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Nota à imprensa dada pelo Colégio de São Bento sobre o incidente entre meninos de 14 e 6 anos

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Senhores, na qualidade de ex-aluno, busquei entender o fato “hollywoodiano” repercutido em manchetes Do Jornal O Globo e da Veja Rio, sem o espaço proporcional à versão da família do menino de 14 anos que teria, segundo os dizeres nos artigos em carta dos pais de um aluno de seis anos, “espancado” (que absurdo) outro aluno
de seis anos de idade.

Naturalmente a estória lida na grande mídia me chocou, mas me chamaram muito a atenção dois fatos: a similaridade com estórias de filmes norteamericanos sobre delinquência em colégios de lá e a falta do espaço à resposta do Colégio de São Bento ou da família da criança de 14 anos.

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Obtive algumas respostas, mais idôneas, menos parciais e mais críveis sobre uma brincadeira que terminou mal, no entanto muito longe da imagem apregoada nos jornais, já que a criança de seis anos encontra-se lúcida, saudável, sem traumatismo craniano, sem qualquer fratura, ao que tudo indica sem pontos e com dois galos, além de um corte ínfimo.

É triste quando o espírito jornalístico perde para o espírito comercial de venda de notícia. Explora-se a hipersensibilidade social à maciça informação sobre bullying, hoje em dia. Explora-se o sentimento natural de revolta dos pais da criança de seis anos, consoante a interpretação que fizeram dos fatos. Há a exploração da imagem de um Colégio exemplar no País, em todos os níveis. E há o desrespeito também à proteção da imagem de uma criança de 14 anos e o massacre psicológico dela e de sua família.

Este Blog abre o espaço para a versão dos fatos pelo Colégio de São Bento, pela família da criança de 14 anos, pelos pais de alunos e pelos próprios estudantes… ou seja, nada que não devesse ter sido feito antes pela imprensa irresponsável na figura exemplar do Jornal O Globo e da Revista Veja.

Com vocês, a Nota à Imprensa dada pelo Colégio de São Bento/RJ:

“Colégio de São Bento do Rio de Janeiro

Comunicado à imprensa:

A Reitoria do Colégio de São Bento reafirma a sua posição em relação ao lamentável incidente ocorrido na última quinta-feira, 26 de maio, de conduzir o caso focada nos seus princípios educacionais de formação de cidadãos na plenitude do seu potencial, cientes de seus direitos e deveres em relação a si próprios, em relação ao seu próximo, prontos para as responsabilidades da vida em sociedade, em cumprimento da missão de um Colégio cristão que vai muito além da excelência acadêmica dos seus alunos, há muito reconhecida na sociedade brasileira.

A seriedade com que a instituição tem tratado do assunto, cuidando especialmente de não expor nenhum dos menores que estão exclusivamente sob a sua responsabilidade e das devidas famílias, corresponde ao seu compromisso com todos os seus alunos, em toda e qualquer circunstância. Crianças, adolescentes e jovens devem receber de nós adultos o exemplo de uma ação explicitada com amor, mas firmeza, com coerência e justiça, para que se consolide a educação ampla que desejamos.

Portanto, qual seria a motivação de um Colégio, que está comprometido com a educação há 153 anos, em acobertar um ato violento e intencional de um aluno sabendo que ele teria causado um sério dano a outro? Com que autoridade prosseguiríamos a vida escolar diante de tamanha injustiça?

A ocorrência disciplinar que tem gerado tanto clamor na mídia, nos últimos dias, foi avaliada pelos nossos profissionais que, desde então, têm buscado, incansavelmente, esclarecer os fatos, como uma brincadeira inconsequente, sem intenção de agredir ou machucar, mas que, no entanto, acabou mal, logo, considerada uma falta grave. Felizmente, não houve sequela física grave, na criança que se machucou. A punição de suspensão que cabia para o caso foi aplicada. As famílias dos envolvidos, chamadas a participar de todo o procedimento educativo.

Expulsar um aluno, em princípio, não faz parte do nosso projeto educativo; educá-lo, sim, faz parte do nosso projeto. Nós educadores não podemos desistir de um adolescente de 14 anos ou qualquer outra idade, se não forem esgotados todos os recursos que uma escola dispõe para corrigir algum comportamento ou se redimir alguma falha, sempre trabalhando em consonância com as famílias.

Não queremos vencedores, nem perdedores. Queremos que esses momentos difíceis sejam transformados em momentos de aprendizagem.

As notícias, da forma como têm sido veiculadas, com as mais variadas versões, têm causado muita tristeza nesta comunidade beneditina que se orgulha da nossa instituição da qual faz parte como aluno ou ex-aluno. As mensagens de apoio, de solidariedade e confiança que temos recebido, infinitamente maiores do que as opiniões de crítica negativa, julgamento e censura, têm reforçado a importância desse espaço educacional.

Assim, nesses dias, em que tantas pessoas opinaram com diferentes pontos de vista, passamos uma dura lição aos nossos alunos: jamais julguem ou se posicionem, sem conhecerem a verdade dos fatos, pois todos devemos ter responsabilidade com o que fazemos e com o que dizemos.

Cabe agora aos órgãos competentes, responsáveis pela proteção à criança e ao adolescente, chegarem às suas conclusões e recomendações cabíveis.

Quanto ao Colégio de São Bento, continuará empenhado com a verdade e dedicação em formar homens de bem.

Atenciosamente,

A Reitoria”

É muito importante nós termos a noção de que a exploração do sentimento humano de justiça existe. E o apelo de uma notícia destas em relação a uma instituição secular de ensino e serviços educacionais prestados à Sociedade Carioca, Fluminense e ao País, com acesso amplo a todos, através de provas, e inclusive com distribuição de bolsas para pessoas carentes, é um excelente atrativo para venda de notícia descomprometida com a verdade e com os sentimentos das pessoas envolvidas num caso que, pelas conseqüências reais, dificilmente não passou de um evento normal entre crianças.

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