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Impeachment de Dilma levaria à eleição de Lula? Aspectos políticos da situação do governo.

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Meu grande amigo Oswaldo Tolesani sugeriu em seu face esse tema. Oswaldo é um grande amigo e médico, muito chateado, desiludido e contrariado com o governo petista. Inicialmente defensor do governo Lula, tornou-se fervoroso e ácido crítico do governo Dilma e eleitor da oposição. É um perfil perfeito para boas perguntas, boas críticas e bons temas de debates políticos. Respondemos à proposta de tal forma que nos pareceu interessante compartilhar com os leitores do Blog Perspectiva Crítica.

Em suma, ele defendeu que tendo Dilma sido eleita, que terminasse seu governo e que o povo e o governo arcassem com seus ônus (de um mau governo), sublinhando, sagazmente, que retirar Dilma do Poder poderia levar à eleição de Lula, já que o PT vem se afastando da imagem do governo que vem adotando medidas de direita.

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Nossa opinião publicada a você, leitor.

Tema interessante, Oswaldo… impeachment de Dilma levando à eleição de Lula a partir do esforço do PT de se desconectar da imagem do governo… Interessante… E também concordo em parte com o que você disse: está eleita, agora leva o governo e arque com o ônus ou bônus ao final. 

Pelo que vejo o problema maior está sendo a base do governo.. o Levy apresenta projetos para a organização das finanças, incluindo atenção e combate a fraudes na concessão de benefícios trabalhistas. Como a mídia publica que “mexer nos direitos trabalhistas” constitui uma traição ao eleitor de Dilma, e quem elegeu Dilma elegeu a base governista, em especial os deputados e senadores petistas, estes, não querendo fazer parte do que a mídia identifica como traidores da eleição, se opõem ao que o governo está, no momento, apresentando para acertar a economia. 

As medidas que Levy está tomando não são de direita ou esquerda, são técnicas para organizar finanças públicas. Se fossem de direita, cortaria ou deixaria de aumentar verbas sociais, de programas sociais do governo. Se fossem de direita, poderiam incluir que o juros fosse imediatamente a 15%, como o mercado gostaria, para forçar a inflação para baixo , se despreocupando com o desemprego que seria gerado ou recessão. Mas a mídia e a oposição não querem ajudar o governo a ser entendido. A mídia precisa vender jornal e enaltecer conflitos é bom para isso. A oposição precisa de um rótulo em torno do qual se organizar para atacar o governo que está tomando medidas em parte parecidas com as que tomaria se fosse governo e que podem efetivamente organizar o Brasil, porque se isso ocorrer a economia irá bem a partir de 2016 e uma eleição fica mais longe de ser alcançada. Então o rótulo de traidora dos eleitores resolve o problema comercial da mídia e político da oposição. 

O projeto do governo permanece o mesmo: controle de inflação, com proteção ao nível de emprego e esforço para que haja crescimento econômico. Os resultados das políticas de governo são diferentes no tempo, dependendo de vários fatores internos e externos, a partir das escolhas de governo que muitos consideram erradas e outros tentativas legítimas em que algumas deram certo e outras não. O resultado é mais ou menos o que você (Oswaldo) coloca aqui: Mídia contra e oposição contra com um rótulo bom está fazendo a base do governo e a base petista querer se afastar do mesmo rótulo de traidores do eleitor, criando dificuldades para o implemento de boas medidas fiscais. Os resultados podem ser: não ajuste adequado da economia, falência da imagem do governo e uma força ao movimento “Volta Lula”? É uma hipótese verossímel. Mas muita água ainda está aí para rolar. 

Deixar o governo até o fim gerará seu esfacelamento? Impeachment? Cassação de mandato? O governo depende mais do que nunca de sua capacidade de argumentação e comunicação com o Congresso e com a sociedade, no que o governo Dilma nunca foi muito bom. Mas o governo, a meu ver está tomando medidas corretas apesar de estar tendo dificuldade de implementá-las. Impeachment, sem fato concreto que ligue Dilma aos fatos de corrupção na Petrobrás e nas verbas ilícitas do PT não é possível. Cassação de mandato é aparentemente mais possível pela prova mais aparente de que dinheiro público desviado da Petrobrás financiou a campanha Dilma-Temer.. mas o ideal seria que a mídia publicasse honestamente, que a oposição apoiasse atos e projetos responsáveis de governo, apontando, como quisesse, que isso é agenda da oposição, e o Brasil pudesse andar pra frente para na próxima eleição, depois do respeito de mais quatro anos de mandato presidencial legitimamente escolhido pela maioria, o governo apresentasse números, a oposição, sua perspectiva e o povo escolhesse o próximo presidente, o qual, até para fins de garantir fortalecimento democrático, deveria ser da oposição ou ao menos de outra força política. Mas Levy está determinado… vamos ver o que ocorre nessa gigante e importante novela predileta do brasileiro.. “

Esse, para nós é o tipo de debate sério de que o País precisa. Nada de rancor e ódio contra o governo. Razão. Discussão. Frieza. E respeito à Constituição. O País não foi feito em quatro anos e nem se desfará em outros quatro anos.

Tudo o que ocorrerá daqui para frente, senhores, dependerá muito dos resultados e do andamento dos processos da Operação Lava-Jato. A classe política será denunciada agora. O impacto dessa denúncia e do seu desenrolar com políticos sendo presos será crucial para imagem do governo, do PT e da oposição. Então, impeachment, cassação de mandato, imagem do PT, imagem do PSDB, fidelidade da base governista, isenção da mídia (rsrsrsrs, desculpem..rsrsrs)… tudo estará para ser influenciado e à prova após essa próxima fase da Operação Lava-Jato que é, não sem razão, comparada com a Operação Mãos Limpas na Itália, tanto pelo Juiz Sérgio Moro quanto pelo jornalista Elio Gaspari.

Qualquer previsão política antes de maior definição da Operação Lava-Jato e futurologismo é precipitação. O certo, no momento, é que a imagem do PT está desgastada e que as considerações da Justiça Eleitoral durante o último pleito de que deve haver um método de propaganda eleitoral que diminua a influência dos marqueteiros políticos e aumente o embate pessoal e de idéias entre os candidatos está correta.

Agradecemos o tema proposto por Oswaldo Tolesani.

Grande abraço Oswaldo.

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