É cedo, sabemos. Entretanto a reviravolta ocorrido com Temer e Aécio é tão profunda e grave que achamos interessante fazer algumas ponderações sobre presidenciáveis de nosso país, em especial diante da “viralização” dos nomes de Doria e Bolsonaro ao cargo, diante da situação atual.
Doria e Jair Bolsonaro são bons nomes para a Presidência da República? A princípio, não. Por quê? Porque uma grande característica de um presidenciável, em regime presidencialista e considerando-se a vida em pleno Estado Democrático de Direito, é sua capacidade conciliatória e ambos ainda não apresentaram tal característica.
A capacidade conciliatória do presidenciável não deve ser só de consenso nacional em relação a seu nome, o que é efetuado e comprovado nas urnas. O presidenciável de alto nível deve ter grande capacidade conciliatória também política. Deve ter a capacidade de dialogar com a oposição, de compor base para votar propostas governamentais, de criar consenso social, mas também político em torno de temas relevantes que mobilizam sua plataforma política ovacionada pelos eleitores. Sem isso, a vitória do presidente pode se demonstrar uma vitória de Pirro, eis que ele leva a presidência, mas não consegue realizar seu governo. Isso é ruim para o presidente, mas péssimo para o país.
Agora, friamente, quem eram as três personagens políticas que tinham essa característica mágica e rara? Lula, Temer e Aécio. É, senhores e senhoras. Essa é a situação. Depois de tudo o que ocorreu, o país ficou sem seus atuais maiores e mais conhecidos e reconhecidos diplomatas políticos do país. Todos envolvidos a fundo nas investigações, acusações e delações sobre corrupção, cada um à sua maneira, minaram ou solaparam sua possibilidade de liderar o país e de ser eleito nas próximas eleições sem levar consigo uma pecha deslegitimadora da posse e do exercício de tão elevado cargo e mister.
E aí aparecem Doria, na mídia, e Jair Bolsonaro. Neste contexto, perdidas as principais hipóteses de liderança, é natural que a população, desesperançosa e cansada de decepções com políticos de carreira, voltem-se para novidades.
Doria é um “outsider” da política. Alçado a Prefeito da maior cidade do país, é natural que somente este feito gere uma qualquer projeção em seu nome para voos mais altos, mas Trump demonstra o que um empresário é capaz de fazer na Presidência da República.
Um empresário é diferente de um político. Ele manda. Ele não está acostumado a ser contestado. E ele teve sucesso em se impor no mundo dos negócios sendo duro, negociando pesado, diminuindo a concorrência, aniquilando concorrentes, fazendo valer-se de seu tamanho e força. Mas em política não é assim que se ganha. No mundo da política, o diplomata leva a verdadeira vantagem. A persuasão racional (esqueçamos que a persuasão financeira vem fazendo muito a sua parte na nossa política.. rsrs) deve ser o meio principal para juntar forças políticas em torno de projetos de governo.
Na nossa opinião, nem o Doria, nem o Bolsonaro apresentam a face diplomática necessária para o exercício do cargo de Presidente da República.
Observe-se o Bolsonaro. Alguém pode dizer que seja incongruente? Não. Alguém pode dizer que é corrupto? Não. Entretanto, perguntamos: alguém pode dizer que é equilibrado? Alguém pode dizer que apresenta tendência à conciliação? Alguém pode dizer que ele apresenta característica de grande conciliador e pactuador de consensos com diferentes linhas partidárias? Não. Então como pode estar habilitado a ser Presidente da República?
Ninguém está dizendo que os dois não sejam honestos e que não tenham boa-fé na realização de seu trabalho político. Mas isto por si só, apesar de legitimar as escolhas, não autoriza dizer que essas pessoas apresentam características principiológica para o exercício do cargo de Presidente da República de forma viável e eficiente. É claro que sempre podemos nos surpreende, mas a análise fria demonstra que as escolhas são derivadas de desesperança com a política. Isso não é o melhor.
Assim, o que se afigura como possibilidades reais e eficientes, segundo o Blog Perspectiva Crítica? Como temos o cuidado de sermos sempre propositivos, entendemos que a escolha de presidenciáveis para o Brasil passa por uma pessoa com característica conciliatória, com experiência política e administrativa, que seja “ficha limpa” e que seja congruente, com capacidade de aglutinar forças e ideias dissonantes em torno de si e que tenha projeção nacional.
Esses requisitos, hoje, a nosso ver são preenchidos por duas pessoas: Miro Teixeira e Cristóvam Buarque.
Miro Teixeira é político de carreira. Sem máculas, sua carreira inclui recentemente o sucesso em criar e implementar a universalização da televisão digital em todo o país, enquanto foi Ministro das Comunicações do governo Lula.
Essa empreitada foi árdua, com muito debate, com muito lobby, inclusive da mídia nacional contra essa universalização, porque queriam cobrar pela digitalização em canais fechados exclusivamente. Houve lobby estrangeiro, par que o Brasil não criasse seu sinal próprio, mas comprasse o sistema de sinal digital fechado para pagar royalties indefinidamente a tal título.
Miro Teixeira não deixou isso acontecer. Sob sua batuta, o Ministério das Comunicações prestigiou o sinal nipônico, através de licitação, o qual admitiu intervenção e compartilhamento técnico brasileiro para criar um sinal nipo-brasileiro de televisão digital, inclusive exportável para toda a América Latina e o mundo. Saímos de meros consumidores de sinal digital estrangeiro a donos de sinal digital. Saímos de um sistema de curral de sinal digital para exploração de empresas de comunicação nacional para o acesso universal do brasileiro a tal sinal de televisão que garante maior qualidade de entretenimento e comunicação a toda a família brasileira em todo o país.
Esse é um homem de princípios. Esse é um homem de comprometimento com o interesse nacional. Miro Teixeira é uma opção viável no mar de lama nacional.
E Cristovam Buarque idem. Pessoa impoluta. Político de renome com experiência na área administrativa. Para alguns, Cristovam Buarque criou o projeto piloto do que hoje é o Bolsa Família, projeto elogiado pela ONU e responsável sozinho pela diminuição da miséria no Brasil em dez anos, conforme dados inquestionáveis.
Homem de visão e comprometimento com o interesse público, professor de história, Cristovam Buarque defendeu a Amazônia como bem exclusivo dos brasile4iros em seminário em universidade nos EUA com propriedade e eloquência invejáveis, diante de público de nível e majoritariamente favorável à criação de áreas de administração internacional para zonas sensíveis mundiais, como seria a Amazônia, “pulmão do mundo”.
Comparando a importância da Amazônia para o mundo como a importância de todas as crianças do mundo, de toda a reserva financeira mundial e de todas as reservas de armas nucelares, ele declarou em alto e em bom som que enquanto esses bens de potencial destrutivo da economia, empregos e de bens e da paz mundial não forem declarados bens internacionais sujeitos à administração mundial, assim não deveria igualmente ser declarado bem mundial sujeito à administração internacional a Amazônia brasileira e que “quando o mundo me tratar como cidadão mundial, eu serei favorável à administrações internacionais de bens nacionais, mas enquanto o mundo me tratar como brasileiro, eu defendo a administração e propriedade da Amazônia brasileira somente para o Brasil”.
O que é isso? É um gênio. É disso que precisamos. Poucos são os políticos com envergadura moral para representar o país internacionalmente e para administrá-lo com legitimidade. Nós do Blog Perspectiva Crítica temos esses nomes de nossa confiança. Pessoas que conversam com quem quer que seja. Pessoas que são conciliatórias e não autoritárias e segregacionistas. São honestas, diplomáticas e comprometidas com o interesse público.
Fica aqui nossa dica expedido par que ambos concorram à Presidência da República. Marina é fraca, sem expressão, defende a autonomia absoluta do Banco Central, o que é um risco para a Nação. Ainda está sempre atrasada em suas considerações a respeito de fatos políticos de envergadura no país, o que demonstra dubiedade e medo. A verdadeira terceira via é Cristovam Buarque e Miro Teixeira.