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Warren Buffet, Itália, França, Míriam Leitão e real carga tributária americana

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Quero parabenizar a Míriam Leitão por ser a primeira (que eu li) a noticiar a postura de Warren Buffet em afirmar que os EUA mimam demais os super-ricos e que cabe a eles dar alguma parcela de sacrifício para o País em forma de impostos.

Warren Buffet é fantástico. Na mesma notícia a Míriam informa que Warren Buffet declarou entender injusto ter de pagar carga tributária de 17,5% enquanto seus funcionários têm de pagar entre 31 e 44%!!!

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Veja que somente aqui temos duas informações: ricos são superprotegidos nos EUA (que cortam assistência médica e social de pobres) e a carga tributária de classe média alta e ricos (funcionários de Buffet) é de 31% a 44%. Assim, a carga tributária no Brasi de 34,4% é tão alta? Vocês sabiam que nos EUA a transferência de herança tem aumento de imposto quanto maior é a herança e varia de 3% a 77%? É de se pensar sempre na melhora do nosso sistema tributário, mas devemos ver exatamente como, porque e para quê.

Não há nem nunca houve explicitação pela mídia de como se distribui a carga tributária dos países que comparam com o Brasil, sendo certo que a carga da Espanha é a mesma: 34%. Mas lá o espanhol não precisa pagar educação ou plano de saúde se não quiser. Vamos aplicar bem nossos impostos antes de pensar em diminui-los? Mais médico e professor por favor!

Voltando a Warren.. após sua atitude, e Miriam nos noticia isto mais uma vez (palmas sinceras), milionários americanos se propuseram a apoiar sua sugestão e declararam aceitar impostos maiores. Ótimo.

E enquanto os americanos tentam recompor seu País, rasgado pelo egoísmo do Tea Party e dos políticos republicanos, a Itália e França já instituem impostos para as camadas mais ricas, tendo sido a proposta italiana muito mais abrangente do que a francesa.

Na Itália sugere-se imposto extra de 5% sobre renda superio a 90 mil euros anuais e 10% a renda superior a 150 mil euros. Na França a sugestão é de imposto extra de 3% sobre rendas superiores a 500 mil euros anuais. Mais marketing do que realmente esforço nacional.

Mas tudo isso é uma nova onda muito positiva. Muito interessante. Também é inteligente, porque se a economia não decola, a história mostra que o fosso produzido pela desigualdade, quando se aprofunda demais, termina preenchido por sangue… e lógico, o dos próprios ricos acaba sendo derramado, se não alvo principal. Se hoje não será sangue literalmente, como na Roma Antiga, com certeza seriam as propriedades.

Inteligente, repito. Sempre achei interessante a seguinte frase que, em meio a uma discussão, uma vez cunhei: se não se pode ser altruísta por princípio, seja por interesse. Espero que venha imperando o altruísmo por princípio, mas os ricos que não concordam deveriam se juntar ao movimento, nem que seja para defender a parcela maior de seus patrimônios…

p.s. 26/08/2011 – texto revisto e ampliado

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