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Análise Política dos Movimentos Brasileiros dos dias 13 e 15 de março de 2015

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Primeiramente é importante que se diga que a sociedade brasileira parece ter saído da inércia e da abjeção a movimentos de rua. A classe média alta em especial. Mas a sociedade como um todo está indo mais às ruas reivindicar. Isso nos aproxima de experiências políticas como as que acontecem na França e é o que o Blog Perspectiva Crítica quer para o País.

Naturalmente houve movimentos de rua no Chile, Venezuela, Argentina, além dos movimentos “Occupy” por mais de cem cidades nos EUA e outras tantas no mundo… cada uma delas tem seus motivos e a correlação desses movimentos pode ser interessante para analisar as causas que mobilizam um povo, mas essas movimentações de junho de 2013 aliadas às de 13 e principalmente 15 de março são especialmente importantes para o nosso país e não guarda correlação direta com as da Venezuela, Argentina e nem a dos EUA. Tem uma correlação maior com os movimentos do Chile por mais investimento em educação e previdência pública (que lá foi privatizada) e muito maior com os movimentos cívicos praticamente rotineiros na França em que os cidadãos demonstram força e realmente influenciam o governo, mobilizam os políticos e alteram gastos orçamentários.

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É importante que se veja que sem o povo nas ruas, infelizmente, os políticos fazem o que querem com o orçamento que é o dinheiro público previsto para administração pelo Estado, que é todo o Erário. E quando os políticos fazem o que querem com o orçamento, as empresas, que ainda os financiam em suas campanhas políticas, os bancos e a grande mídia são quem dizem onde se deve gastar o orçamento público, independentemente do que seja melhor para a sua família. Esses centros econômicos e sociais do poder defendem seu interesse e de sua família diretamente? Não. Então eles não devem, sozinhos, dizer onde gastar o orçamento público. Mas é o que até junho de 2013 faziam.

Em 2013, em junho, com a “Primavera Brasileira”, denominada assim por este Blog e por muita gente à época por analogia aos recentes e próximos movimentos libertários da “Primavera Árabe” na ocasião, o povo reivindicou espontaneamente nas ruas: corte de 0,20 centavos na passagem de ônibus (em especial em São Paulo, estopim do movimento que se espalhou pelo Brasil), saúde e mobilidade urbana (todas as capitais estavam um caos de trânsito com deslocamentos de até duas horas para o trabalho e depois outras duas horas pra a volta para casa). Reclamava-se que para a Copa do Mundo o dinheiro ia fácil, mas para escolas e hospitais, para as necessidades da população não iam.

O que ocorreu? Em julho o governo federal criou o Programa Mais Médicos, gastando mais 1,5 bilhão de reais por ano só na contratação de 14 mil médicos brasileiros e estrangeiros para atuar no interior e cuidar de 56 milhões de pessoas que não tinham atendimento médico. Ou seja, o brasileiro nas ruas criou consenso nacional e os políticos gastaram o orçamento da maneira como foi pedida. O mesmo aconteceu com a mobilidade urbana: o governo disponibilizou imediatamente, em julho após a manifestação, 50 bilhões de reais (vejam bem.. 50 bilhões de reais!!) para rodovias, trens, metrôs, para garantir a mobilidade urbana.. e já foram gastos ou contratados mais de 80 bilhões nessa rubrica construindo metros, VLTs e corredores de ônibus por todo o país, desde então, o que, em alguns anos, melhorará a mobilidade urbana.

Esses valores não iriam para a contratação de médicos e obras para garantir a mobilidade urbana se o povo não pedisse e não demonstrasse sua revolta. Então os movimentos populares são uma forma de apoderamento do orçamento público. A sociedade ainda não entendeu isso. Na França a sociedade sabe disso. Aqui estamos iniciando. Temos de entender que os movimentos populares criam pressão e consenso social e político para a adoção de medidas governamentais. Movimentos de rua têm o poder de se apoderar do orçamento público.

Ciente disso, a sociedade brasileira deve passar a fazer mais movimentos com pedidos específicos. Não deve pedir mais educação. Isso é genérico. Deve pedir mais universidades, mais qualidade no ensino, plano de carreira para professor e salário de R$15 mil reais para professores em todo o Brasil. Isso não garantirá esse valor para professores, claro, mas o tema salário do professor e valor entrará na pauta pública,

O mesmo para saúde. Não se deve pedir mais saúde. Deve se pedir plano de carreira para médicos e salário de no mínimo R$10 mil reais, R$15 mil reais, para que os médicos públicos possam se dedicar à saúde pública. Não dá para imaginar saúde pública de qualidade com médicos ganhando R$3 mil reais.

O mesmo para a segurança. Policial que ganha R$2 mil reais terá uma dedicação diferente de um policial que ganha de R$4 mil reais a R$6 mil reais. O que ganha dois mil terá de complementar renda e fica mais suscetível a não atender a exigências do comando porque o risco de perder R$2 mil reais é compensado com a possibilidade de obter isso em outro emprego ou na iniciativa privada. Vendedores de cuscus podem ganhar até 6 mil reais por mês e não pagam imposto de renda…

Enquanto a grande mídia e os baluartes do Estado Mínimo e políticos mandarem no orçamento, sua vida melhorará aos poucos, mas com movimentos de rua e percepção do poder de apoderamento do orçamento público que estes movimentos têm, sua vida pode mudar rapidamente de qualidade. Cito um só exemplo: saúde e educação. O Estado Mínimo, a mídia e os políticos não defendem plano de carreira para médico e professor público e nem compatibilidade de salários com sua complexidade laboral. Contratar médicos, professores e pagá-los é “gasto público”. Mídia de mercado e políticos gostam mais de obras, para que empresas recebam dinheiro do orçamento e políticos recebam propinas e paguem suas dívidas de campanha. “Obras públicas”, então, são “investimento” e você é obrigado a pagar plano de saúde e escola privada para ter saúde e educação básica de qualidade. (ver p.s. de 19/03/2015)

Portanto, se houver movimentos populares exigindo investimentos em educação e saúde, mas dizendo como gastar o dinheiro público, aumentando salário de professor e médico, por exemplo, podemos amanhã ficar como o Canadá, França ou Alemanha, em que você não paga plano de saúde para ter saúde básica e nem escola privada para garantir um mínimo de qualidade para a educação de seus filhos. Você pagará plano de saúde e escola privada para ter um plus de serviço de educação e saúde. E assim você se apodera do orçamento público que hoje é de propriedade de empresas financiadoras de campanhas de políticos, dos políticos e da mídia de mercado que tem o poder de criar consenso na sociedade para o fato de que servidor público é gasto, mas obras são investimentos.

Isto foi a análise quanto ao teor mais intrínseco dessa maravilhosa forma de expressão popular que a mídia trata como quase uma festa, mas na verdade esconde e distorce o poder dessas manifestações que é o de o povo se apoderar do orçamento. A mídia não pode dizer isso. Se ela disser, leitor, você vai entender o real poder que você tem e vai passar a fazer demandas que vão competir com o que a grande mídia, bancos, empresas e políticos dizem que deve ser o gasto do orçamento. Isso ela não pode alimentar.

A consciência do cidadão sobre seu poder de influenciar o orçamento cria concorrente com a grande mídia, mercado e políticos sobre como gastar o orçamento público… e esse concorrente é você!! Cuidado. Se você se tornar consciente disso você poderá deixar de pagar plano de saúde e escola privada pra seus filhos e economizar uma fortuna anual de dinheiro para moradia, lazer, cultura, alimentação e vestuário. Rsrsrsrs E o pior, pode deixar a mídia, políticos e o mercado com menos ingerência sobre o orçamento público… e eles podem ficar tristes.. me dá uma dó.. continue sem entender o poder das manifestações que assim mídia, mercado e políticos podem continuar destinando livremente as verbas do orçamento contra a sua qualidade de vida e a favor de enriquecimento deles e das propinas de políticos.

Agora a análise da forma das manifestações.

O movimento de junho de 2013 foi totalmente espontâneo. A mídia não sabia nem como abordar o tema. Não sabiam quem estava fazendo e o que pedia. Então, em matéria de absoluta espontaneidade, esse movimento foi o melhor, por excelência. Não porque ninguém sabia o que ocorria, mas porque não teve influência de políticos, partidos ou da grande mídia. Já o movimento de 15 de março, que foi importante, foi mais construído. A mídia por mais de seis meses publicou sobre corrupção, não sem razão, colocou a figura da presidente Dilma sob desconfiança. Ponderou o envolvimento de pessoas mesmo que não tivessem sido denunciadas, como Lula e Dilma, comparou o governo brasileiro com Venezuela, disse que os investimentos em Cuba foram ajuda fisiológica e ideológica com dinheiro público, assim como contratação de médicos cubanos. E por fim, após as eleições, massificou a informação e postura da oposição de que a Presidente mentiu e fez tudo ao contrário do que disse e afirmou que seria possível um impeachment.

A grande mídia e a oposição têm o direito de falar o que quiserem. A comunicação do governo com a sociedade é ruim e a sociedade não têm uma mídia concorrente da grande mídia para enaltecer a perspectiva do que realmente aconteceu, como nós no Blog já explicamos no artigo “Dilma traiu seus eleitores?”. Mas o fato para nosso artigo aqui é que a sociedade não aguentou mais essas manchetes e acabou tomando uma atitude e indo às ruas protestar contra o quê? Corrupção, Petrobrás e pedindo Impeachment da Presidente da República, além de desfazimento de medidas de austeridade econômica e previdenciária que estão sendo cunhadas irresponsavelmente pela oposição e pela mídia de medidas contra direitos dos trabalhadores.

Então, perceba, não houve surpresa de temas. Os temas foram os veiculados na grande mídia. É claro que não foi a grande mídia que fez o movimento, e a legitimidade da movimentação não se discute, mas é diferente do que ocorreu em junho de 2013 e por isso há o hashtag “#globogolpista”. É golpe? Veja, golpe é revolução à margem da lei. A manifestação não é golpe algum, mas impeachment sem fundamento é. Para as pessoas no movimento era um desabafo e um pedido de punição exemplar, mas o Blog não apoiou o movimento incondicionalmente justamente porque pediam impeachment e isto é uma violação constitucional e legal, com o que se apresenta de fatos contra Dilma até hoje. Violar o Presidente e seu mandato é violar a vontade da maioria dos brasileiros. Isso nem nós, que votamos em Aécio podemos admitir. Não porque é Dilma, mas porque é o Presidente do Brasil. Manchetes de jornal, presunções de que a “Presidente sabia de tudo e foi omissa e deve ser condenada por improbidade administrativa” não são fatos objetivos e nem provas e não fundamentam impeachment.  O dia em que puras manchetes de jornal e suas ilações abrirem processo de impeachment, acabou a autonomia de Presidente e a eleição de presidente, pois a grande mídia mandará no País, sozinha.

Não é demais ponderar que metade do Brasil votou em Aécio, mas apenas um por cento, ou seja, 2 milhões de brasileiros foram às ruas, mesmo sendo domingo. Mas a movimentação é totalmente legítima e como Miro Teixeira publicou ontem no jornal O Globo, a classe média tem o poder de mudar o País sim. Todas as revoluções foram feitas pela classe média: francesa, americana, russa, cubana..

A classe média alta tem razão de reclamar. O governo Dilma e Lula privilegiou muito mais pobres e ricos do que a classe média. O que fica evidente é que o PT se descolou da classe média  e média alta. Classes A e B. Quais os benefícios para essas classes? Não há aumento para servidores públicos, não há aumento para policiais, médicos e professores públicos. Não há assistência pública de saúde e educação e justiça célere que diminuam gastos do cidadão de classe média (A e B). Os filhos de brancos estão sendo excluídos das universidades públicas, um dos poucos serviços públicos que chegavam à classe média alta. O transporte público é pífio, o trânsito caótico. Não se pode ir dignamente ao trabalho e nem voltar dele. Perde-se tempo de estar com a família, amigos e de lazer. Fora isso, as recentes informações econômicas são ruins (mesmo que em perspectiva e comparativas com Europa e EUA em mais de 7 anos não sejam ruins) e a inflação (dentro da meta ainda em 2014 mas talvez fora em 2015) come os salários (que foram reajustados acima da média da inflação nos últimos 7 anos em média, na área privada). Há muito motivo para dor de cabeça da classe média.

Mas chamou muito a atenção do Blog Perspectiva Crítica que as demandas já tivessem sido objeto de ampla e extensa divulgação  e críticas das publicações da grande mídia e, inclusive, que tenha sido pedido impeachment contra Dilma, sem que ela tenha ainda nada de concreto contra si, e não tenha sido pedido o afastamento do Presidente do Senado Rena Calheiros ou o do Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, mesmo tendo ambos contra si inquéritos em tramitação no Supremo Tribunal Federal.

Também parece ter ficado de fora da manifestação a cobrança do julgamento dos mensalões de Eduardo Azeredo, do PSDB, o do Arruda , do DEM, que movimentou sete vezes o valor do mensalão do PT, bem como não houve manifestação contra o PSDB, apesar de o Petrolão e sua lista de denunciados tenham dois figurões do PSDB: Anastasia, ex-governador de Minas Gerais e Senador por Minas, além do falecido Sérgio Guerra (PE), ex-presidente do PSDB acusado de receber 10 milhões de reais para o PSDB sob a promessa de melar a CPI da Petrobrás. Ambos próximos a Aécio, que foi cogitado para a lista e dela constava, mas foi retirado pelo Procurador Geral da República antes da apresentação so STF. Isso parece uma incongruência para uma manifestação que está nas ruas contra a corrupção em geral. Ou é só contra corrupção do PT? Ou é a vontade de que Aécio esteja na Presidência, mesmo não tendo sido eleito a tanto? Não é melhor esperar a outra eleição? Não seria mais democrático?

O recado foi bom.  A manifestação sempre é boa. O importante é que a população consiga fazer mais movimentos sem depender tanto das provocações da grande mídia. A internet permite isso. E é importante que que a sociedade passe a se manifestar de forma cada vez mais autônoma e espontânea, apoderando-se do orçamento público e dizendo onde o quer gastar. Isso é que seria revolucionário. Aí a manisfestação de 15 de março terá seu lugar histórico devido: uma em meio a outras que mudaram a participação popular na formulação e execução do orçamento público em benefício das famílias, retirando verbas do orçamento que eram livre e certamente destinadas somente a empresas, bancos e a políticos.

Quanto ao movimento de 13 de março, não foi ilegítimo, igualmente ao de 15 de março. Eram a classe trabalhadora organizada: sindicatos, CUT, MST. Por mais que a grande mídia e a elite não queira, são parte da população brasileira. Mas o próprio Jornal O Globo entrevistou algumas pessoas que estavam ali dizedno que tinham votado em Aécio, mas não admitiam que se retirasse a Dilma. Isso é fantástico. É a posição do Blog, sem tirar e nem por.

O movimento foi bem menor com um total contado pela grande mídia de 157 mil no máximo. Mas foi dia de semana e é mais difícil que sertanejos que receberam cisternas para captação da água da chuva (800 mil), deixando de andar 2 km com lata d’água na cabeça, se mobilizassem para fazer passeata enquanto lutam contra a sede e fome.. rsrsrsrs

Mas foi bom que tal contingente se apresentasse para não parecer que o governo está isolado e sem nenhum apoio popular. A ausência de 48 milhões de eleitores de Aécio às passeatas de 15 de março também é alguma evidência de que o País não está tão à beira do caos assim e de que a vontade de decapitação de Dilma e do governo federal não é tão inconteste assim..

A existência de manifestações pacíficas nos dois sentidos, de defesa e ataque, ao governo é bom sinal. Não é sinal de bolivarianismo, como a grande mídia quis rotular. Legítimo é só o movimento contra o governo? Cremos que não.

Para muitas pessoas é difícil ver os movimentos de forma fria como apresentamos, pois como se identifica com uma causa ou com outra acusará o Blog de parcialidade. Analisamos os fatos e também temos o direito de apresentá-los como se nos mostram. Nossa imparcialidade é infinitamente superior à da grande mídia. Mas o mais importante, que a grande mídia não diz e que a sociedade não vê, é que a sociedade aprenda que as manifestações, com pedidos específicos, têm o poder de tornar o povo (ricos, classe média e pobres, todos juntos) concorrentes ativos da mídia de mercado, políticos, empresas e bancos em relação à determinação de gastos do orçamento público.

O maior benefício democrático que essas manifestações podem trazer à nossa sociedade é despertar a consciência de que o povo pode se apoderar do orçamento e determinar gastos públicos no que queira e entenda que melhora diretamente sua vida.

Parabéns a todos os participantes de todas as manifestações populares contra ou a favor do governo. Desde que não defendam ilegalidades e inconstitucionalidade, como a intervenção militar e impeachment sem fundamento objetivo ainda, são todas producentes e amadurecedoras de nossa democracia.

p.s.: O Blog do Theotonio dos Santos publica, juntamente com ooutros artigos em outros Blogs, a denuncia de que o movimento de 15 de março teria sido instigado e originado após a visita do Vice-Presidente Joe Binden à Dilma Roussef para pedir alteração do regime de exploração de petróleo de partilha para concessão, abandono da construção de linha de cabo submarino ótico para transmissão de informações de internet entre Brasil e Europa (em construição com a Europa após a descoberta de que a NSA e Aa CIA espionavam e grampevam celulares e computadores dos presidentes da França, Alemanha e Brasil – o “Five Eyes”), bem como pediu para que a Petrobrás deixasse de ser operador exclusivo do pré-sal. Dilma se negou a tudo. Segundo esses artigos, depois disso começou uma ofensiva midiática e de guerra psicológica contra o governo, incitando a população contra o mesmo. E inclusive a organização das manifestações, que passaram palavras de ordem via whatsapp e facebook e outras mídias, que a grande mídia se esforçaria em esconder, originaria de grupos financiados por pessoas e instiuições norteamericanas identificadas no artigo recente do Blog do Theotonio dos Santos como “Movimento Brasil Livre”, financiado, dentre outras fontes, pela Atlas Economic Research Foundation dos irmão Koch. Leia o conteúdo da denúncia de Theotonio dos Santos, dizendo que este é o sistema pelo qual a CIA vem atuando no mundo contra países e movimentos que desinteressam aos EUA no Brasil, Rússia, China e outros países em http://theotoniodossantos.blogspot.com.br/2015/03/manifestacao-de-1-da-populacao.html

O Blog Perspectiva Crítica não pode afirmar sobre essa movimentação da forma como Theotonio, através do autor David, que assina a matéria, denuncia. Mas reconhecemos que houve incitação da população contra o governo pela grande mídia e que as pautas dessa manifestação de 15 de março era a mesma do artigos da grande mídia, inclusive havendo a falta de pedido de afastamento dos Presidentes da Câmara e do Senado, o que, fosse movimento mais contra a corrupação do que contra o governo, com certeza faria parte das reivindicações populares. Também não houve pedido de conclusão dos processos do mensalão do DEM e do PSDB e nem manifestação pela prisão de Anastasia ou revolta contra a denúncia de que o ex-presidente do PSDB tivesse recebido propina de 10 muilhões de reais para o PSDB por ocasião da CPI da Petrobrás. Vemos que a espontaneidade não foi a mesma da movimentação de junho de 2013, sem deixar de ter legitimidade, claro. As origens da mivoimentação aguçam nossa curiosidade. A denuncia de Theotonio deve, no mínimo, chegar ao público. O Globo publicou pequena nota depreciativa, ao nosso ver, sobre a acusação de que a movimentação teve origem em movimentos da CIA. Cumprimos nosso dever informativo, neste tocante.

p.s. de 19/03/2015 – Texto revisado e ampliado. A prestação de serviço público de saúde e educação por ongs, cooperativas e instituições privadas, sob o argumetno de mais eficiência, também é forma de a área privada se apoderar de orçamento público e cargos públicos para suas contratações por currículo (diplomas de Harvard e estrangeiras ganharão dos diplomas de faculdades brasileiras, não esqueçam.. é o cerne da meritocracia.. rsrsrs) que alijam o cidadão dos cargos públicos e de opção de emprego, além de esxtinguir a democracia do preenchimento desses cargos. É claro que isso não se publica na grande mídia.. rsrsrs. E isso não quer dizer mais economia para o Estado… Saibam que enquanto médicos municipais do RJ ganham R$ 4 mil a R$6 mil reais, os 2/3 de atuais médicos privados contratados por Ongs e Cooperativas custam R$18 mil, segundo informações de fontes nossas. Desses valores os médicos privados ficam com uns R$8 mil, enquanto o restante vai para a Cooperativa ou Ong, naturalmente parte desse valor vai para campanhas dos políticos que contrataram a cooperativa. O sistema funciona como máquina de financiamento da campanha seguinte, ao que parece. Cabe à polícia, TCE e Ministério Público verificarem essa correlação… mas o médico privado contratado pelo Estado ganha mais que o público e o Estado gasta até 3 vezes mais imediatamente por um médico. Essa é a eficiência da implantação do modelo de privatização do serviço público de saúde. Bom para médico que não fez concurso público, bom para políticos, bom para ongs e cooperativas e péssimo para você, sua família e candidatos a concrusos públicos apra preenchimento de cargos de médicos públicos, principalmente para o smédicos que não têm rede social, network, links familiares ou de amizade com grandes redes de hospitais ou com os amigos do governo que criam as cooperativas e ongs que serão contratadas a substituirem o serviço público de saúde. É a “Romanização da Adminsitração Pública”, tema de artigo já publicado deste Blog.

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