imobiliário que continua fraco, em movimento de continuidade de esvaziamento da bolha imobiliária que tanto apontamos por anos antes de ela ser reconhecida e atingir a manchete do Jornal O Globo, bem como para entender e explorar os limites dessa tendência de baixa de valores de imóveis e seus aluguéis, que já dura mais de dois anos, com ênfase a partir do segundo semestre de 2015.

Agora é ver onde se encontra o fundo do poço. Para nós, será o fim do ano de 2016, com estabilidade de preços por mais uns 12 meses a dois anos, período em que dívidas de longo prazo das famílias diminuirão e em que, aguarda-se, o crescimento econômico mundial será retomado.

Por enquanto é só. Parabéns ao George Vidor. É bom contar com outros cidadãos brasileiros que se preocupam em noticiar fatos e a verdade e não os distorcer a serviço de sabe-se lá quem ou de uma visão de mundo que, a nós, é evidentemente artificiosa. 

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