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Jornal do Commercio pede aumento do salário de professores!!

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Hoje, 16/04/2013, o Editorial do Jornal do Commercio publicou o artigo e opinião intitulado “Gargalo de Professores”, na pg. A-14.

Este artigo se junta ao apelo do Blog Perspectiva Crítica pela única solução possível par a falta de professores no Brasil: AUMENTO DE SALÁRIO, PLANO DE CARREIRA ATRAENTE, MELHORES CONDIÇÕES DE TRABALHO E PRESTÍGIO SOCIAL AO PROFESSOR PÚBLICO!!

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Minas Gerais teve de fazer concurso para 30 mil professores há dois anos. O Município do Rio de Janeiro, sem conseguir contratar professores de Física e História mais, aumentou o salário de R$1.200,00 para R$4.000,00. Não há mistério. Não adianta o Globo ficar fazendo motes (em espaço “comunitário” e através de propaganda social) pela educação apelando para vocação, porque vocação não compra casa ou carro e nem paga plano de saúde ou ajuda a fazer compras no supermercado.

Nesse sentido, em que já falamos e até vociferamos há anos, vem em bom momento a opinião oficial do primeiro veículo de comunicação de massa e renomado com a declaração explícita daquilo que nossa sociedade católica impede que seja dito: PROFESSOR PRECISA DE SALÁRIO!! PROFESSOR PRECISA DE DINHEIRO!

É até ridículo falar o óbvio, mas no meio de tanta palhaçada e teatrinho dos políticos, sociedade e da mídia, falar o óbvio toma o ar de ato revolucionário. E é isso o que eu acho que é a publicação do editorial do Jornal do Commercio de hoje sobre o professores.

Quem hoje incentivaria o filho a ser professor? Só um maluco irresponsável. Eu queria ser professor de história, mas alguém acha que sou maluco? Morrer de fome? A saída mais digna para professores de história é a carreira política; que o digam Carlos Minc, Marcelo Freixo e Chico Alencar!!

Vejam a seleção dos seguintes trechos do editorial revolucionário do Jornal do Commercio:

” ‘Insanidade’, disse Albert Einstein, ‘é repetir as mesmas ações e esperar resultados diferentes’. A afirmação do criador da Teoria da Relatividade serve para a preocupante situação do magistério. (…) Segundo dados do Censo de Educação Superior de 2011, são eles que mais abandonam a carreira durante o curso. (…)
Manda o bom senso ser realista. Além de salários compatíveis com os pagos ao profissional de nível superior mais valorizados, impõe-se oferecer plano de carreira atraente, melhorar as condições de trabalho e dar prestígio ao professor. Continuar na mesma brincadeirinha do faz de conta é apostar na insanidade de Einstein. Ou acreditar em Papai Noel e na Gata Borralheira – o que dá no mesmo.”

Bem gente, é isso. Que as autoridades vejam que se quiserem professores, deverão pagar por eles. E que a sociedade possa, um dia, olhar para uma pessoa que se diz professor e vê-lo com admiração, ao invés de vê-lo com pena, ciente de que sua vida deve estar bem difícil de levar, como ocorre hoje.

Enquanto isso, você cidadão, que paga imposto, continue obrigado a pagar cada vez mais caro por uma escola particular para garantir qualidade de educação a seu filho. Exigir investimento em educação de verdade é exigir salário mínimo dos professores de R$4 mil para início de carreira!! E isso com plano de carreira que admita que ele receba R$6 mil em no máximo cinco anos!! E que se aposente com R$11 mil. Isso é o básico, caso se queira ter professores profissionais e de nível nas Escolas Públicas e, quiçá, um dia se pensar que educar filho em Escola Pública seja opção real de educação de nossos filhos e alívio para o bolso do cidadão comum sem significar condenar seu filho ao abandono intelectual.

Parabéns Jornal do Commercio!! Finalmente algum veículo renomado de mídia disse o óbvio!! Viva a revolução no magistério! Viva a busca da dignidade dos professores! Viva a busca pelo resgate intelectual de milhões de brasileirinhos por todo o País e pelos anos e décadas à frente! Viva o início do movimento do resgate da verdadeira competitividade econômica do Brasil: quando ofertar ao mercado brasileiro cada vez mais brasileiros mais educados!!

p.s. de 24/04/2013 – Pessoal, uma amiga e professora, em meu face, não querendo me criticar em público, elogiou o artigo e o apoiou, exceto no que se referiu sobre “não querer ser professor” e “ter pena de professor”. Percebi que ela ficou sentida, mesmo que de leve, com essa abordagem e respondi a ela o que em outras palavras colocarei aqui. Não percebi a possibilidade deste tipo de leitura e interpretação quando escrevi. Segui a abordagem do artigo do Jornal do Commercio, dizendo que pela falta de salário e perspectiva de carreira há abandono da carreira do Magistério na atualidade e que isso só mudaria com mais salário  e com plano de carreira atraente. Então vejam, quando falei do salário ridículo para a natureza do cargo e que “não fui professor porque não era maluco”, estava desabafando pessoalmente (o que realmente foi mais pessoal, porque queria ter sido professsor de história mesmo) e estava dando total razão ao artigo do Jornal do Commercio e enaltecendo o fato de que os professores devem ganhar muito mais! Meus pais são professores e poucas pessoas podem ter tanta noção de dignidade do cargo de professor quanto a minha, creio eu. Então, os professores que tiverem lido, por favor, leiam com a perspectiva que coloco aqui. Foi de dar visibilidade à má condição de trabalho geral do professor e de dar força e enaltecer a comunicação do Jornal do Commercio de que professores precisam de salário e plano de carreira! Hoje, a verdade é que se o filho de qualquer um quiser ser professor, a resposta será a mesma dada ao filho ou filha que quiser ser bailarina, padre ou artista: “você tem certeza, filho? É uma atividade altamente digna, mas você deve ponderar isso, aquilo, aquilo outro..” É isso. Blz? Às vezes a gente fica à vontade e o texto sai muito pessoal, como se estivesse falando com amigos. Essa liberdade informativa deve ser contida e assim o faço. Mas desta vez fiquei muito feliz com a publicação do Jornal do Commercio e reagi um pouco passionalmente. Beijo para Dani, minha amiga querida e a melhor professora de italiano do Rio de Janeiro!

p.s. de 11/09/2013 – texto revisto.

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