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Revista em destaque: Cotas raciais, energia limpa, política habitacional e especulação imobiliária, retórica de diminuição de consumo para emergentes

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Pessoal, alguns temas se acumulam e vou abordá-los em forma de revista para não deixar o tempo e a oportunidade passarem e possibilitar a reflexão sobre os mesmos. São quatro temas importantes e que convém explicitá-los logo, mesmo que sem a profundidade que merecem e que seria possível em no espaço de um artigo para cada tema.

São eles:

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Cotas raciais e o STF – já abordamos o tema no Blog. Não somos contra cotas raciais. Admito cota racial temporária (talvez por uma geração – 20 anos) de no máximo 10% de vagas em universidades públicas ( e por que não privadas também?) e empregos públicos e (por que não?) privados. Mas o que está ocorrendo é um exagero (Uerj chega a reservar 50% de vagas para cotas raciais), um abuso, uma burrice e gera segregação sociedade contra a nova e emergente classe que está virando a verdadeira minoria discriminada: brancos pobres. Gente, com base em retórica politicamente correta, explora-se o sentimento de desigualdade entre cidadãos brasileiros, com base em raça, que nem mesmo é facilmente se classificar no Brasil em função da evidente miscigenação quase absoluta de raças. No fim, a verdade, ao meu ver, é que quem precisa de ajuda para inserção social não é o negro, ou os gays, ou os cadeirantes… mas os pobres!! O problema é ser pobre!! Pelé tem problema de inserção social? E Ronaldinho? Problemas que no Brasil são normais estão sendo explorados por ONGs e políticos porque trazem dividendos eleitorais e sociais para suas bandeiras, mas sempre se pautam em uma duplicação do problema que existe efetivamente nos EUA e não temos no mesmo grau no Brasil. Chamo a atenção de vocês para esta questão e rogo pelo apoio ao pobre, seja, negro, cadeirante, loiro, alto, baixo, feio ou usuário de óculos. Não criemos classes de brasileiros… não abusemos das bandeiras politicamente corretas.. não retiremos o mérito de negros, homossexuais e pessoas com deficiência que podem entrar no sistema de ensino e no de trabalho por mérito próprio, pois a obrigação de cota, se houver abuso, vai gerar a presunção de que essas “minorias”, seja quem for, é integrada por pessoas incapazes e isso pode repercutir socialmente na imagem generalizada das pessoas que possam ser identificadas como integrantes dessas minorias de forma prejudical à imagem social sobre suas capacidades. Ajudemos todos que precisam e não somente categorias de pessoas em nossa sociedade. Cotas raciais sim, mas em percentual mínimo e por tempo determinado. Para mim, a única questão que há é a igualdade de tratamento e de oportunidades e deve-se sim tratar desigualmente os desiguais… mas a questão deve ser melhor abordada e tratada e não simplesmente achar que criar cotas para alguns resolverá a questão da desigualdade.É muito mais importante ao meu ver elevar o nível da educação pública em todo o país… isso colocaria pobres e ricos, negros ou brancos ou amarelos, pessoas com deficiÊncia ou não, em muito mais condição de igualdade do que o investimento cego nessa idéia de cotas raciais.

Energia limpa no Brasil – Pessoal, apoio a energia limpa. Mas transformar a base energética do País deve ser algo a ser feito com responsabilidade e sem xiitismo verde… Temos de aproveitar nosso potencial eólico e solar, concordo… temos de aumentar o percentual destas energias em nossa matriz energética, ok… mas temos de dominar a tecnologia nuclear, para nossa autonomia tecnológica, temos de ter algumas térmicas para emergência e temos de explorar o potencial do petróleo recém-encontrado na costa litorânea brasileira. O potencial hídrico também deve ser explorado, pois tem impacto sobre matas, mas é menos arriscado do que a energia nuclear e mais barata do que a energia eólica e solar. Energia barata é importante poris reflete sobre o custo da produção brasileira e, por consequência, na competitividade das indústrias e de nossos serviços, o que reflete em emprego e renda no Brasil. Etão, apóio tudo sobre energia limpa.. mas não é só mudar porque é limpinho e verde e bonito.. a responsabilidade com empregos e com a autonomia energética, tecnológica, inclusive para tratamentos medicinais e desenvolvimento da defesa nacional (questão nuclear), exige uma postura menos automática verde e mais pensada para garantirmos o melhor de tudo, com responsabilidade e sem negligências que nos custariam caro num futuro próximo. Não pensem só nas palmas do exterior… pensem nos nossos interesses de brasialeiros e de nossos filhos no futuro, lembrando que em épocas de carestia, como já vimos, nenhum país nos ajudará.. tenham certeza disso.

Política habitacional e especulação imobiliária – Recentemente o jornal “Le Monde Diplomatique” publicou matéria de capa sobre especulação iomobiliária (não tenho o artigo aqui, mas depois informo). Interessantíssimo o artigo e profundo, como sempre. O cerne da questão foi a seguinte: a falta de projeto para o crescimento das cidades e capitais braasileiras prejudica a qualidade de vida da população e favorece a especulação imobiliária. Na Alemanha e Holanda, por exemplo, o crescimento das cidades é precedido de estudos e projetos públicos sobre esse crescimento. Desta forma, não é livre o crescimento, como em uma cidade medieval e no Brasil. Quando se verifica a necessidade de crescimento, é projetado o crescimento de forma a que residÊncias sejam criadas próximas a novas escolas, novas praças, novos hospitais e acesso a transporte ppúblico a toda a nova população que se pretende resida em determinado local. Isto equaliza as vantagens ndos lugares novos com os antigos e permite uma oscilação de preços mais normal e uma ocupação do solo urbano mais organizada e humana. Aqui no Brasil vigora o direito à liberdade total na comercialização do terreno urbano, podendo o proprietário fazer o que bem entenda, independentemente dos interesses públicos envolvidos e da qualidade da ocupação do solo urbano. Assim, por exemplo existem lugares mais organizados do que outros, com acesso melhor a escolas, hospitais, serviços públicos e transporte público, o que pressiona de forma desnecessária e desigual preços imobiliários e qualidade de vida da população que pode chegar a viver um “apartheid imobiliário e social”. Achei interessante a entrevistada, brasileira especialista e integrante de uma comissão internacional, referir-se ao fato de que no Brasil a questão da moradia, apesar de ser tratada constitucionalmente como direito, é totalmente minimizada e sobrepujada pelo único direito realmente garantido e observado, qual seja, o direito de propriedade. Fantástico. Concordo plenamente e é isso o que ocorre no Rio de Janeiro e tenho certeza de que é o que ocorre em todo o País, em especial em todas as capitais e grandes aglomerações urbanas. A falta de projeto de crescimento das cidades brasileiras cria e alimenta a especulação imobiliária irrazoável e segrega a população entre aqueles que podem pagar para viver com acesso a serviços públicos e aqueles que não tem dinheiro para viver com acesso regular e com qualidade à prestação de serviços públicos de educação, saúde e transporte público, dentre outros.

Retórica de diminuição do consumo das sociedades emergentes – Deixo aqui a minha opinião em outro tema interessante. Agora que os emergentes, dentre eles nós brasileiros, conseguem ascender em renda e consumo, ou seja, socialmente, e no mesmo momento em que europeus, americanos e japoneses estão com problemas econômico-financeiros, há todo um movimento sobre o não-consumismo, sobre a responsabilidade em relação ao consumo, sobre o fato de que a Terra não poderá aguentar a demanda de bilhões de novos consumidores… etc.. Ok. Vejam, eu sou contra o consumismo estéril. Eu sou contra a sociedade que existe hoje, principalmente ocidental, mas não só, que prega a realidade de que “só pode ser quem tem”. Isso é ridículo, mas isto é o que foi pregado a nossos jovens por décadas e agora temos um preço. Sou a favor de diminuição generalizada de consumo.. mas isso é muito difícil, já que a idéia capitalista de dignificação do homem através de aquisição e exibição de bens materiais é o que vigora. Então, é claro que há esgotamento ambiental e talvez… à frente, e hoje principalmente aos americanos, europeus e japoneses, pressão nos preços, em especial por perda de renda com a crise financeira. Mas acho que é fácil agora que emergentes vêm participar da festinha os europeus, americanos e japoneses apoiarem que os emergentes se contenham em seu consumo. Há saída? Há. Investimento em tecnologia. Com tecnologia nova e eficiente é possível o incremento de qualidade de vida e o consumo responsável, sem pressionar o meio-ambiente e sem retirar de nós emergentes o direito de participarmos de um mundo e vida de maior conforto e qualidade. Sou a favor da responsabilidade no consumo e ambiental, mas por favor, respeitem a oportunidade dos emergentes em aumentar sua qualidade de vida.

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