Início Colunas Atenção leitor: Últimas Informações sobre Bolha Imobiliária e Perspectivas Econômicas para 2016-2018

Atenção leitor: Últimas Informações sobre Bolha Imobiliária e Perspectivas Econômicas para 2016-2018

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Pessoal, em economia não adianta ficar vendo só o momento atual como publicado em massa nos jornais. É importante que você esteja sempre em busca da tendência do mercado. O ideal é que você consiga, e isso é difícil mas não impossível, ver três a cinco anos para frente. Aí é que ocorre a diferença no seu posicionamento que pode te garantir uma situação melhor no futuro. Você pode se antecipar.

Ninguém pode prever desastres ou grandes reviravoltas que podem te beneficiar ou te prejudicar. Um grande exemplo foi o mencionado por Delfim Neto em um antigo artigo, sobre o hoje falido e até então gigante financeiro americano Lehman Bros. Há meses da eclosão da crise financeira americana que gerou a crise financeira mundial, Lehman tinha feito uma captação de alguns bilhões de dólares. Tinha tido demanda para pelo menos o dobro do que captou, mas achou melhor não captar mais para deixar apetite para a próxima.. só que não houve próxima!!! Se o Lehman, no topo da cadeia alimentar financeira global, soubesse que a crise viria, ele deixaria essa demanda pra lá? Claro que não.

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Cientes disso, só podemos conversar sobre tendências e cada um juntar informações sobre estas para discutir e formar sua convicção. No momento estão pululando notícias no Jornal do Commercio, claro, sobre o mercado imobiliário e no Globo, já em doses homeopáticas, sobre os próximos três anos.

No Jornal do Commercio foi publicado artigo sobre a Gafisa ter estoque de 3 bilhões de reais em imóveis residenciais e que não lançaria sequer um empreendimento que não fosse para a baixa renda, através de seu respectivo departamento, a empresa Tenda. Já falamos sobre isso no último artigo sobre o esvaziamento da bolha.

Bem, mais duas notícias surgiram nesta área: em 22/01/2015, o Jornal do Commercio publicou na sua primeira página as manchetes: “BC aumenta juro básico do País para 12,25% ao ano” e “Crédito imobiliário perde força”, este informando que os financiamentos imobiliários em 2014 cresceram somente 3,4% no Brasil, contra a expectativa da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) esperava 15% e que para 2015 esperava-se taxa modesta.

E agora, em 09/02/2015 foi publicada a seguinte manchete no Jornal do Commercio, que sempre falo para vocês assinarem para terem contraponto do Globo (mas o “Valor Econômico” também é bom): “Estrangeiros vão atrás de imóvel com desconto”, informando que estrangeiros especializados em mercado imobiliário estão criando fundos para aproveitar no Brasil o momento de depreciação de valores dos imóveis residenciais, visando a comprar imóveis com 30% de desconto.

Para fechar o circuito informativo, no Jornal O Globo de hoje, dia 10/02/2015, página 21, está publicado o artigo intitulado “Brasil pode crescer entre 3% e 4% em 2016, diz guru dos emergentes”. Mark Mobius, segundo o artigo, informa que acredita que o Brasil vai crescer 0,3% no final de 2015 e que pode crescer entre 3 e 4% a partir de 2016, considerando aumento de preço das commodities, puxados pelo crescimento de China e Índia, mantendo-se, também aquecida a demanda por combustíveis. Mark ainda informa que a questão da corrupção na Petrobrás é mais importante pelo prisma de o que se fará do que propriamente o que se fez, sugerindo que a administração recém-empossada adote a transparência para dar credibilidade ao mercado. Leia a íntegra do artigo.

Observem, o que nos dizem esses dados? Primeiro: o mercado imobiliário brasileiro chegou em um ponto de inflexão e de reflexão.. (risos). Não se sabe nunca onde está o pico de valores: para cima ou para baixo. O interesse de estrangeiros em voltar a comprar imóveis no Brasil é um dado importantíssimo que corrobora com o fato de que estamos no esvaziamento da bolha imobiliária, que houve queda de preços, e que em cima dessa queda de preço os estrangeiros aportarão grandes capitais aqui em talvez um ano, tempo de captação, pretendendo descontos de 30%.

Prestem atenção, senhores, infelizmente quando os estrangeiros aportam capitais, eles o fazem em grandes quantidades e pressionam o mercado para cima. Pode ser que neste tempo de captação vocês que não se endividaram ainda, possam encontrar, antes deles, imóveis com preços interessantes. As grandes empresas estão vendendo pouco, mas pagam condomínio e IPTU. Peçam o desconto que os estrangeiros pedirão!

Se o fim da queda de preços for quando os estrangeiros vierem, pode ser que o máximo de queda seja os 30% atuais e mais algum durante esse ano. Assim, os imóveis terão se valorizado entre 2008 e 2013, 300% no RJ, em média, por exemplo, e recuaram 30%, ou seja 1/3 daquela valorização, e o teto mínimo do preço atual dos imóveis pode ser essa valorização de pouco mais de 200%. Em vários casos houve valorização de 400% e a queda seria para 300% do valor de 2008. O importante é observar que a tendência dos imóveis hoje é de baixa, mas que estrangeiros querem aportar valores aqui e isso pode cortar o movimento de correção. Aí você deve ver seu interesse e fazer suas contas.

Antes do fim de 2014 houve uma tentativa de correção dos preços de imóveis, mas a Dilma, cremos de forma ruim, abortou esse movimento para que a economia não diminuísse crescimento em ano de eleição. Ela aumentou o limite do financiamento de 500 mil reais para 750 mil reais. Agora, não há mais dinheiro e crédito interno tão fácil, pois as pessoas que tinham pretensão de compra e esse crédito já se endividaram. Sem esse dinheiro e com o aumento de juros, o financiamento imobiliário interno pode até ser negativo esse ano, já que o ano passado somente cresceu 3,4%. Esse é um momento para estar atento a ofertas. E quem puder se antecipar à entrada dos estrangeiros, tanto melhor.

Se agora não será possível aumentar demanda por aumento de limite de financiamento acima de 750 mil reais, o que quase ninguém teria condições de contrair, não há pressão para aumentar valor dos imóveis não vendidos, mas os estrangeiros podem acabar fazendo o papel que a demanda interna não consegue e abortar o processo de esvaziamento da bolha imobiliária brasileira. É um problema, mas claro e avisado. E isso ocorre com a Bolsa de Valores também. A bolsa está caindo? Acompanhe o aumento de compras dos estrangeiros e procure tentar seguir esses passos. Você verá a bolsa reagindo e aí, quando a bolsa estiver subindo, você também verá os estrangeiros aumentando a sáida da bolsa antes do movimento de baixa se instalar. Mas o investidor comum tem dificuldade em seguir esses rastros. E o consultor da corretora não vai te dizer para sair do mercado porque os estrangeiros estão saindo, pois senão ele fica sem renda. Complicado.

Mas a verdade é que, segundo Thomas Piketty, enquanto em 1970 5% do capital disponível em mercado ficava parado na forma de investimento rentista, agora este valor é de 65%. Isso é um míssil, uma bomba atômica para economias que garantem total liberdade de entrada e saída de capital estrangeiro. E o Brasil garante essa liberdade. Então devemos estar atentos a estes movimentos. É um grande problema porque você, eu e pessoas físicas ficam com margem de tempo e valores baixos para aproveitar as pequenas janelas que a paralisação desse montante gigante de capital estrangeiro parado e disponível  cria e que deve estar consoante com momento de queda do mercado em que você quer atuar.

Mas como é muito dinheiro, sua mobilização demora um pouco (constituiçao de fundos de investimentos) e acabam sendo noticiados, momento em que você e eu devemos ficar de orelhas em pé e atentos, pois a tendência do mercado, no momento o imobiliário, pode mudar.

A última notícia do Jornal do Commercio, portanto, informando da constituição de fundos de investimentos para comprar imóveis residenciais depreciados no Brasil, se aproveitando do momento de dificuldade das grandes construtoras que não conseguem vender os imóveis e precisam se livrar da despesa, pode criar um teto de valor mínimo de imóveis ao fim de 2015. Isso é uma pena. Mas é isso.
Vamos acompanhar juntos essa movimentação, mas já avisamos: o esvaziamento da bolha imobiliária que já cedeu mais de 30% dos valores atuais dos imóveis pode esvaziar mais um pouco, mas pode encontrar a partir dos investimentos estrangeiros, esperados para fim de 2015 e início de 2016, uma pressão que poderia, não se sabe ainda, reverter ou estancar essa tendência de correção de preço de imóveis no Brasil. Fiquem atentos. Talvez para quem tenha disponibilidade de capital fosse interessante ver o que consegue, mesmo que não fosse o imóvel dos sonhos, pechinchando e talvez nem para morar, mas para alugar… cada um deve fazer sua estratégia. O importante é comprar em baixa e o momento é de baixa com o primeiro indicativo de pressão futura recente de alta: a volta da compra de estrangeiros.

E quanto as perspectivas de 2016-2018? Gente, quem lê o jornal hoje, com essa impressão de caos econômico, talvez ria ou se espante a partir de 2016. Não houve desastre. Uma chuvinha no país todo e a questão energética arrefeceu. Observem. Não está controlada, sem risco, mas arrefeceu bem. O Brasil não vai acabar. A petrobrás não vai acabar (a não ser que os árabes desçam o valor do petróleo para abaixo de 47 dólares por muito tempo, o que não parece que ocorrerá, apesar de terem feito essa ameaça para diminuir a produção de petróleo não convencionla nos EUA, o que de fato já ocorre).
Mas mais do que isso, há previsão de que a partir de 2016 a economia mundial vá melhorar. Inclusive a própria Europa está adotando medidas menos austeras, como a liberação de 1,1 trilhão de euros para circular na economia e acenam com possibilidade de conversa com a Grécia que quer menos austeridade. A França não foi tão austera e não cortou tanto no social. China e Índia continuarão crescendo bem ano que vem, segundo o investidor americano Mark Mobius. E Mark prevê aumento de commodities.

Gente, aumentou petróleo e minério de ferro e soja… o Brasil arrebenta. Economia internacional em alta, e com medidas de controle fiscal no Brasil.. isso tem potencial de crescimento econômico interessante, aumento de bolsa e tal.. fiquem atentos. Não invistam em ações ou imóveis vendo só o que ocorre hoje.  Vendo só o que ocorre hoje parece que não é interessante comprar imóvel e nem ações. Mas o horizonte a partir de 2016 está se configurando como mais positivo do que talvez se imagine.

Mas nunca invista o que não tem e nem valores que você não possa perder, pelo amor de Deus. Esse Blog é para pessoas físicas que não são investidores profissionais e nem investidores de risco. Informamos para as pessoas se anteciparem e acordarem para ver algo um pouco mais à frente do que é publicado na grande mídia.

Quem hoje prega o caos econômico do Brasil, ficará sem entender o que talvez ocorra entre 2016 e 2018. Quem ficar questionando o horizonte desses três anos pode se posicionar melhor sobre o que fazer. É o que tentamos fazer sempre. Aconselho a leitura do livro ” O Tao de Warren Buffet”. Warren Buffet, um dos mais responsáveis investidores mundiais e sempre entre os três mais ricos do mundo é adepto de investir em ações que tenham potencial de se valorizar em 20 anos e não em fazer compra e venda de ações intraday. Mas toda estratégia é válida, desde que você assuma os respectivos riscos. Ele ensina a você ficar atento a tendências e ao horizonte mais longo. Com nossos limites, o seguimos.

Importante salientar que o objetivo do Blog Perspectiva Crítica, na área econômica, é informar o melhor possível, tendo como objetivo suscitar questionamentos e crítica sobre a realidade para que o leitor possa amadurecer suas perspectivas pessoais sobre o mercado. Partimos do pressuposto de que  investidores profissionais erram seus investimentos e que todo investimento apresenta risco. Portanto, a melhor estratégia é sempre poupar, não comprar na alta, comprar dentro de movimentos de baixa, devendo sempre estar atento a movimentos de reversão de expectativas e de tendências de alta e de baixa. Hoje, o crescimento da economia mundial, aguardado para 2016-2018, se de fato ocorrer, o que parece crível, fará reverterem valores para a Bolsa de Valores.  E, hoje, o mercado imobiliário está em baixa, mas a previsão do investimento de estrangeiros pode vir a ser em 2016, uma pressão de contenção do movimento de baixa do valor dos imóveis no Brasil. Isso o que nos cabe ponderar. Movimentações patrimoniais de cada um depende de sua própria responsabilidade e capacidade em obter mais informações e adotar sua própria estratégia de investimentos.

Importante sublinhar que a tendência atual é de baixa, que já há uma queda média de 30% nos valores, um pouco mais ou menos dependendo do local, e que sem a vinda de investimentos de estrangeiros a tendência seria de continuação de queda até um teto de 50%, aparentemente, em função de opinião de uma consultoria americana publicada em 2012 que apontava essa a medida do sobrevalor de imóveis no Brasil após valorização de 2008 até 2012. Sem a confirmação desses investimentos, a tendência continuaria de queda por falta de poupança e capacidade financeira interna e alto endividamento médio das famílias brasileiras, aliado ao aumento de juros para financiamento da casa própria acima de 500 mil reais. E qual a medida do repique de valorização ocorreria se os estrangeiros viessem? Menor do que já ocorreu entre 2008 e 2012, eis que não há valores internos para correr atrás desse repique e criar demanda que sustente um eventual repique.

Mas para investimentos os gringos podem se dar bem, pois pegarão imóveis em tendência de baixa , necessidade financeira de construtoras e apresentarão altos valores, como sempre, para pechinchar. Isso é bom para as construtoras em parte, mas para cidadãos é ruim, pois estanca, como Dilma fez antes, ao aumentar limite de financiamento de 500 mil para 750 mil, o movimento de baixa que nos beneficiaria mais. E daqui a pouco teremos brasileiros morando no Brasil pagando aluguel a estrangeiros… ossos da abertura de capital e estoque de capital alto do primeiro mundo contra nosso tardio enriquecimento. A ver.

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