Pessoal, faço a análise do debate realizado ontem (02 de agosto de 2012) na Rede Bandeirantes de Televisão com cinco candidatos ao cargo de Prefeito da cidade do Rio de Janeiro. São eles: Marcelo Freixo (PSOL), Otávio Leite (PSDB), Aspásia Camargo (PV), Rodrigo Maia (DEM) e Eduardo Paes (atual Prefeito – PMDB).
O debate foi marcado por alto nível de educação, polidez, desenvoltura e conhecimento da cidade por todos os candidatos. Praticamente todos os temas importantes foram tratados: saúde, educação, transportes, meio ambiente e economia. Deu para se ter uma boa noção dos cinco candidatos. Os demais candidatos não participaram, consoante limites possíveis previstos pela Justiça Eleitoral, segundo informou a mediadora do debate.
Marcelo Freixo foi de longe o mais contundente debatedor. Demonstrou conhecimento profundo de todos os temas tratados, indicando valores, custos orçamentários, evolução dos custos orçamentários, comparando com problemas, soluções e serviços públicos de outras cidades brasileiras e do exterior. Foi, neste debate, insuperável incontestavelmente. Perguntou contundentemente questões de transporte público, saúde e educação ao Eduardo Paes mostrando com fundamento os erros do atual governo municipal.
Segundo Marcelo Freixo, em minhas palavras, o atual governo municipal do Eduardo Paes está desenvolvendo política de transporte público prejudicial à cidade calcado no sistema rodoviário, por conta de subserviência e aliança clara com as empresas de ônibus. Para Marcelo, a solução de trasnporte no Rio de janeiro, como nas maiores cidades do mundo, passa pelos trilhos e crescimento de transporte de massa através de trilhos. Transporte através de ônibus é transporte coletivo e não de massa. Segundo Marcelo Freixo, os BRTs, que são aprovados há mais de 20 anos em outras cidades no mundo, diminuem custos para as empresas de ônibus ao aumentarem a velocidade dos ônibus, só que esse benefício não foi repassado para as tarifas, o que demonstra que a política de transporte público municipal tem mais compromisso com empresas de ônibus do que com a populção. Qualquer benefício de custo não deve virar lucro para a concessionária, mas repassada ao contribuinte municipal na forma de menor tarifa.
Ainda segundo Marcelo Freixo, mesmo avisado pelo PSOL que milicianos dominavam cooperativas de vans e que deveriam ser concedidas licenças individuais e não a cooperativas para atuar no transporte alternativo, Eduardo Paes concedeu licenças a cooperativas de vans cujos gerentes e donos respondem inquéritos criminais e muitas vezes são acusados de extorquirem e ameaçarem motoristas de vans que não sejam cooperativados.
Marcelo Freixo ainda acusou o Município de pagar 9 bilhões de reais a OSs (organizações sociais) para prestarem serviço médico, proporcionando salários de 6 a 9 mil reais por médico terceirizado e condenar o médico municipal a parcos R$1.500,00, desestimulando a carreira pública de médico, assim como o faz com professores públicos. E tudo esse dinheiro gasto não repercutiu em mnelhora sensível da prestação de serviço público de saúde para a população.
Marcelo Freixo disse que o investimento em serviço público é a garantia de prestação de serviço público de qualidade à população e isso só é possível através de quadros suficientes de servidores públicos estimulados por salários e plano de cargos e salários. Disse ainda que há margem prudencial fiscal para aumento de gastos com servidores, provando haver meios e dinheiro para estimular o serviço público municipal, seja em saúde, seja na educação.
Na Educação, Marcelo disse que como na saúde está se privilegiando parcerias com OSs ao invés de incentivar os professores públicos que ganham R$1.100,00!! Nossos índices do IDEB são os piores de todo o Sudeste, Sul e Centro-Oeste. A cidade do Rio de Janeiro é a úlitma desse grupo de Regiões, ficando à frnete apenas de Municípios do Nordeste e Norte. Isso indica o erro da política atual de educação.
Marcelo Freixo acabou com Eduardo Paes que pouco pôde responder às enxurrads de informação contundente e altamente fundamentadas de Marcelo Freixo.
Otávio Leite, que reputo honesto e sério, demonstrou conhecimento e força de vontade, sugeriu investimento nos serviços públicos de educação e saúde e decretou que se eleito parará a obra de destruição da perimetral da Zona Portuária, pois acredita que o custo de R$1,5 bilhão de reais deveria ser melhor empregado em saúde, educação e outras urgências, alémd e que acredita que estar-se-á trocando engarrafamento ao ar livre por engarrafamento embaixo da terra em túnel. Pediu que acessem sua história de honestidade e compromisso público em toda a sua extensa carreira política, o que este Blog acredita que seria ótimo, pois verificarão que realmente é um bom político. Foi bem, mas ao lado de Marcelo Freixo é difícil brilhar.
Aspásia deixou recado importante e claro de que deve-se olhar para a economia para garantir atração de empresas ao Rio de Janeiro, alterar o eixo produtivo para a indústria da informação e não indústrias como a CSA ou outras mais poluentes e de impacto de geração de emprego e ambiental menos eficiente do que a indústria da informação, por exemplo. Falou em atualizar a Comlurb com diretrizes de coleta seletiva e atrair indústrias de reciclagem para gerar divisas e emprego no Município do Rio de Janeiro e não em exportar esses valores e empregos para São Paulo e Curitiba que é o que ocorre sob a administração de Eduardo Paes.
Rodrigo Maia focou claramente nas comunidades e nos servidores públicos, dizendo o que é a maior verdade de todos os tempos: sem servidor público estimulado não é possível prestar serviço público de qualidade à população. Indicou a realização de concurso público de médicos no primeiro dia de 2013. Indicou revisão de salários para médicos e professores e palno de cargos e salários. Indicou revisão de terceirização para Oss desses serviços essenciais de estado. Indicou revisão de gerenciamento das merendeiras e contrtação de nutricionistas para trabalharem com as merendeiras e garantir alimentação adequada e saudável a todas as crianças do Município em escola. Indicou sua precoce e extensa carreira política como legitimadora de sua capacidade para a cadeira de Prefeito.
Eduardo Paes, naturalmente, defendeu seu governo indicando melhorias. Poucas novidades apontou para fazer, atendo-se ao “muito mais deverá ser feito num próximo governo”. Indicou que 90% dos investimento foram realizados no subúrbio e Zona Oeste do Rio de Janeiro. Que projetos engavetados há anos foram transformados em realidade por ele, sejam novas estações de metrô, seja o BRT ou BRS, seja o rçevigoramento da área portuária. Indicou que durante seu governo a receita do Município subiu muito e o Município obteve investment grade. Defendeu sua Secretária de Educação Cláudia Costin que é uma “paulista carioca”. Que começou dando licença às cooperativas,mas depois de avaliado o problema indicado pelo Marcelo Freixo passou a dar licenças individuais.
A avaliação do BLOG é a seguinte: É grave a informação de que mesmo avisado sobre as cooperativas de vans, Eduardo Paes tenha insistido em conceder licenças às cooperativas. É grave a informação de que Organizações Sociais estão tomando o lugar de servidores públicos médicos com salários maiores, sem licitação, sem concurso público e, pior de tudo, sem melhoria de prestaçõ de serviço público de saúde á população. É grave o fato de que os custos diminuídos das empresa de ônibus com a instituição de BRTs não seja repassado em menos tarifa e transformem-se em mais lucros de empresas de ônibus. É grave a insistência em transporte público via ônibus ao invés de via trilhos. Na Rússia há doze linhas de metrô. Em Roma, nem sei contar. Em Paris é igual à Roma. Em Nova York há quatro linhas. Aqui só há duas e pífias. Isso é o compromisso com empresas de ônibus sim.
Para nós, Marcelo Freixo deu idéia clara de que sabe o que está errado e de que sabe o que fazer para termos o Rio de Janeiro dos nossos sonhos, com responsabilidade fiscal e com responsabilidade social. O debate confirmou o que o BLOG acreditava. Temos de puxar segundo turno. Temos de eleger Marcelo Freixo.