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Debate sobre Reformas: pedidos da extrema direita x posições do Blog

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Um grande amigo meu, Rafael, me passou um texto de propostas para debates nesta próxima corrida presidencial. Eu vi que seu cunho é de direita – extrema direita, e não pude me furtar a tecer rápidos comentários sobre as propostas. Como ficou interessante, para não perder tempo e oportunidade de tocar no assunto sobre o qual já me debruço há tempos e que queria publicar de forma mais organizada, entretanto mais pesada, apresento a proposta de temas de Rodrigo Constantino, publicado recentemente no Globo, e em seguida publico o meu email de resposta para o meu amigo.

Proposta de Rodrigo Constantino, jornalista que publicou o artigo intitulado “Uma agenda de propostas” no Jornal O Globo:

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“Uma agenda de propostas

  • Programas de ajuda aos mais pobres podem existir, desde que de forma descentralizada e sem se configurar compra de voto. Ou seja, devem ser estaduais, não federais
rodrigo constantino

O Globo,12/11/13 –
O debate político brasileiro anda muito empobrecido, especialmente por conta dessa hegemonia da esquerda que monopoliza as virtudes e rotula os oponentes, em vez de focar nos argumentos. É “direita hidrófoba” pra cá, “rotweiller” pra lá, e nada de rebaterem os pontos abordados pelos liberais e conservadores.
Na tentativa de superar essa barreira ideológica, gostaria de apresentar uma agenda de propostas que, creio, seriam fundamentais para colocar o Brasil na rota do crescimento acelerado e sustentável, ao contrário desses voos de galinha medíocres que vemos hoje. Não importa a cor do gato, desde que ele pegue o rato. Vejamos:
1) Reforma tributária: ninguém aguenta mais tantos impostos e, principalmente, tamanha complexidade de tributos. Leva-se 2.600 horas para pagar impostos por aqui, e trabalhamos até maio só para bancar o estado. É preciso simplificar e reduzir a carga tributária, urgentemente. Para tanto, é necessário cortar gastos públicos;
2) Reforma previdenciária: nosso modelo atual é uma bomba-relógio, e não há elo algum entre o que foi poupado e o que é recebido de aposentadoria, especialmente no setor público. Precisamos de contas individuais em um modelo de capitalização, de preferência privado, como é no Chile. Os brasileiros precisam ser sócios do capitalismo;
3) Reforma trabalhista: nossas leis trabalhistas são anacrônicas, ultrapassadas e inspiradas no fascismo. É hora de flexibilizá-las, de dar mais autonomia para os acordos individuais entre trabalhadores e patrões, enfrentando as máfias sindicais com coragem e tornando a adesão aos sindicatos voluntária, sem o imposto indecente que pagamos;
4) Privatizações: é preciso retomar o projeto de privatizações, que foi tão importante para nossa economia. O atual governo criou mais estatais, e as privatizações que fez foram malfeitas. É preciso pulverizar o capital da Petrobras, do Banco do Brasil, dos Correios, da Eletrobrás e da Caixa entre o povo brasileiro. Afinal, o petróleo é nosso ou não é?
5) Reforma educacional: o modelo atual custa caro e não educa quase ninguém. Precisamos de vales-educação que garantam a liberdade de escolha dos mais humildes, que passariam a colocar seus filhos em escolas particulares. A meritocracia precisa ser adotada também. Os melhores professores devem receber mais, e os melhores alunos devem se destacar, sem o fardo dessa mentalidade igualitária dos fracassados, que querem nivelar tudo por baixo. É hora de acabar com as cotas raciais também, pois a segregação apenas fomenta o racismo;
6) Segurança: não dá mais para o país ser refém dessa visão ideológica que trata bandidos como se fossem vítimas da “sociedade”. Há que se cobrar responsabilidade individual pelos atos de cada um, e punir com severidade aqueles que desrespeitam as leis. A impunidade é o maior convite ao crime. Bandidos mascarados que fingem ser jovens idealistas também precisam ser enfrentados com todo o rigor da lei, não importa o quanto recebam de apoio dos artistas e intelectuais da esquerda caviar;
7) Reforma política: nosso federalismo existe apenas no nome, e o governo central concentra poder demais. É preciso devolver o poder para mais perto dos cidadãos, retirando-o de Brasília. O voto deve ser distrital e facultativo. Deve-se acabar com o financiamento público de campanha que existe por meio de “horário gratuito” e “fundo partidário”. Somente indivíduos devem financiar partidos. Empresas não votam;
8) Paternalismo: o Estado não é papai de ninguém, e o povo não é súdito. É necessário acabar com essa tutela paternalista do Estado, e delegar mais liberdade, cobrando responsabilidade. Não cabe ao governo nos proteger de nós mesmos, mas sim de terceiros;
9) Assistencialismo: programas de ajuda aos mais pobres podem existir, desde que de forma descentralizada e sem se configurar compra de voto. Ou seja, devem ser estaduais, não federais, e programas de Estado, não de governo. Deve ter uma clara porta de saída. É absurdo celebrar um programa que, a cada ano, incorpora mais dependentes das esmolas estatais;
10) Política externa: o Mercosul virou uma camisa de força ideológica, atrasando nossa abertura comercial. É preciso fechar vários acordos bilaterais, reduzir as barreiras protecionistas e mergulhar, de vez, na globalização, abandonando esse infantil ranço antiamericano.
Essa agenda faria a economia brasileira deslanchar, não tenho dúvidas. O problema é que nenhum partido chega perto de defendê-la. Todos pregam ainda mais Estado. E ainda tem gente que coloca a culpa da miséria do debate na direita!”(veja a íntegra do artigo em http://oglobo.globo.com/opiniao/uma-agenda-de-propostas-10750210#ixzz2kTRKaA5w )

Minha resposta a meu amigo:

“Brother, você é de direita né? Se isso aí em cima fosse implantado, aqui viraria um segundo EUA… só que pior, pois os EUA a educação de base é gratuita a todos. Você não prefere ser a Suécia? Financiamento privado de campanha corrompe. Indivíduos somente financiando é utopia. Sò rico financiaria, e portanto, a aliança de políticos seriam com ricos. Voto facultativo aliena os pobres do debate político e os pol´´iticos das necessidades de pobres que não votarão nele. Financiamento privado de campanha e voto facultativo nos traz o pior dos EUA pra cá.

Sobre o Bolsa família, todos os miseráveis estão nele agora.. os números não aumentarão porque a pobreza diminui. Por outro lado, mais de 2 milhões de famílias já foram excluídas, 1,5 milhão porque deixaram de precisar e 550 mil por fraudes e há saída, pois os filhos educados não perpetuam a miséria. Por outro lado o alardeado curral eleitoral já está comprovado que não existe. Pegue o mapa eleitoral da última eleição e mesmo na do segundo turno do Lula… o filho de pobre que entra em faculdade muitas vezes é influenciado pela opinião da maioria que o cerca para se sociabilizar. Em cidades muito pobres no Nordeste e em locais muito pobres de São Paulo e no Sul muitas vezes a eleição foi ganha pelo PSDB. Como se explica isso? Propaganda eleitoral e cultura local. Então esta conexão direta entra bolsas e voto não existe e nem foi provada. Uma boca de urna na época da segunda eleição do Lula coprovou que de 11 milhões de beneficiários do Bolsa Família somente 3 milhões votariam ou teriam votado no Lula!!

E sobre o Mercosul.. é melhor você ler o artigo no Blog sobre a diferença entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico e as propostas do ALCA e de tratados bilateriais… o Mercosul cresceu às vezes mais de três vezes mais rápido as transações do que o que foi experimentado com outros países.

O cara do texto é de extrema direita. Uma das reclamações dos movimentos Occupy do Chile são por mais investimentos em educação gratuita e por problemas na Previdência Privada! Na Alemnaha e França há mais de três vezes o número de servidores por habitante do que no Brasil, a Previdência é Pública, a Saúde é pública e a Educação é pública e gratuita para todos. Suécia, idem…”

Achei interessante já adiantar essas posições sobre as quais queria redigir mais pesadamente.. mas às vezes leve assim através de resposta em email é masi palatável.
Fica aqui o lançamento do Blog Perspectiva Crítica sobre esse debate, sem excluir, naturalmente futuros artigos mais específicos sobre o tema. Ah… na Alemanha e França os direitos trabalhistas são tão ou mais rígidos do que aqui e seu povo vive bem e sem a mesma proporção de miseráveis, pobres e excluídos de sistema de saúde como ocorre nos EUA. Quem compara, fica com o sistema social europeu no lugar da ilusão segregacionista e geradores de malucos dos EUA.

p.s. de 10/12/2013 – texto revisado, reorganizado visualmente e ampliado para melhor compreensão, a partir do comenbtário de Fábio Parada, publicado abaixo. Rafael é o amigo que suscitou o tema. Rodrigo Constantino é o jornalista que escreveu o artigo “Uma agenda de propostas”.

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