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Entrevista de Thomas Piketty demonstra que não estamos sozinhos: a nova safra de pensadores pró-sociedade – Piketty, De Masi e Mazzucato

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É com extrema felicidade que compartilho com vocês a entrevista publicada hoje, 18/12/2014, no Jornal O Globo On Line, de Thomas Piketty, Diretor da Escola de Altos Estudos Sociais de Paris e autor do best seller “O Capital no século XXI”.

Há essa nova safra de pensadores europeus que não repetem mais as velhas e batidas fórmulas econômicas liberais como a receita mais eficiente para garantir crescimento econômico e bem estar à população dos países. Esses novos estudos vão na exata mesma direção das nossa publicações no Blog Perspectiva Crítica, deixando claro que além de não estarmos sozinhos em nossas posições, estamos em excelente companhia, bem como, ainda mais, estamos na vanguarda do pensamento econômico e social no mundo.

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Para demonstrar que você que nos lê e nos acompanha está fazendo excelente escolha de leitura, observe como estamos sintonizados com Thomas Piketty a partir da seleção desses trechos da entrevista mencionada:

A globalização tem um efeito positivo ou negativo sobre a desigualdade nos países?
A globalização tem sido uma força muito poderosa e positiva para diminuir desigualdades entre os países. É o que permitiu ao Brasil e à China acelerar seu ritmo de crescimento para se reunir às maiores economias do mundo. Mas uma das lições desse processo é que a convergência também pode acontecer dentro dos países. E isso depende de políticas públicas, não se pode contar apenas com as forças do mercado e da globalização para isso.

Então o capitalismo necessita de regulação?

Sem dúvida precisamos de regulação, precisamos de uma reforma na tributação para financiar escolas de melhor qualidade. precisamos de instituições políticas que funcionem bem e façam o mercado funcionar bem também.
Mas essa reforma tributária teria que ser um esforço global? Recentemente, o ator francês Gerard Depardieu tornou-se russo para impedir a incidência de impostos sobre sua fortuna. A fuga de capital é usada como justificativa por muitos países para não estabelecer impostos sobre fortunas.
Em primeiro lugar, é claro que precisamos de uma coordenação internacional nesse sentido, mas não podemos usar isso como desculpa para não fazer nada em nível nacional. O Brasil não pode esperar a perfeita governança global da ONU para estabelecer um regime progressivo de imposto de renda. O imposto sobre herança no Brasil é de apenas 4%, enquanto na Alemanha, esse imposto chega a 40% para os mais ricos. Não estou sugerindo que a Alemanha deveria diminuir seu imposto. Quanto ao esforço mundial, sem dúvida é um acordo difícil de obter, mas não impossível. E o Brasil poderia liderar esse processo no G-20 começando sua própria reforma tributária e aumentando sua transparência fiscal. Há assuntos mais difíceis de se obter acordos como o aquecimento global e estamos avançando, então sou otimista sobre isso.
O senhor disse que não gostaria que seu livro fosse visto como algo pessimista. Mas quando o senhor descreve que a concentração de riqueza tende a ser cada vez maior a ponto de atingir os níveis das oligarquias do século XIX, isso destrói o sonho americano, a crença de que pelo trabalho chega-se ao sucesso. Como o senhor vê isso?
Penso que para a geração jovem que não tem família rica é muito mais difícil conseguir uma propriedade ou mobilidade social do que para a geração da década de 1960, 1970. Isso não quer dizer que não há solução e será o apocalipse. O sucesso do meu livro reflete que o interesse das pessoas, ela não querem deixar a economia apenas para economistas. As pessoas querem participar das decisões econômicas, o que é um primeiro passo para resolver isso. Meritocracia é um objetivo no capitalismo, mas não se pode achar que ela acontece naturalmente. Em todos os países a elite gostaria de dizer que sua riqueza é uma questão de meritocracia. Esse é o discurso dos vencedores do jogo, mas ele é irreal. E um escrutínio republicano dos dados que recolhi mostra isso, que o acesso a educação de qualidade é muito restrita e não depende de meritocracia. Mas eu ainda acho que vivemos em um mundo mais meritocrático do que o do século XIX, aquele descrito por Balzac em “Ilusões Perdidas”. Balzac poderia estar escrevendo em 2014, mas agora temos mais chances de aprimorar a sociedade em que vivemos do que o personagem de Balzac no fim do século retrasado.

Leia a íntegra da entrevista em http://oglobo.globo.com/economia/crescimento-reducao-da-desigualdade-nao-sao-excludentes-diz-piketty-14682758#ixzz3MHG4Isyv



Observem, hoje a experiência social mundial já torna identificável que a solução para o mundo não é estrita liberdade de capitais ou mera existência de centros de elite de ensino ou ainda a existência de uma pequena elite intelectual e política ou econômica. Da mesma forma, não mais se sustenta mera defesa  de tamanho mínimo do Estado, nem  exclusividade da área privada no capitaneamento dos investimentos e na economia, pura e simplesmente. Novas pesquisas e novas constatações, muito mais idôneas e informadas dos que as que até hoje disseminaram todos esses tipos de idéias liberais, neoliberais ou anti-estatistas, demonstram que pressupostos estavam errados, como o de que é necessário primeiro aumentar o bolo econômico para depois distribui-lo. Crescimento econômico é compatível com imediata distribuição de renda!

 Assim, juntamente com o livro do Blogger Mário César Pacheco, “O Estado Conformacional – limites possíveis aos atos privados”, que sustenta que o Estado ideal deve ser plástico e alterar seu tamanho conforme uma dada sociedade em um dado momento histórico, como forma de se atingir melhor eficiênica da intervenção do Estado na economia e na sociedade, a bem da promoção do bem de todos e do desenvolvimento nacional, igualmente é possível se verificar novas idéias que alertam para o sistema prejudicial à sociedade e à economia que hoje existe de alta concentração de renda, como denunciado por Thomas Piketty, nos termos de seu livro “O Capital no Século XXI”. 

Formam, ainda, na visão deste Blog, o arcabouço teórico e intelectual desse novo pensamento crítico econômico e social as publicações do períodico “Le Monde Diplomatique”, o livro “O Estado Empreendedor”, de Mariana Mazzucato, conselheira do governo britânico que defende uma participação ativa do Estado na geração de oportunidades econômicas e geração e criação de inovações para avanços econômicos e sociais, além do livro “O Futuro Chegou” de Domenico de Masi, filósofo italiano crítico de modelos de sociedade, concluindo pela vantagem que a formatação da sociedade brasileria apresenta para o mundo atual. 


Compartilhamos essas novas idéias com você, nobre leitor, para desafogarmos nossa (incluindo a sua) ilusão de que estamos sozinhos em nossas críticas às abordagens ridículas, artificiosas e ultrapassadas que nos são apresentadas dia-a-dia por grandes redes de notícia nacionais e internacionais desprestigiando o serviço público, o poder enriquecedor social e econômico de uma política para aumento de salário mínimo, adequada assitência social e contratação e remuneração com qualidade de servidores públicos em quantidade e qualidade compatível com as complexidades dos cargos públicos oferecidos à sociedade e compatível com a demanda social em relação à prestação desses serviços públicos.


A sociedade em que vivemos hoje depende daquilo em que cremos, daquilo que observamos, daquilo que concluímos, daquilo que defendemos e daquilo que executamos. Se a Suécia é uma sociedade que existe, que é viável, em que todos vivem bem e felizes, com assistência social de qualidade, salário mínimo digno, serviço público de saúde e educação de qualidade, com liberdade econômica, com segurança e respeito à propriedade privada e com Previdência Social Pública, mesmo que ao custo de uma carga tributária mais alta do que a nossa (lá a carga tributária é de 48% e no Brasil é de 36%), então isso também é possível no Brasil, pois os suecos não nasceram ricos… foram durante muito tempo um país atrasado que, ainda pouco antes do ano 1.100 de nossa era, apresentava-se como uma sociedade pagã, por exemplo, e ainda realizava cerimônias religiosas com sacrifícios humanos!!!!


Ficamos felizes de estar dando a você, leitor, a verdade, ou uma verdade muito mais digna do que a que você lê todo o dia em jornal. Estamos juntos comprometidos em mudar o país para parâmetros de avanço real econômico e social, para termos sociedade com parâmetros de bens, serviços públicos e qualidade de vida semelhante aos melhores padrões mundiais, quais sejam, semelhantes aos dos alemães, franceses e nórdicos.


Não será repetindo fórmulas hoje evidentemente abstratas, ideologicizadas com vetor privatizante absoluto e economicista ao extremo que teremos esse mundo melhor. Mundo maravilhoso para as contas de empresas e bancos não é necessariamente mundo maravilhoso para a melhor qualidade possível de vida às pessoas… quem vivem são as pessoas e não as empresas. O mundo tem que ser construído para as pessoas e não exclusivamente para as empresas e bancos. Empresas e bancos são instrumentos a servir a humanidade, não o contrário.

Sigamos em nossa caminhada! Regozijamos essa virada na conceitução econômica e social que vivemos e chamamos você a participar dela!! As boas notícias que você identificar que podem alterar nossa qualidade de vida para melhor, compartilhe com seus amigos e familiares. Thomas Piketty foi atacado em relação às novas ideias que apresentou porque elas contrastam com os ensinamentos economicistas da prevalente ideologia liberal em todo o mundo. Ajude-nos e a Piketty para acabar com essa dominação cultural e intelectual que empobrece o cidadão em todos os países e nos ajude a melhorar o Brasil e o mundo, para que nossas famílias vivam em um mundo que as mereça.

Um grande abraço do seu Blogger

Mário César Pacheco



p.s. de 19/12/2014 – Texto revisado e ampliado.

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