Desculpem-me, mas isto é um blog. O texto pode ser direto. Minha responsabilidade é com brasileiros em primeiro lugar. Então, a situação exige poucas palavras.
A crise européia está grave e sem perspectiva de melhoras. A queda de Pib europeu, a continuidade de aumento de relação dívida/pib de países europeus e o aumento de taxas de desemprego europeu inspiram o cuidado máximo possível antes do caos.
Não há definições de medidas que possam aparentar colocar as coisas no lugar, pessoal. Os banqueiros, analistas, operadores de títulos subprime, agências de rating que endossaram a garatnia de títulos subprime e os niveis de “solidez” de todos os bancos envolvidos que vêm desde 2007 sugando a economia privada e pública européia, americana e japonesa, não serão responsabilizados pelos prejuízos sociais causados pela sua conduta irresponsável em negócios e avaliaçoes de negócios.
Sem crescimento econômico a relação dívida/pib fica com dificuldade em diminuir. Mas para crescer a economia é necessário investir. Como a área privada, como sempre, foge no primeiro sinal de risco efetivo para seu patrimônio (o grande mercado fantástico, vencedor e herói..rsrsrs), a função de investir recai sobre os Estados para obter crescimento econômico. Só que este investimento aumenta relação dívida/pib. Está vendo?
Ninguém quer o caos, mas, senhores, ninguém pode fechar os olhos para os fatos. Se isso estivesse ocorrendo no Brasil, todo o dinheiro europeu, americano, japonês já estaria fora do nosso país.
Sou a favor de o Brasil ajudar estes países, via FMI, através de investimento no FMI e obtenção de respectivo aumento de poder de voto. Até porque os estrangeiros nunca dão dinheiro para o Brasil de graça.
Agora, desejo ver o patrimônio individual de cada brasileiro que vive e trabalha no exterior em segurança. Já disse isso em outro artigo sobre dicas de previdência para brasileiros no exterior, só que agora a situação se tornou ainda mais grave, com risco de quebra de bancos europeus em quantidade alta. Por isso aviso: brasileiros, por favor, tomem precauções em relação a seu patrimônio em dinheiro na Europa, EUA e Japão. Transfiram boa parte do que têm para o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal ou Bradesco ou Itaú, qualquer um dos quatro grandes brasileiros.
Os bancos espanhóis estão carregados de títulos europeus que hoje apresentam-se arriscados. O mesmo com Itália, França e Alemanha. A estatização de bancos em breve pode acabar sendo solução para muitos bancos, mas o sistema bancário europeu é gigantesco. Para quê se arriscar aí fora?
O Brasil é hoje talvez o país de finanças mais sólidas em todo o mundo e de sistema financeiro de longe o mais robusto em todo o mundo.
Escrevo para você que é leigo em economia, porque tenho certeza de que todo brasileiro rico e com patrimônio declarado ao imposto de renda, já deve ter feito isso (transferido suas reservas em dinheiro declarado para bancos brasileiros ou suíços) há algum tempo.
Com a situação como está, eu não confiaria sequer no limite de garantia que está sendo endossado pelo Banco Central Europeu e pelas regras e fundos bancários europeus.
Não é ser trombeta do apocalipse ou apregoador barato de catástrofe. Estou sendo racional e ponderando somente o seguinte: a coisa está tremendamente feia. Eu não vejo medidas tranquilizadoras ou que indiquem saída em curto ou médio prazo.. e ainda nem sequer em longo prazo. Então, para quê correr o risco com o seu dinheirinho.
Informe-se. Confira o que digo com amigos do mercado financeiro. Tomem medidas antes de começarem a fazer isso em massa, caso isso ocorra. Porque, amigo, se isso ocorrer, talvez você não tenha tempo de salvar o seu.
Os europeus, americanos e japoneses não têm saída. Mas vocÊ tem: ponha seu dinheiro no Brasil. É o alerta de um amigo e concidadão brasileiro.
p.s. de 19 de junho de 2012: texto corrigido e atualizado.
p.s. de 03/07/2012 – a recente queda de rating de bancos brasileiros, sob a alegação da Moody’s de que é uma ampla revisão metodológica de rating de todos os bancos, passando a aproximar o rating de bancos do rating dos respectivos países de origem ou dos países em cujos títulos de dívida o banco investe, é o movimento possível estrangeiro para impedir uma avalanche de transferência de valores de bancos europeus, americanos e japoneses para bancos brasileiros, indianos e chineses, que estavam ficando com rating superior ao dos bancos europeus. Os bancos brasileiros continuam igualmente os mais sólidos, líquidos, menos alavancados de todo o mundo ocidental e sua exposição a títulos da dívida brasileira é a exposição de melhor qualidade possível no mundo atual, eis que a relação dívida/pib (indicativa de capacidade de pagamento do País) é a menor dentre os países da OCDE, de toda a Europa, bem como em relação aos EUA e Japão. Brasileiros, enviem logo suas economias para os bancos brasileiros!