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Atitudes para o Brasil nessa crise de 2011: além do mantra “contenção de gasto público”

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Pessoal, estou lendo que a partir de hoje analistas que pedem queda de juros estão ganhando mais espaço nos jornais de grande circulação… demorou, mas chegou. Como nós pedimos desde fins de 2010 e antes.. aumento de juros Selic quando o mundo pratica juros negativo era risível… mas, fazer o quê se os financistas ainda mandam no Brasil?

Agora que não se pode esconder que a inflação anual cairá em setembro, alguma coisa tinha que mudar… como não querem aumento de investimentos de governo, para debelar a queda muito grande do crescimento econômico brasileiro de 7,5% em 2010 para 3,96% em 2011, alguma coisa eles tinham de apresentar como saída: baixa de juros Selic! rsrsr

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Somente agora estão convencidos de que a inflação baixará… não é convencimento, gente, é constatação do óbvio. Atrasaram o que puderam para obter o máximo de aumento possível de juros Selic e garantir juros reais altos para a banca financeira, mas agora não dá mais para dizer que a inflação está fora de controle.

Bem, assim como mentiram e estavam errados, o que de fato deveria o País fazer? E como deveria ser esse “controle de gasto público”, alardeado como mantra e verdade absoluta e incontestável?

As medidas para um País seguro e saudável são:

1 – Continuidade de compra à vista de moeda estrangeira (dólar) em excesso para não deixar o câmbio entrar em nível que acabe com nossa exportação, ou seja, continuação de aumento de reservas cambiais. Tem custo, mas é um custo pequeno para garantir nosso PIB de 2 trilhões de dólares. Pode-se também adotar, se for necessário, o método chinês de enxugamento de dólares com emissões de títulos de divida, mas não com o juros Selic de hoje, pois isso sairia mais caro do que comprar a moeda à vista como o BACEN vem fazendo.

2 – Continuar investimentos públicos e melhoria de serviço público, dentro de patamares que estejam abaixo da arrecadação. Ou seja, nós temos demanda por serviços públicos e o Brasil não pode parar. O gasto público, portanto não pode parar. Isso não existe. Somente tem que ser dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal, abaixo da previsão de receita, mantendo relação dívida/pib decrescente.

3 – Deve manter-se relação dívida/pib decrescente. Isso pressupõe não congelamento de gasto público. Isso seria burrice com necessidade de re-estruturação e carência de infra-estrutura e contratação de mais servidores para prestar serviço público de qualidade e em quantidade para a população. Portanto, pode haver gasto e até aumento de gasto público, desde que seja compensado com a previsão de receita.

4 – Mantega é ótimo em atacar os canais pelos quais o mercado sangra o País. Continuar aumentando IOF em operações financeiras especulativas que desestabilizem o mercado, desestimulando essas operações. Os aumentos devem, como foi imaginado e executado pelo nosso Ministro da Economia, retirar a remuneração extra que se obtém no Brasil, em comparação com a remuneração obtida no mercado internacional ou em outras operações regulares no Brasil. Retirando essa remuneração extra, esse lucro extra do capital especulativo, as operações “espertas” perdem sentido e estímulo.

5 – Baixar urgentemente juros SELIC!! Somente a baixa do juros público já gera diminuição de gasto público com juros de dívida pública, além de desestimular vinda de dólares excessivos par aplicar em títulos do governo brasileiro, o que também diminuiria a pressão cambial que supervaloriza o real e superdeprecia o dólar. Isso poderia até diminuir a exigência de adoção de medidas no mercado como aumentos pontuais de IOF, facilitando a vida de Mantega.

6 – Já deve-se pensar em alterar as regras de remuneração de poupança para quando nossos juros selic voltarem a 8% ao ano… senão, ao alcançar este patamar os investidores saem dos títulos de dívida brasileiros e vão para a poupança, prejudicando o financiamento da dívida brasialeira.

7 – Deve-se adotar um mecanismo de controle de compras e vendas de imóveis em âmbito nacional para proteger o brasileiro de enxurrada de valores estrangeiros para nosso mercado imobiliário, transformando os brasileiros em uma massa de inquilinos em nosso próprio país. Deveria haver extensão do limite de compra de imóveis rurais (40% estrangeiro e 60% brasileiro) para os imóveis urbanos.

8 – Tudo deve ser feito para garantir normalidade de ambiente de investimentos no Brasil, continuidade de crescimento econômico, continuidade de diminuição de relação dívida/pib brasileira, continuação de aumento de salário mínimo, continuação de aumento de infraestrutura brasileira, crescimento de indústrias brasileiras, manutenção de empregos brasileiros e continuação de profissionalização e valorização dos servidores públicos brasileiros.

Isso é o que enriquece a Nação, não parada de “gastos públicos” a qualquer custo e sem motivação. A economia é muito complexa para que a resposta seja uma só, ou seja, “contenção de gasto público”. A nossa mídia é ridícula.

p.s. 13/08/2011 – texto revisto e ampliado

p.s. 19/08/2011: quero deixar claro que a baixa de juros Selic que sugiro, claro, não é irresponsável. Tem de haver a meta para normalizar a Selic, isso é inafastável, mas o juros é um instrumento forte de controle inflacionário e a inflação tem que ser controlada. Mas como falamos aqui, pode-se arrochar medidas macroprudenciais enquanto se diminui juros selic. Por quê? Porque você inibe o consumo sem aumentar dívida pública, só isso. Tem muito crédito na economia brasileira, então diminua-se um pouco para diminuir, aí sim, pressão de demanda. Agora, não se pode ficar satisfeito com o juros Selic nas alturas e exigindo-se do Ministro da economia um mojnte de medidas heterodoxas para impedir as consequências nefastas de atração excessiva e artificial de capital estrangeiro. Vou abordar o tema em artigo.

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