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Assine a petição pública em defesa do IBC e da Educação Especial

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Pessoal, reproduzirei email que chegou a mim e que explicita muito bem a situação de ataque a que estão submetendo a educação especial, em especial no caso o Instituto Benjamin Constant, escola centenária especializada em educação de cegos.

O email disponibiliza endereço para assinatura de petição pública a ser entregue ao Ministro Fernando Haddad e à Presidente Dilma Roussef. Além disso, descreve muito bem a importância da existência de escolas especiais, a influência positiva desses meios especiais sobre o desenvolvimento de crianças especiais e põe por terra a ignorância de todos nós sobre a realidade de crianças especiais em escolas e turmas regulares, na minha maneira de ver e de acordo com minha experiência direta com relatos de mães de deficientes.

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A política de inclusão automática de deficientes em turmas ou escolas regulares é um crime contra a dignidade e a educação dessas crianças. O processo responsável de inclusão em turmas regulares é mais complexo do que se imagina e exige ótima infraestrutura humana e de coordenação psicopedagógica, que hoje é inexistente no Brasil e na maioria de países no mundo (ainda não soube de um que esteja em nível ótimo). Soube, inclusive, que países europeus que tentaram essa inclusão em massa estão reavaliando a Declaração de Salamanca e os métodos de inclusão. Mas precisamos sempre estar atrás? Precisamos sempre dar passos a reboque dos europeus? Não temos condições de avaliarmos por nós mesmos? É uma pena que nossa elite político-educacional somente se sinta de vanguarda quando copia a última opinião de estrangeiros.

É necessário que haja grupos de psicólogos e pedagogos que avaliem a capacidade intelectual de deficientes cognitivos*, o estágio de educação de cada criança portadora (sim, o atendimento tem que ser individual), assim como deve haver preparação de professores de turmas regulares para educar as crianças especiais.

Deve haver acompanhamento psicopedagógico dos poucos deficientes que conseguem participar ativa e produtivamente de turmas regulares, para ver se estes podem se manter na classe regular (às vezes é indicado psicopedagogicamente que voltem à classe especial para posteriormente voltar à turma regular), além de que deve poder voltar à classe especial se assim for necessário para seu desenvolvimento pedagógico.

Ah, …. mais um detalhe, não há sistema educacional misto existente!!! Não há currículo universitário em que esteja disponível técnica pedagógica mista, ou seja, não há ninguém no País e no mundo que possa, hoje, dizer que é formado para cuidar de crianças normais e especiais ao mesmo tempo!!!!

Bem, .. só daí vocês já podem ter idéia do que está sendo esta política do MEC de inclusão automática.

Segue o email. Assine você também a petição pública. Eu já assinei.

“REPASSEM, POR FAVOR !!!!!!

Assunto: Contra o Fechamento do IBC – Importante, não ignore!!

Como poucos sabem, o MEC decidiu fechar até o final do ano o Instituto Benjamin Constant, uma Escola de Ensino Regular Especializada na Educação de Cegos, com turmas que vão desde a Estimulação Precoce até o 9º ano (antiga 8ª série) do Ensino Fundamental, e com atendimento especializado realizado com os reabilitandos (videntes – pessoas que enxergam – que ficaram cegos por alguma razão).

O fato saiu no jornal O Globo inclusive, mas não chegou a ser a grande notícia da semana, pois poucos sabem o significado da instituição para o país. Não somente querem fechá-lo, mas também ao INES (para surdos) e ir aos poucos acabando com as escolas especializadas em educação especial, qualquer que seja a necessidade.

Nenhum problema haveria nesse projeto se nossas escolas regulares tivessem a estrutura adequada a esse tipo de educação inclusiva que tanto se fala nesse país, mas só fica na teoria. Os alunos especiais sofrem preconceitos dos outros alunos e acabam sendo deixados de lado por professores que não são capacitados a atendê-los. Um aluno especial em uma turma regular dificilmente tem a atenção necessária para desenvolver-se no mesmo ritmo que os demais alunos de sua classe e o método de ensino tem de ser diferenciado.

Em nosso país o sistema de ensino não consegue suprir as necessidades dos alunos regulares, quem dirá dos especiais. Cansamos de ver escolas com falta de material, falta de professores e que carecem de meios para que se tenha controle dos alunos e lhes ensinem valores morais já esquecidos na sociedade atual, e ainda entra em cena o “bullying” (palavra tão usada ultimamente) que emerge desta impotência moral iniciada no ambiente escolar.

Como uma criança ou adolescente especial vai conseguir sobreviver no ambiente mais hostil conhecido pelo homem: a escola? Quem tem filho, irmão mais novo, é professor ou de alguma forma convive com um grupo de crianças ou adolescentes (e se você não se aplica as condições, pense quando era você uma criança ou adolescente que frequentava a escola) sabe que eles são “cruéis” e não perdoam qualquer tipo de coisa diferente do seu radar de certo e errado, ainda em formação.

No Instituto, as crianças se sentem parte de um todo, não sofrem preconceitos mas saem de lá prontas para enfrentá-los, prontos para enfrentar nosso mundo de videntes egoístas. Lá elas aprendem a andar sem cair ou bater em objetos, aprendem a comer, têm esportes específicos, desde pequeninos são estimulados. Alguns dos alunos inclusive passam a semana no Instituto, são alunos internos do Benjamin constant. Alguns alunos são Internos porque os pais não têm condições de levar e buscar, seja por dificuldades financeiras ou de trabalho (as aulas são em tempo integral). Com cuidadores para auxiliá-los a semana toda, dormitórios estruturados, refeições bem preparadas pelas “tias da cozinha” e elaboradas por nutricionistas.

Algumas crianças só têm na vida o Instituto. A maioria das crianças não são somente cegas, algumas têm doenças degenerativas , ou seja, a doença vai piorando a um estado…que…enfim. No IBC é onde elas são aceitas e têm assistência de profissionais capacitados. Só tentar descrever pelo e-mail é complicado, aconselho que tirem um dia e visitem o Instituto. Estar presente e até mesmo fazer trabalho voluntário lá pode mudar o jeito que temos de ver a vida, e com sorte nos tornar pessoas melhores.

Geralmente só percebemos diferentes situações fora de nosso círculo social quando nos afeta de alguma maneira. Quem tem alguém especial por perto sabe das dificuldades que enfrentamos, bate de frente com o preconceito, a desigualdade e o descaso que cai sobre eles.

Meu principal objetivo com este e-mail é conscientizar as pessoas, principalmente os cariocas, da importância desse centro de referência para cegos de todo o Brasil. E é um motivo de orgulho para nós termos tal instituição que capacita tão bem seus alunos. Vamos lutar contra esse absurdo de fechar o IBC, se quiser colaborar agradecemos muito.

Abaixo assinado:http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2011N8365

O Instituto Benjamin Constant fica na Av. Pasteur – Urca (Próximo a Botafogo, na calçada do campus Praia Vermelha da UFRJ e Unirio) caso queira conhecer ou participar da passeata.

e o site: http://www.ibc.gov.br/

Te esperamos lá!”

Ajudemos a Educação Especial. Ajudemos o IBC e o INES. Ajudemos as APAES, todas as classes especiais e todos os professores das turmas e escolas especiais. E defendamos todos os professores das redes de ensino municipal, estadual e federal, além dos alunos de todas as classes regulares que podem ter prejuízo na execução da grade curricular por conta da ignorância e açodamento dos nossos políticos em abraçarem uma bandeira que não entendem com fins, ao meu ver, meramente eleitoral.

abs

Mário César Pacheco

* – Os deficientes visuais e auditivos ainda podem ter aulas em grandes grupos, pois seu intelecto é perfeito, mas os deficentes cognitivos não. E mesmo os deficientes auditivos e visuais precisam da troca de experiências e da solidariedade comum àqueles que passam pelos mesmos problemas e dificuldades. Esse apoio de grupo de classe é importantíssimo para o desenvolvimento intelectual pleno, pois transmite paz e sensação de verdadeira inclusão em sociedade. Está se ignorando que educação e inclusão não é meramente estar fisicamente em uma sala de aula. Também não é meramente ser submetido a uma torrente infromativa de uma determinada grade curricular. O processo educativo passa pela experiênica social e relacional entre o aluno e sua classe, a interação cotidiana com amigos de sala e amigos do colégio, além de uma troca intelectualmente ativa entre o alunos e o professor. Colocar um tradutor de libras, por exemplo, em uma sala em que foram inseridos automaticamenbte três surdos, não facilita sua interação com amiguinhos de turma nem a comunicação entre o aluno e o verdadeiro professor. Somente isola os trÊs meninos especiais na sala, em uma relação aluno e tradutor de libras. É ridículo. É vil. É burro e é criminoso.

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