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Aumento Desnecessário da Selic de 0,25% resgata gratuitamente a credibilidade dos analistas de mercado!

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Eu não acredito que o mercado levou essa. Mas é verdade. Uma oportunidade de ouro para desacreditar o mercado mais uma vez, como havia feito em julho de 2011, mas o COPOM preferiu fazer pazes com o Mercado e aumentou desnecessariamente em 0,25% o juros selic em decisão não unânime.

Desnecessário pois o aumento exigido pelo mercado é para que o Bacen persiga o centro da meta, ou seja, IPCA de 4,5% ao fim desse ano. E por isso o escândalo em prol do aumento. Também porque a cada vencimento de mês, com inflação acima do centro da meta, os investimentos em títulos do governo que poderiam ser negociados, vendidos e comprados durante o curso do prazo de vencimento dos títulos da dívida remunerados pela Selic ficam prejudicados. Só que para trazer ao centro da meta, o Bacen, segundo um analista da FGV opinou hoje no Jornal O Globo, deveria elevar o juros a 10,25%!! O que acabaria com a economia e com empregos e com o investimento que é retomado lentamente no momento.

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Ou seja, o aumento mínimo de 0,25% não trará o juros para o centro da meta e nem fará por si só a inflação descer, já que ela já caía sozinha, por outros motivos, quais seja, aumento de safra (hortifruti começam a ceder preços), queda de aquecimento econômico global e limiar de recessão para vários países importantes, baixa demanda interna geral por alto endividamento familiar.. ou seja, para quê o aumento? Para nada. Ou melhor, para dar agora a oportunidade de que a inflação, ao baixar mês a mês, possa ser creditada a baixa a esta alta mínima de juros ( o que não será verdade), resgatando gratuitamente a credibilidade dos analistas trombeteiros do apocalipse que no início do ano queriam aumento de juros por causa do “descontrole inflacionário” que tanto alardearam.

Há três meses, desde o inicio do ano, via-se que não se confirmava o taln “descontrole inflacionário”, já que, mesmo sem aumento de juros selic, o IPCA caía de janeiro para fevereiro, de fevereiro para março e cairia de março para abril. Então pra quê aumentar agora em 0,25% o IPCA?

Tudo bem. Bandeirinha branca entre Bacen e Mercado. Bonitinho. Se fosse o custo para o Mercado parar de mentir, seria até barato. Mas não é isso o que acontecerá. O Mercado sempre exigirá o centro da meta para manter retorno nas operações especulativas com os títulos do Governo e é por isso (o que não se refere diretamente o IPCA anual, nem a política de crescimento do PIB e nem a manutenção do emprego) que exigem à risca o cumprimento do centro da meta da inflação: para venderem, especularem e lucrarem com os títulos do governo durante o ano.

Importante salientar que o Mercado queria, em abril, aumento de 0,50% e em fevereiro havia quem sustentasse aumento de 1,5% na Selic (a rpórpia queda de exigência de aumento de juros no tempo demonstra que o aumento de juros não era necessário e que a inflação arrefecia). E esperava-se que mesmo que não fosse por decisão unânime, as opiniões dos oito diretores do COPOM ficassem entre o aumento de 0,25% e um de 0,50%. Mas dois diretores do Copom, dentre ele o responsável pela condução da política monetária, foram pela estabilidade do juros em 7,25%, assim como exigia o BLOG PERSPECTIVA CRÍTICA. E os outros votaram pelo aumento de 0,25%, sendo que o Comunicado ainda informa que o Bacen acompanhará com cautela o quadroda evolução inflacionária, o que significa que verá o que acontece antes de adotar outra medida igual.

Pelo menos a decisão foi por um aumento mínimo e ainda esclarecendo a postura de cautela, não indicando início de arrocho nenhum, como a Miriam Leitão errou ao dizer em sua coluna de hoje. Início de ciclo de aumento é o que o mercado quer e declaradamente para que chegue até a 10,25% no fim do ano, para trazer esse ano a meta inflacionária para 4,5%. Só que isso desconsidera o fato de que a inflação está caindo há três meses consecutivos, de que as safras estão melhorando, de que não há pressão inflacionária externa nem grande pressão inflacionária interna. O único dado que preocupa, ao meu ver, ainda, é a dispersão do índice inflacionário estar em 69%, o que é alto, mas já é abaixo de 72% de fevereiro!! Ou seja, também em queda.

Insistir em perseguir centro da meta também desconsidera os efeito para o aumento de desemprego e o desestímulo ao investimento, o qual está sendo retomado aos poucos. Então veja, perseguir o centro da meta não tem nada a ver com o real interesse de controle da inflação considerado em paralelo com manutenção de empregos e estímulo aos investimentoe crescimento do PIB brasileiro!

Então, de novo pergunto: para quê amentar a Selic em 0,25% agora?!?!

Foi um equívoco, ao meu ver, marcado pela oposição desta medida por 25% da Direção do COPOM que queria manutenção da taxa selic em 7,25%, e atacado pela FIRJAN, FIESP e CNI, naturalmente, eis que prejudica a retomada do crescimento e aumenta custos da produção, que é o que gera emprego ao País.

Foi perdida mais uma histórica oportunidade de o BACEN mostrar independência em relação ao mercado e mostrar que o mercado avalia mal e interessadamente a evolução da inflação e que pressiona sim, sempre, a favor de aumento de juros selic. Mas, quem sabe? Se havia previsão para aumentar 0,25% no segundo semestre, aumentar antes pode não ser um grande prejuízo… mas não foi, com certeza, a medida correta e compatível com os índices indicadores de baixa inflacionária prognóstica!! Até porque não se aumenta Selic para diminuir inflação passada, como pode parecer ser o objetivo do aumento atual da Selic diante da maciça motivação publicada de que a “inflação furou a meta de inflação” que todos sabem que se refere aos últimos e passados doze meses!!

Errou o Banco Central.

P.s.: Texto revisto e ampliado.

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