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Crítica ao artigo “Após Copom, mercado eleva previsão de inflação e Selic em 2012”, publicada no Jornal O Globo on line

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Vejam o detalhe da divulgação deste artigo: “Após o Copom, mercado eleva previsão de inflação e selic em 2012”, no Jornal Globo on line de hj, 25/07/2011. Não foi abordado que o relaório Focus previu inflação de 6,31% para este ano, ou seja, dentro da meta de 4,5% mais dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Nem muito menos isso foi o título do artigo. O título poderia ter sido: “Após Copom, mercado confirma queda de inflação mensal e previsão de fechamento da inflação anual dentro da meta”. Mas não foi esse o título.

Quero mostrar para você como o mercado foca somente a informação que alimenta a idéia de descontrole inflacionário e justifica a continuidadede aumentos de taxa de juros.

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Não há ponderação sobre o efeito desse aumento de juros cavalar sobre a produção, diminuindo abruptamente o crescimento do PIB que foi de 7,5% no ano passado para a previsão de 3,96% para esse ano. Não há a ponderação de que essa queda do pib, muito abaixo do crescimento hoje tido como ideal de 4,5%, tira empregos de brasileiros e condições de manutenção de parque industrial, tendo efeito por enquanto de facilmente verificável diminuição de pressão inflacionária e portanto, indica que o juros já está alto demais.

Mas isso tem um objetivo claro: As previsões de mercado (e as publicações da grande mídia aliada do setor financeiro) ignorarão sempre as questões positivas de queda mensal de inflação (IPCA de julho em 0,10%) e outras acima apontadas. O enfoque será sempre em cima de tudo o que seja possível de indicar aumento de inflação para aumentar taxa de juros a ser pago ao mercado pelo governo. No fim, quando a produção industrial cair mais e mais, finalmente estará minada a capacidade do País de produzir para despressionar a inflação pelo lado da oferta e então será necessário continuar com juros alto para não subir a inflação.

Entendem como o mercado financeiro pretende prender a economia brasileira? É assim, e é simples, como tudo que é genial é. Crescimento zero é bom, principalmente se enredar o País no sistema em que o juros permanece alto a ser pago à banca. Pois quando se chega no crescimento zero mantém-se número de desempregados que não pressionam salários e mantém-se a dinâmica de “controle inflacionário” de forma a que se a economia cresce, gera risco de inflação, e pede aumento de juros. Se a economia não cresce, empresas não crescem, produzem menos, gera diminuição de oferta e aumento de inflação, o que demanda aumento de juros.

Você vê agora?

Eles estão chegando lá. O crescimento de 7,5% de 2010, de pressão inflacionária ante o baixo investimento de mesmo período, já desceu a 3,93%.. a inflação mensal do IPCA foi medida para julho em 0,10%, abaixo de 0,45% focado pelo Bacen,.. mas “o mercado eleva previsão de inflação e selic em 2012”.

Não que não possa haver aumento de previsão de aumento de inflação e Selic em 2012, principalmente se em relação à previsão anterior para o mesmo período, mas isso dá a impressão de que após o Copom há controle ou descontrole inflacionário? Descontrole, claro.

É muito difícil vencer a banca e desenvolver política econômica e monetária austera com foco no cresciemento do País, da baixa de inflação, da baixa de juros e da normalidade econômico-financeira do governo e sociedade, pois eles não ganham tanto dinheiro com esta conjuntura perseguida e têm os meios de fazer valer suas intenções.

Ficamos acompanhando.

Leia mais sobre o artigo criticado em http://oglobo.globo.com/economia/mat/2011/07/25/apos-copom-mercado-eleva-previsao-de-inflacao-selic-em-2012-924969757.asp

Os dados não são ruins, são bons, mas o enfoque da grande mídia é ruim e prejudica o Brasil, ao meu ver. Não teria problema em enfocar o favorável e o desfavorável, mas alimenta-se claramente o desfavorável, mesmo que esteja em 2012, sem dar o enfoque aos resultados de controle no curto prazo, já que a médio prazo ninguém pode garantir.

O sistema também pressupõe prever mal, ou “conservadoramente”, e não se verificando a previsão, à medida em que os fatos se sucedem, ir aproximando as previsões de longo e curto prazos aos poucos, justificando ou “apagando” o erro, já que a realidade do momento é que fica mais clara na memória de quem lê.

Nós vemos. Nós publicamos.

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