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Como impedir atração de dólar especulativo de curto prazo no Brasil hoje? Qual a melhor defesa do câmbio hoje?

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Pessoal, não quero ser acusado de omisso. Se eu não deixei claro até o momento, vou deixar claro o que resolveria, hoje, em caráter contundente o problema da atratividade brasileira de capital de curto prazo que prejudica nosso câmbio, nosso comércio internacional e nossa indústria: baixar os Juros Selic altíssimos em relação ao mundo.

Eu vejo os analistas de instituições financeiras dizendo que a atratividade do Brasil se deve ao bom momento econômico, que “o governo não vai querer acabar com essa atratividade”, mas nenhum diz de forma contundente, porque seria demitido pela instituição financeira em que trabalha, que se os juros brasileiros não fossem o maior (hoje li que a Rússia teria os maiores juros reais na frente do Brasil) do mundo, isso não estaria acontecendo.

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Veja: Europa, EUA e Japão, principais mercados econômicos e financeiros do mundo, praticam juros reais negativos, ou seja, se você compra título da dívida desses mercados você perde dinheiro no fim do ano. E a garantia objetiva que oferecem é uma relação dívida/pib de 120% em média!! Mas o Brasilzão, com uma relação dívida/pib em 35%, quatro vezes mais seguro do que os mercados anteriormente mencionados, paga juros reais de 4,48%!! Se você recebesse dinheiro do Banco Europeu, a 1% ao ano, você colocaria nos títulos pre-fixados no Brasil e obteria 3,38% ao ano, líquido e que não se consegue em lugar nenhum sem o risco europeu, americano e japonês?! Óbvio!

O bom da economia é que depois que vocÊ domina o básico, vê que pouca coisa foge dele. Mas para quem tem interesses, amigo, te explicar economia é muito tortuoso e difícil, porque é uma ciência muuuuiiitto complexa!! rsrsrsrsrs Para algumas coisas é mais complexa, mas para outras é muito fácil. Como vocÊ pode ver a questão do nosso juros e do nosso câmbio.

É claro que o juros não pode ser baixado da noite para o dia por causa do controle da inflação, mas temos excelente notícia! Além das contas públicas estarem ótimas, com relação dívida/pib declinante (isso é o indicativo de contas boas, tá?, mais nada), li ontem que o estoque mundial de comida aumentou, o que significa baixa de valor de grãos e comida no mundo este ano, elemento importante de baixa da inflação! E, para nossa sorte, Índia e Rússia estão com altos volumes de açúcar, o que para nós significa tendência de baixa nopreço do álcool, já que os preços internacionais do açucar devem baixar, estimulando a venda de álcool combustível. POrtanto, podemos ter comida em baixa e combustível em baixa no Brasil este ano! Aliado a contas públicas em ordem e endividamento alto das famílias, não temos pressão de consumo público ou privado, portanto, esta é a ideal configuração para baixa forte de juros e acerto de nosso gap de juros em relação ao mundo desenvolvido, do qual fazemos parte, mesmo que nos digam o contrário.

Essa é a verdade! Baixem juros selic e estes aventureiros de curto prazo que prejudicam o cÂmbio vão para outro país que pague juros reais mais alto. É impossível impedir a existência de capital especulativo, mas não é impossível administrar juros, inflação, câmbio e corrigir falsa atratividade com base em juros artifiosamente altos por causa de lobby dos bancos no Brasil.

Importante saber que em algum momneto dever-se-á voltar a discutir a remuneração da poupança, que deverá perder as amarras da indexação inflacionária que existe hoje… só assim os juros selic poderão descer de 8,5% ao ano, sem que os valores saiam de títulos da dívida brasileira e vão para a poupança. Esperamos que desta vez o PSDB não diga, junto com a mídia, que o governo quer “mexer na poupança”, pois aí o Mantega terá de mais uma vez inventar mais palhaçada sobre imposto em cima de valores e poupança superior a R$50.000,00 (cinqüenta mil reais) e outras palhaçadas mais. Foquemos no que é importante para o Brasil, por favor, articulistas econômicos!

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