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Análise Econômica Interna e Externa – Novembro de 2016 – Mercado confirma previsão de junho de 2016

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Finalmente nosso artigo sobre a situação econômica. O ideal é sempre produzirmos esta análise de três em três meses, no máximo, entretanto, como todos sabem, tem tanta coisa acontecendo que não pudemos apresentar a análise de junho. Mas o atraso da nossa análise econômica, em especial quando as premissas e conclusões da última análise (abril/2016) só se confirmam ao curso do tempo, não criou prejuízo informativo econômico ao mesmo passo em que ampliou tempo para análise e publicações de artigos sobre economia (por temas), política e a sociedade, em especial nesse período de eleições.

O que dissemos em junho de 2016? Observe o trecho do artigo “Mentira de teoria de caos econômico em 2016 já começa a ser revelada” que selecionamos abaixo. O artigo reclamava sobre as publicações da grande mídia que defendiam existir caos econômico, mas começou a homeopaticamente publicar que analistas viam estabilização econômica no segundo semestre de 2016. Daí a publicação alertando sobre a incongruência das informações que publicavam dizendo que (pelo menos o faziam assim até junho de 2016) havia o fim do mundo, mas que, de repente, “analistas viam estabilização”… Veja o trecho:

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“Senhores e senhoras, há muitos mais artigos nesta linha (linha sobre o fim da economia brasileira). Mas por quê? Porque não há mais tempo para publicar este tipo de matéria. A estabilização da economia já está aí às portas e nós só teremos sofrido menos de dois anos, enquanto Europa e EUA sofreram 7 a 8 anos.

Observe que comparam menos de dois anos recentes com o acumulado de dez anos entre 1980 e 1990. Pode isso? Não. 7% de queda em média de 10 anos é muito pior do que 7% em média de dois anos. E eles ainda contam com previsão de queda de 4,3% de PIB para 2016. Isso ocorrerá? Não parece (ver p.s. de 06/06/2016 abaixo). E se isso ocorresse, não deveríamos estar pagando 14,5% de juros, pois a inflação seria muito menor do que 7%. Veem a incongruência? 

Mas tem mais. Se estamos em incrível depressão, em ciclo desfavorável e negativo, como se estabiliza no segundo semestre? Que palhaçada.

Isso é para ajudar o governo a arrochar o que puder no orçamento de 2016. Com esse ambiente, será impossível criar clima para reconstituir valores de salários defasados de servidores, porque eles serão os criminalizados do “orçamento”, não havendo uma linha sobre o nababesco lucro bancário com os juros de 14,5% em inflação decrescente em nosso país.

Se a inflação for menor do que 7%, beirando a 6,5%, o que deve ocorrer esse ano, o lucro real que os juros bancários proporcionarão aos aplicadores será de 8% reais. A média dos emergentes é pagar 2,5%. Os juros reais da Europa e EUA está em negativos 1,5%. Alguém publica isso? Não. Serão mais de 200 bilhões de reais concedidos a investimentos em dívida brasileira totalmente desnecessários e que poderiam tornar o déficit de 170 bilhões do orçamento em superávit de 30 bilhões de reais, sem se mexer em um programa social, sem se impedir o investimento de um centavo para hospitais e escolas, e concedendo todos os reajustes a servidores acordados e previstos no orçamento.

Estamos diante do maior roubo do orçamento público da história do País. E não há uma linha publicada sobre isso.”

Veja a íntegra do artigo em http://www.perspectivacritica.com.br/2016/06/mentira-de-teoria-de-caos-economico-em.html

A economia, senhores e senhoras, não muda qualitativamente em menos de seis meses a um ano. Daí a bipolaridade das publicações evidenciar a mentira informativa.

Enquanto o mercado chegou a apontar no primeiro semestre inflação de 9,33% e queda de pib em 4,33%, dissemos que a inflação ficaria em 7,5% e quiçá abaixo de 7% e que queda de pib ficaria entre 3% e 1%. Bem, em novembro de 2016, no fim do ano, o fantástico mercado informa, conforme está escrito no artigo “Analistas pioram projeção do pib pela quinta vez seguida”, publicado na página 18 do Jornal o Globo de 08/11/2016, que “prevê” (só rindo) inflação de 6,88% no fim de 2016 e queda de pib de 3,30%.

Observem, foi somente a questão de governo alterado que resultou nisso? Essas medidas anunciadas com super guinada à direita, foi exatamente isso que mudou tudo? Veja, ajudou, mas não foi o essencial.

O essencial foi, como sempre, a evolução da renda, do endividamento das famílias, o crescimento mundial, o valor do petróleo e commodities e o juros da dívida brasileira. A inflação está caindo. Como dissemos antes, se não há renda, não há pressão inflacionária, a qual durante esse ano, em especial no primeiro semestre, ficou mais resistente principalmente porque as más previsões econômicas do mercado pressionavam o dólar, o qual, por sua vez, repercutia nos preços internos. Mas o dólar teve uma grande oscilação e caiu bastante desde junho de 2016, portanto, o último pilar inflacionário ruiu.

Sem o governo gastar, porque não há dinheiro, com governos estaduais sem poderem gastar, com famílias ainda pagando dívidas, o PIB cai. O PIB cai e mantém desemprego. E mesmo nessa situação os juros brasileiros estão nas alturas (14%). Então, naturalmente, confirma-se inflação em queda e pib baixo. Some-se a isso farta produção de alimentos e chuvas que encheram os reservatórios de hidrelétricas, contribuindo também para manter a inflação também mais baixa.

Mas como dissemos antes (mesmo no fim de 2015) e dizemos agora, este ano de 2016 fechará bem melhor do que o fim do ano de 2015. Por quê? A inflação estaria em baixa (sem o aumento de 50% de gasolina e 50% de energia elétrica do ano passado, fora aumento de alimnetos por baixa produção com repercussão ainda da seca), como está, e a previsão de inflação para 2017 já chega a 4,94%, mais perto da meta do Banco Central (4,5%). O Pib crescer depende do crescimento mundial, crescimento do valor de commodities, resgate de capacidade de pagamento da população e, claro, queda de juros.

Nesse sentido, a economia norteamericana melhorou, Europa e China estão melhores, mas ainda em ritmo lento, mas as commodities já começam a se valorizar. O petróleo que chegou a estar cotado no primeiro semestre de 2016 a 28 dólares o barril, agora chegou a 48 dólares. O minério de ferro também se valorizou. Então, as notícias externas não são ruins. A projeção de PIB para o Brasil no fim de 2017 é de crescimento de até 1,5%.

Então veja, para o ano de 2017 a previsão é de inflação em baixa e pib em alta. Isso é caos econômico? Não estávamos há 6 meses no fim do mundo econômico brasileiro? Não. Era mentira da mídia que agora venderá para você que a mudança de governo e muitas medidas à direita, tentando tirar direitos trabalhistas e previdenciários e tal, é que são responsáveis por essa melhora, mas o fato é que as notícias lá fora iam mal ainda em 2015 e estão melhorando, independente do que ocorre aqui dentro.

Os estrangeiros sabiam disso e enquanto a imprensa publicou o caos econômico desde 2015 até hoje, o investimento estrangeiro direto (IED) somente cresceu!!! De uma média de 60 bilhões de dólares anuais, entre 2015 e fim de 2016 a média chegou a 80 bilhões de  dólares entrando no Brasil. Eles sabem… e a imprensa ajuda.. a eles.. não a nós, infelizmente.

Ninguém publicou para você, por exemplo, que o fato de 100 lojas em Ipanema fecharem as portas nesses últimos seis meses, deriva do fato de que os aluguéis cobrados dos lojistas, à base de preços supervalorizados dos imóveis da Zona Sul do Rio de Janeiro, tornou inviável manter as lojas neste período de baixo crescimento econômico e alto desemprego. Se os aluguéis fossem menores, as lojas não fechariam. Então, a bolha imobiliária, que agora se desfaz também tem sua parte nesta crise.

A manutenção de aluguéis altos por conta da excessiva valorização de imóveis nos últimos anos também é fator de resistência da inflação, porque além de em si ser um custo e ter potencial inflacionário, repercute em tudo o que é vendido nas lojas e, portanto, repercute na inflação. A correção desses valores de aluguéis, agora que muitas lojas fecham, será um fator de baixa de inflação também.

Então, o mercado mentiu ou errou feio na previsão desde o início do ano de 2016. Nós não. Não adivinhamos os números, mas apresentamos previsões muito melhores do que o mercado e do que foi publicado na grande mídia. Somente o George Vidor, dentre outros poucos economistas publicados e sérios, acompanharam os dados econômicos de forma assemelhada ao Blog Perspectiva Crítica. Mas mesmo assim, ninguém trata muito da bolha imobiliária. O tema é muito sensível. Mas nós tratamos.

E agora?

Agora, leitor, é importante você saber que sem queda de taxa de juros não há crescimento econômico e geração de emprego em quantidade suficiente para efetuar o crescimento que queremos. Mas com dois anos de queda de PIB, há margem para em 2017 se crescer em cima de um PIB contraído. É mais fácil.

A situação começa a melhorar bastante. EUA cresce. China e Europa pararam de cair e estão melhores, apesar de em ritmo lento de crescimento econômico. Petróleo e minério de ferro aumentam de preço, o que reflete essa melhora da economia mundial. Então, notícias externas boas. Previsão de petróleo para 62 dólares o barril em dezembro de 2017. O petróleo aumentou de preço esse ano também porque houve acordo entre produtores para baixar a produção, claro, mas a manutenção de aumento de preço no tempo confirma que a demanda aumenta, assim como a melhora dos crescimentos econômicos também o faz.

Internamente, apesar de os governos estarem sem verbas, houve grande queda no endividamento das famílias, que chegou a mais de 60% durante os últimos cinco anos, mas agora já está em 57%, abaixo da média de 2010. Isso significa que, apesar do desemprego em 10% (mesma média atual da Europa), as famílias estão pagando dívidas e em breve resgatarão (os empregados, claro) capacidade de se endividar e comprar, inclusive imóveis, claro.

Assim, o ciclo de correção de valores de imóveis pode estar em vias de terminar. Ninguém pode afirmar, mas a tendência é de que, se os imóveis cujos preços você acompanhava caíram em 50%, dificilmente cairão muito mais, entende? Em muitos lugares caíram entre 30% e 50%. Nós recebemos perguntas de leitores sobre o momento de compra de imóveis.

É importante a leitura de todos os artigos deste blog sobre a Bolha Imobiliária para ficar em total consonância sobre este mercado, mas, vejam, a constatação de abril de 2012 de uma consultoria norteamericana era de que, à época, os imóveis no Brasil estavam supervalorizados em 50%. De lá para cá os preços começaram a aliviar mesmo somente entre 2014/2015. Então, a premissa é válida. Queda de 50% no valor do imóvel significa que se chegou no limite, em termos razoáveis.

Quando se atingir esse patamar em muitas partes do Brasil, mesmo que em outras não se atinja esse patamar, como na Zona Sul do Rio de Janeiro, significa que o momento está bom para comprar, mesmo nos lugares que não baixaram tanto. Esse momento, senhores, parece já ter chegado, como já havíamos dito, inclusive em outros artigos.

Fundos internacionais estão mobilizados e virão comprar mais imóveis. Então, quem ainda não comprou e tem disponibilidade de dinheiro ou crédito, tem aí um momento interessante de compra, principalmente porque pode pechinchar neste mercado em baixa. Muitas vezes o anuncio é de um valor, mas, se você perguntar, há desconto de até 30% e isso sobre um valor que já não está no mesmo patamar de 2013.

Por outro lado, esse Brasil que ficou mais barato e esses juros estratosféricos vão manter a inflação declinante. É muito importante salientar que não é preciso este juros nesta altura para conter a inflação, como sempre dizemos aqui. O próprio mercado está pedindo que baixem os juros.. porque senão daqui a pouco o devedor, o Brasil, pode não conseguir pagar a dívida.. rsrsrs. Então é um absurdo, mas nossa economia é gerada para os banqueiros mesmo. São eles que têm que dizer quando se pode baixar os juros para que o Brasil cresça e gere empregos aos brasileiros, infelizmente.

Não precisava ser assim. A inflação poderia ser controlada com aumento do depósito compulsório de 5,5% a 20%, enquanto se cortasse os juros de 14% para 10,88%. Em uma inflação desse ano prevista para 6,88%, seriam juros reais de 4%, ainda entre os maiores do mundo e bem acima da média de 2,5% pago pelos países emergentes. Mas isso diminui lucro de banco.. então não pode baixar esse juros, não pode haver crescimento de pib e nem emprego a brasileiro. É o que fazem na China, mas não pode aqui.

E aí, você fica sem emprego, mas a culpa é de quem? Do gasto público, do rombo no orçamento com aposentados, pensionistas e servidores públicos.. ahauhauhauahuahauha. Tem que rir para não chorar. O Brasil paga entre 450 bilhões a 600 bilhões de reais em juros anualmente. É o maior gasto público atrás somente da Previdência Social. O déficit fiscal federal é de 139 bilhões de reais em 2016. O corte de 3% e 4% nos juros da dívida economizaria de 150 bilhões a 200 bilhões de reais. O déficit viraria superávit da noite para o dia. Mas a culpa é do que se paga a aposentados por terem trabalhado, a pensionistas e aos servidores, que recebem para prestar serviço público e manter a máquina do Estado funcionando. A conta com servidores está entre 250 bilhões e 330 bilhões. Já vi escreverem que está em 390 bilhões de reais. Mas de juros da dívida vão entre 450 bilhões e 600 bilhões de reais anuais; e fora de parâmetros internacionais.

Então senhores e senhoras, é isso. Em resumo, os imóveis baixam de preço, as famílias diminuem endividamento, a economia mundial está melhor do que no ano passado, commodities se valorizam e o mercado financeiro pede que o governo baixe juros. Os investimentos estrangeiros no Brasil nunca sumiram, mas se aproveitaram da propaganda do caos para, no momento de alta de dólar, comprar mais negócios aqui e melhorarem suas posições para quando o Brasil crescer, o que começará em 2017, à razão de 1,2% a 1,7%, já estarem bem posicionados para crescerem junto.

Mas crescimento do mercado de trabalho e crescimento econômico mesmo somente ocorrerão depois de baixa dos juros. Entenda: se você tem uma empresa que lucra 20% ao ano após os investimentos, mas pode receber 14% ao ano se deixar o dinheiro em título da dívida brasileira, o que você escolhe? Observe que essa remuneração de 14% não traz risco trabalhista, não tem risco de altas e baixas do mercado produtivo e nem do dólar. Ao invés de produzir, correr esses riscos, ralar e obter 20%, você põe no título da dívida e leva 14%. Quem investe no sistema produtivo? Ninguém, claro. Mas se não se investe, não se cria emprego. Sem emprego, não há compra. Sem compra, as empresas não vendem e têm que demitir.

É por isso que o crescimento do PIB está negativo em 3,3% este ano e foi negativo em 3% ano passado. É por isso que desemprego fica em 10%. Entende? Mas agora o mercado pede baixa de juros e está prevendo queda de inflação. Pronto. Com a queda de juros haverá mais margem para desmobilizar valores para o mercado produtivo. Mas o Brasil já estará crescendo antes disso, pois tinha que parar de cair em algum momento. Quando? Quando o mercado internacional e os preços de commodities melhorassem.  Como isso ocorreu, nós melhoramos. Sofremos dois anos, por causa do mercado internacional em baixa e commodities em seus mais baixos preços históricos, mas agora tudo se normaliza e nós voltamos junto. Isso é a verdade.

Neste ambiente em que há melhora no mercado internacional, melhora de preços de commodities e pressão dentro do Brasil para queda de juros, estamos entrando em um momento de volta de crescimento econômico, com inflação controlada. Então é para ficar otimista, a nosso ver. E, afinal, agora é o mercado que diz: 2016 não terá a inflação de 9,33% prevista no primeiro semestre de 2016 e nem queda de pib de 4,3% (no mínimo, diziam) e nem dólar a mais de 4 reais… rsrsrs. Que bom saber.. rsrsrs.

p.s. – Texto revisto e ampliado.

p.s. de 05/12/2016 – Texto revisado.

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