Início Colunas Revista de fim de ano – pout-pourri econômico, político e social

Revista de fim de ano – pout-pourri econômico, político e social

536
0

Pessoal, mais um ano de críticas a informações incorretas publicadas pela mídia se passou! Mais um ano de enaltecimento de bons artigos também! Vejo que o saldo foi positivo, haja vista que notei uma parada de proliferação em massa de informações mentirosas como ocorreu em época de eleição pra presidente de 2010 e que ocorreu também durante todo o período agudo de crise econômica mundial.

A mídia também tentou ridicularizar os Blogs Sociais, mas o fato é que quem lê de verdade e quer entender os fatos não se importa com grife da informação e sim com a qualidade da informação que chega a ele e isso ele e seus amigos e familiares podem avaliar e conjunto ou mesmo sozinhos.

- PUBLICIDADE -

A informação é um produto que não pode ser rotulado por ninguém além do leitor acerca de se é bom ou ruim. Não tem informação da moda. Tem informação. Tem informação boa ou ruim. Tem enfoque bom ou ruim. Tem viés num sentido ou noutro. Tem interesse informativo subliminar ou explícito. Tem artigo informativo e tem artigo indutivo.

Foi um ótimo ano para a informação de melhor qualidade.

As previsões estapafúrdias de início de ano do Boletim Focus, que antes sempre puxavam para cima todas as condicionantes econômicas para tentar semear uma expectativa de alta aguda da inflação, com o interesse de manter os juros básicos sempre no mais alto patamar e garantir lucro fácil aos bancos às custas da dívida pública, não ocorreram este ano de 2012.

Depois de podermos constatar erros evidentes de raciocínio, de lógica entre elementos ponderados para gerarem números que ensejassem sempre aumento de selic, em 2012 houve conversão de expectativas de mercado, governo e índices oficiais para todos os elementos econômicos: PIB, inflação, taxa de câmbio, balança comercial, taxa de investimetno, taxa de poupança, endividamento das famílias, taxa de crédito, … Ou seja, a manipulação da expectativa das pessoas comuns quanto a esses elementos, que eram sempre interpretados favoravelmente ao mercado no início do ano pra irem se adaptando à realidade no curso da ano, diminuiu muito em 2012. Pude de notar.

Mas há manutenção pela grande mídia, e isso não vai mudar, da filosofia de “quanto menor o Estado, melhor”. Isso hoje está criando grande conflito entre a informação que deve ser passada corretamente à população e a realidade que é publicada sobre os fatos políticos, econômicos e sociais. Isso impede o avanço de nossa sociedade na direção de uma qualidade de vida melhor para todos os brasileiros.

Vida melhor pressupõe salário mínimo justo e digno à população, moradias com qualidade por preços justos, universalização de acesso à educação pública gratuita de qualidade, universalização de acesso à saúde pública gratuita e de qualidade, previdência pública de qualidade e sustentável, compatibilidade entre quantidade de servidores públicos e demanda social por prestação de serviços públicos, remuneração compatível do servidor público em reção à complexidade de sua atividade desempenhada (e corrigida anualmente pela inflação, no mínimo), obrigação de planejamento urbano para que a cada unidade residencial construída corresponda adequado acesso a colégios, postos de saúde, espaços comerciais e de lazer e cultura, bem como a transporte público de qualidade.

Estaremos aqui, em 2013, para garantir que, se tudo isso não possa acontecer, pelo menos que seja explicitada pra a população a realidade do que ocorre, a intenção de solapar estes objetivos pelo mercado através da interpretação equivocada e mal intencionada dos fatos através da mídia de mercado. E sempre que as informações forem de qualidade, estaremos igualmente aqui para aplaudir, apontar os grande jornalistas que ajudam a sociedade a entender os fatos econômicos, políticos e sociais e que elevam a qualidade dos jornais que lhes permitem publicar fatos e perspectivas com autonomia e compromisso com a verdade jornalística e não com a “verdade” editorial pura e simplesmente.

Encerrada esta declaração de fim de ano, devemos somente abordar de forma simples temas essenciais, para que as entradas no próximo ano sejam calcadas em expectativas mais verdadeiras, pois assim é mais fácil conduzir nossa programação pessoal para o próximo ano.

Economia Internacional x Brasil – Há muito criticávamos o déficit gêmeo americano. O abismo fiscal é gravíssimo e a relação dívida/pib americano já passa de 100%. O Brasil está com 35,4%. A queda de desemprego (8% de taxa) americana é mais com base na desistência de procura de vagas o que é péssimo. No Brasil foram criadas 1,7 milhões de vagas este ano e o desemprego chegou a 5,4%. A inflação americana e européia está contida, a custo do emprego de seus cidadãos e de suas qualidades de vida que seriam menos traumatizadas se se adotassem uma abordagem mais keynesiana e gastassem dinheiro também com criação de obras e serviços públicos ao invés de aumentarem a dívida pública exclusivamente com resgate de bancos que criaram o problema da crise econômica. A inflação brasileira também se apresenta ano-a-ano dentro da meta de entre 2,5% e 6,5%, ficando historicamente em torno de 5,0% a 5,5%. O crescimento do pib americano não foi ruim (2,1% em 2012), a Europa em média está em prática recessão com pibs caindo 6% e Alemanha e França estagnados em 0,2%. Brasil esse ano ficará com crescimento de 1,3% ao que tudo indica, mas com qualidade de crescimento muito melhor do que Europa e EUA, pois foi sem recessão, com baixo desemprego, criando muitos empregos novos, e com aumento de renda da população e sem prejudicar a relação dívida/pib!!! Isso é incomparável com o que ocorre nos EUA e Europa, cuja população de pobres vem aumentando, enquanto no Brasil vem diminuindo. E nem vou comentar o fato de a Argentina ter ataques de pobres a supermercados no Natal. Nós somos uma ilha de prosperidade e estabilidade econômica com paz social no mundo. Isso é a mais pura verdade. Concluindo, 2013 aparenta ser um ano menos dífícil para a economia mundial do que foi 2012. Após quedas econômicas graves nos EUA e Europa, a base de comparação pra 2013 ficará baixa e qualquer melhora apresentará um índice interessante para efeito estatístico. Da mesma forma, no Brasil, as medidas de estímulo adotadas do segundo semestre em diante surtirão efeito de fato e estatístico para 2013, melhorando nossos índices, o que faz o mercado prever crescimento acima de 3% do PIB em 2013.

Mantega x Mercado – Gente, falei para um grande amigo, Mário Sérgio, que comentou o artigo do Blog sobre o The Economist pedir a demissão do Ministro: Mantega não é obrigado a acertar índices de crescimento econômico. O Ministro da Economia deve criar condições para o crescimento da economia. Se existem dados sobre os quais ele pode propalar uma perspectiva de crescimento econômico mais positiva, ele deve enaltecê-la, ao meu ver, porque a expectativa subjetiva dos agentes econômicos afeta o crescimento do pib. Essa expectativa deve ser alimentada positivamente com dados reais. A interpretação em sentido contrário pelos analistas de instituições financeiras é de responsabilidade de cada um. É só apresentar outros números contrários aos de Mantega e esperar o resultado. A chiadeira do mercado em torno da expectativa de Mantega para 2012, de pib em 4,5% que acabou em 1,3%, é porque o mercado não soube apresentar números que chegassem a 1,3% fr pib em 2012 e agora tentam culpar a expectativa de Mantega que os teria influenciado. Isso é patético. Façam suas análises e sejam responsáveis por ela. E o pior, ninguém enaltece adequadamente o fato de que a quebra da safra de trigo americana, a piora e/ou não melhora da economia européia e mesmo americana (eua cresceu mas pouco e com abismo fiscal), a perda da safra de tomate no Brasil pioraram índices de inflação no Brasil e prejudicaram expectativas para crescimento econômico no Brasil. Mas isso não foi à toa. Querem sim tirar o Mantega, pois ele é desenvolvimentista e em sua gestão a Selic caiu ao menor índice histórico brasileiro, os juros bancários caíram estratosfericamente puxados por quedas dos juros bancários cobrados pelos bancos públicos e isso atacou duplamente os lucros dos bancos e retira lucros esperados no estrangeiro também para compensar seus prejuízos nos EUA e Europa, com o que nada temos a ver. Sob Mantega, segundo a perspectiva do BLOG PERSPECTIVA CRÍTICA, o cidadão brasileiro enriqueceu e, claro, alguém tinha de pagar por isso e foi justamente a classe financeira (bancos e instituições financeiras). Não que não tenham lucrado. Lucraram muito. Mas o “último peru de ação de graças” do mercado, como comentado no exterior sobre nós e nossos usurários juros selic e bancários, está acabando e aos poucos podemos sonhar com índices de juros bancários, selic, câmbio e inflação em padrões internacionais.

Dilma – Dilma é uma ótima presidente. Infelizmente sacrificou o funcionalismo público, não concedendo reposição integral da inflação a muitas categorias, impedindo o aumento real a outras por necessidades reais de se os manter em suas funções e atrair novos funcionários de alto nível, não universalizou ainda a saúde pública e a educação pública de qualidade. Na Europa, ninguém paga colégio dos filhos ou plano de saúde se não quiser uma educação e saúde diferenciada, e não deixa de ter acesso a tratamento básico e avançado de qualidade por causa disso. Deixa de ter conforto. Deixa de ter diferenciais, mas não o básico em educação e saúde de qualidade. Isso estamos longe de ter no Brasil. Espero que Dilmaela se aproxime disso, busque isso para nós. No mensalão ela permaneceu equidistante e respeitou a autonomia do Judiciário. Não respeitou a autonomia financeira do Judiciário, vetando o aumento real de seus servidores peliteado pelo STF ao Congresso, mesmo estando este aumento dentro dos limites do orçamento do Judiciário que existe somente para ser aplicado em necessidades de investimento do Judiciário. Por outro lado, Dilma não deixou abandonados os Estados produtores de petróleo contra a massa de Estados embevecidos com a expectativa de porem as mãos ainda em 2013 em valores dos orçamentos dos Estados produtores. Dilma protegeu Estados minoritários em uma questão e protegeu o princípio federativo. O ano de Dilma foi cheio. Desejamos a ela um feliz e menos conturbado ano de 2013 e que paute sua conduta sempre em prol da defesa de princípios republicanos e federativos.

STF – Além de nunca se furtar a decidir questões graves, como o caso Raposa do Sol e o caso de manipulação de células-tronco, esse ano de 2012 foi um ano cheio e de postura do STF. Tentou e conseguiu reajuste de seus servidores impedindo agravamento do esvaziamento dos quadros de toda a Justiça da União, se impôs em relação à Dilma para que o projeto de orçamento do Judiciário fosse apresentado sem cortes (o que seria óbvio, mas até hoje o Executivo apresentava o projeto de orçamento do Judiciário como quisesse, como se o Judiciário fosse órgão do Executivo) e agiu primorosamente no caso do mensalão, assim, como impediu a reversão de pauta de análise de vetos presidenciais e protegeu o regimento interno do Congresso e a estabilidade de princípios republicanos e democráticos e federativos. Nota 10 para o STF de Fux e Joaquim Barbosa.

Congresso – Que papelão. As decisões de Dilma e do STF que não agradaram o Congresso geraram as mais estapafúrdias propostas: limite de tempo ao Cargo de Ministro do STF, determinado vitalício pelo Legislador Constituinte (cláusula pétrea que não pode ser mudada); emenda constitucional para que o Congresso possa cassar decisões do STF (tsc, tsc, tsc.. casa de loucos..); motim contra a interpretação do STF de que parlamentar condenado criminalmente por órgão colegiado perde o mandato (o caso é delicado e a interpretação de que somente o Congresso poderia cassar o mandato não é absurda, mas a interpretação ao caso pelo STF é possível, é legítima e é a última palavra sobre o tema. Ponto.); e, para coroar, queriam votar mais de  três mil vetos presidenciais só para não se submeterem  à decisão do STF, em sede liminar no entendimento do Ministro Fux, de que um veto sobre distribuição de petróleo de 2012 não pode ser analisado antes de veto de 12 anos atrás!! Congresso como sempre fazendo piada. E ainda tentaram acabar com o Exame de Ordem da OAB e amordaçar, mais uma vez, o Ministério Público Federal, tentanto impedi-lo de participar das investigações, que foi justamente o que ajudou na qualidade das últimas investigações que colocaram na cadeia ou conderaram várias e várias autoridades de alto nível sejam políticos, Desembargadores e Secretários. Ainda bem que as instituições brasileiras são muito fortes, porque dali pode vir qualauer palhaçada. É fantástico. Eu desejaria um 2013 melhor para o Congresso, mas enquanto não incentivarmos a participação efetiva de bons jovens na política, esses bons dias vindouros vão ficando para frente. É continuar se informando sobre os políticos em quem você vota e ir fazendo sua parte. Muita coisa está melhorando e a responsabilidade por isso é nossa.

Bancada do Rio de Janeiro no Congresso – o Rio de Janeiro sempre viveu pra o País. Nós sempre defendemos todas as bandeiras de todos os Estados e de todas as regiões. Nunca tivemos uma atuação mais voltada a nossos interesses próprios como São Paulo sempre fez. Isso gerou por décadas e décadas a falta de unidade da atuação da bancada parlamentar do Rio de Janeiro no Congresso. O problema de lesa-pátria criada por Ibsen Pinheiro e Pedro Simon de roubar os Estados minoritários produtores de petróleo foi o único caso em que vimos risco ao Estado perpetrado contra a Constituição contra nosso Estado. A retirada do ICMS do Rio de Janeiro na Constituição de 88 também foi aceita pelo Estado, mas o Constituinte garantiu ao menos a compensação financeira do artigo 20 da CF/88. Mas os políticos dos demais Estados quiseram tirar até isso. O pior é que seria precedente para o ataque da maioria dos Estados sobre qualquer minoria em qualquer área e quase todos os Estados têm algo que os beneficia em que são minoria em relação a todos os demais Estados!! Então os políticos do Rio de Janeiro, Deputados Federais e Senadores, estão de parabéns por terem atuado juntos nesse caso dos royalties. Que continuemos respeitando o direito dos outros Estados como sempre fizemos, votando por investimentos no Nordeste, manutenção de subsídios à Zona Franca de Manaus, mas que defendamos também nossos interesses com profissionalismo.

Mídia – Melhorou muito esse ano. Talvez porque os fatos econômicos sejam menos sofismáveis? Talvez porque metade do ano a concentraçaõ foi sobre o caso do Mensalão, que envolveu políticos do PT? Mas também houve questionamento sobre melhora do serviço público e não somente com viés destruidor do Estado, mas também, e aí é novidade, apontando algumas saídas e tocando (finalmente) na questão da remuneração. Apontou-se o baixo salário de professores e médicos. Sim, mentiram sobre médias remuneratórias no Judiciário, fazem médias por alto, incluindo salários de servidores e salários de Desembargadores e altos comissionados nos Tribunais, apontaram médias dos servidores públicos em geral comparando-os diretamente com a méida da área privada em geral, inclusindo em grande parte salários mínimos e pessoas sem educação correlata à dos servidores públicos, mas fizeram alguns bons artigos e verdadeiros (poucos é verdade) sobre a necessidade de adequar verbas e salários. É importante eu dizer o seguinte: a mídia deveria ser neutra, mas não é. A grande mídia no Brasil é privatista, empresarial, é uma mídia de mercado que quer menos tributação, menos servidores públicos, menos Estado, não importa o que isso signifique em prejuízo à população. Ela passa a idéia de que tudo o que a área privada gere é melhor do que o Estado, mas isso é mentira. Na Argentina houve abandono de serviços privatizados e a população ficou a ver navios em relação a trens, metro e águas e esgoto!! Aqui tivemos abandono de hidrelétricas e outros serviços por empresas particulares que ficaram devendo ao BNDES. Isso é pouco divulgado porque o grande mídia quer a privatização de tudo pois assim parceiros seus e ela mesma pode deter a economia em suas mãos, enriquecendo as empresas de seu círculo de negócios e as empresas em geral em detrimento da vida e da riqueza dos cidadãos. Esperamos um 2013 mais isento da mídia, com matérias investigativas não somente sobre o PT, mas sobre o PSDB e DEM. Esperamos a publicização de dados econômicos e fatos internacionais com neutralidade e sem alinhamento direto com a mídia americana e européia. Queremos uma visão brasileira dos fatos do Brasil e do exterior. Esse é nosso desejo para a mídia em 2013.

Nós do BLOG PERSPECTIVA CRÍTICA defendemos o aumento de riqueza do cidadão, entendendo que alguns serviços não podem ser privatizados e que o Estado é essencial para manter uma economia saudável, regulada, que gere crescimento econômico a empresas, cidadãos e a todo o País, garantindo que a qualidade de vida da populaçao aumente sempre até atingirmos o nível de vida nórdico. Acreditamos que cidadão rico gera país e empresas ricas e que não necessariamente tenha de ocorrer que a riqueza do cidadão deva ser somnete consectário da riqueza das empresas.

Um excelente 2013 a todos vocês, leitores e seguidores e a todos nós, BRASILEIROS!!

São os votos do BLOG PERSPECTIVA CRÍTICA!!!

P.S.: Sobre a bolha imobiliária, na China, em recente artigo no Globo, os investimentos em trilhos e estações de trens estão absorvendo a mão-de-obra excedente (demitidos) da construção civil (em torno de cemmil pessoas por mês), cuja atividade cai em função de ter atingidos “seus limites de especulação”. O termo é do artigo. O ano de 2012 foi ano de queda da atividade de construção civil. Seguimos acompanhando.

- PUBLICIDADE -

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui