A situação é de total e absoluto controle. Controle de câmbio, controle inflacionário, controle orçamentário, com produção de postos de trabalho ainda positivos, porém em ritmo bem menor. A atividade econômica esfriou e a previsão é de crescimento do PIB em torno de 3,5%, apesar de o governo focar em 4,5%. É possível aumentar o PIB (e produção de emprego) desse ano se continuarem medidas de estímulo ao consumo e ao crédito, em especial pelas medidas de diminuição de juros bancários e selic.
A produção de empregos já chegou à média de 250 mil mensais no governo Lula (período 2002-2010). O PIB chegou a crescimento de 7,5% em 2010. Neste cenário, o juros Selic, pressionado pelo lobby financeiro chegou a 12,25%, nunca tendo a inflação ultrapassado o teto da meta anual de 6,5%, incluindo os últimos dezoito meses do Governo Dilma. A remuneração de juros básicos em 12,25% atraiu muitos dólares artificialmente ao Brasil baixando o dólar aos menores patamares históricos R$1,50, fato que, por sua vez, começou a quebrar nossa venda externa, facilitar importação e diminuir a participação de nossa indústria nacional do mercado nacional, ao mesmo passo em que com tais juros altos as instituições financeiras se enriqueciam e a dívida pública mantinha-se pressionada. O resultado recente foi queda do PIB de 7,5% em 2010 para 3,5% em 2011 e produção de emprego atuais em não mai de 130 mil vagas por mês.
Com o esfriamento da economia mundial, finalmente nossa economia conseguiu a oportunidade de baixar a Selic, contra o lobby financeiro. A queda do juros Selic aos atuais 9% ao ano, aliado ao aumento de IOF para operações de arbitragem de juros (estrangeiros e brasileiros pegavam dinheiro no exterior a baixo juros e aplicavam em títulos públicos brasileiros que pagavam muito e simplesmente embolsavam essa diferença, baixando o dólar artificialmente no Brasil), acompanhado ainda de política de compra constante de dólares no mercado à vista pelo Banco Central, gerou a apreciação do dólar e trouxe o patamar do real a valores mais compatíveis com a normalidade do ambiente econômico favorável à venda de produtos brasileiros e desestímulo a importações de bens de consumo.
Essas medidas poderiam ser inflacionárias, caso a família brasileira não estivesse já endividada. Na verdade a apreciação do dólar gerou impacto inflacionário no IGPM, que teve última sondagem em abril/2012 indicando aumento de 0,89%. Como a meta para IPCA e IGPM deveria ser de 0,45% o setor financeiro está dizendo que as medidas boas de baixa de juros selic e bancários está gerando inflação. Mas isto é mentira, pois o aumento do dólar gerou aumento imediato do IGPM (em cuja composição a oscilação do dólar pode ter efeito de até 66%), mas com a manutenção da oscilação do dólar entre 1,90 e no máximo 2,20, em caso de a Selic descer de 8,5% (possível somente após medida governamental de alteração de remuneração da poupança – outro gol de placa do governo), haverá pequena faixa de oscilação e apreciação do dólar, o que significa que o reflexo no IGPM diminuirá de novo e estabilizará.
Nâo é por outro motivo que as negociações de mercado de juros futuros encontram-se decrescentes (negociando a perspectiva de queda de juros no futuro), assim como as previsões de juros IPCA não ultrapassam a meta inflacionária nem para este ano (previsão de 4,5%) nem para o ano que vem (previsão de IPCA em 5,12%).
Portanto, a “pressão inflacionária” apontada no momento e que repercutiu mais no IGPM do que no IPCA, vem da apreciação do dólar, causado pela atuação responsável do Banco Central em baixar juros selic, diminuindo a dívida pública, ao mesmo tempo em que estimula a economia que esfriou e enseja previsão de crescimento do PIB de menos de 3% este ano de 2012, contra 3,5% ano de 2011 e contra 7,5% do ano de 2010. Correta a atuação do Banco Central, portanto. Também correta a atuação em mercado à vista para enxugar dólares que ainda vinham artficialmente para titulos da dívida pública através de arbitragem. O combate do governo e do Banco Central à arbitragem de juros se deu corretamente e eficientemente através de leilões no mercado à vista e através de aumento do IOF sobre estas operações.
Com isso, cria-se a possibilidade de diminuição da dívida pública por pagamento de menos juros selic, ambiente de desetímulo à compra de importados e de estímulo à venda de produtos brasileiros no Brasil e no exterior, ajudando a aumentar o PIB e a oferta de empregos.
E tudo isto está sendo feito sem crescimento de dívida pública, a qual continua apresentando decréscimo, se visualizada a relação dívida/pib brasileira que hoje já está abaixo de 36% do PIB, enquanto EUA, Japão e Europa estão acima de 90% em média (Japão segue recordista com 220% de relação dívida/PIB).
A luta do governo pela baixa de juros bancários através de competição induzida pela baixa agressiva dos juros cobrados pelos bancos públicos está colocando em pane o lobby financeiro, mas como o governo já está executando e está decidido (graças a Deus), os privados estão sendo obrigados a baixar e isto gera uma nova possibilidade de a família brasileira endividada reorganizar suas finanças. Mas duvido que gere grandes aumentos do PIB, já que a dívida alta das famílias foi contratada recentemente (entre 2008/2010) e com bens de valores altos (em especial automóveis e imóveis). Primeiro terão de pagar suas dívidas para consumir mais, portanto, estamos em momento de correção de valores, baixa de venda de imóveis e automóveis, os quais têm seus preços diminuídos, à medida em que não conseguem baixar seus estoques (a queda de venda de automóvies em abirl de 2012 chegou a 15%).
No plano internacional, a troca de partidos europeus por aqueles que são contra a austeridade pode gerar uma alteração no ataque à crise finaceira internacional, com mais produção de emprego, mas ao custo de inflação maior na Europa. Isso significa que as finanças públicas podem sofrer, mas o povo sofreria menos durante este processo de reestruturação finaceiro-orçamentária dos países endividados.
De qualquer forma, não há saída para a Europa. Deverá ficar de dez a quinze anos em baixo crescimento, com baixa geração de empregos, e limpando a dívida pública por todo este período ( a não ser que haja contratação de calote da dívida como a Grécia parece poder adotar). O mesmo se diga dos EUA (com perspectivas melhores de crescimento de pib e de geração de empregos do que a Europa) e do Japão. China também prevê diminuição de ritmo de crescimento. Portanto, não há horizonte de pressão inflacionária para o Brasil vindo do exterior, ao mesmo tempo em que nosso crescimento econômico, com diminuição de relação dívida/Pib e com controle inflacionário e flutuação controlada do dólar e diminuição de juros selic e juros bancário ensejam perspectiva de continuidade de geração de empregos, renda e diminuição da diferença de renda e qualidade de vida do cidadão brasileiro em relação ao cidadão europeu, americano e japonês.
Tudo está sob controle neste momento e evoluindo positivamente para empresas nacionais e para o cidadão brasileiro, com sacrifício (ou reajuste) somente imediato da lucratividade do setor bancário. O Blog apóia toda esta configuração econômica atual.
Seguimos acompanhando.