Início Colunas Análise econômica Agosto/2014 – muito além das automáticas más notícias da grande...

Análise econômica Agosto/2014 – muito além das automáticas más notícias da grande mídia

740
0

Bem, senhores e senhoras, a grande mídia é obrigada a publicar fatos econômicos, vez por outra, mesmo que não queira apresentar dados positivos sobre a economia. Neste artigo vamos colocar a realidade econômica atual, sem partidarismos da grande mídia pró mercado financeiro e sem partidarismos esquerdistas. Economia é economia.

Só para variar, hoje, 27/08/2014, no Globo On Line tem várias notícias interessantes e dissonantes das costumeiras publicações da grande mídia sobre irresponsabilidade fiscal, crescimento de dívida pública, e ocaso da economia brasileira.. rsrsrs. Parece até que quiseram publicar tudo de uma vez para voltarem a pingar notícias de caos de agora em diante.. rsrsrs

- PUBLICIDADE -

Veja estas notícias:

Dívida Pública Federal recuar 1,35% em julho – acesse http://oglobo.globo.com/economia/divida-publica-federal-recua-135-em-julho-13745236

BC registra entrada em agosto de R$1,2 bilhão até 22 de agosto – Acesse http://oglobo.globo.com/economia/bc-registra-entrada-em-agosto-de-12-bilhao-ate-dia-22-13744002

Internacionalização das empresas brasileiras cresceu em 2013, diz Fundação Cabral – Acesse http://oglobo.globo.com/economia/negocios/internacionalizacao-das-empresas-brasileiras-cresceu-em-2013-diz-fundacao-dom-cabral-13742499

Observe. A dívida pública federal baixou porque há gestão da dívida pública, mesmo que os juros nababescos de 11% ao ano, totalmente desnecessários, continuem diminuindo o esforço do governo e do Banco Central em enxugar a dívida pública brasileira. Então, a despeito dos juros exorbitantes, há responsabilidade fiscal no governo. Isso contraria as principais publicações da mídia sobre o tema.

A entrada líquida de investimentos na economia em 1,2 bilhão de dólares não me parece demonstrar aversão a investimentos no Brasil ou pânico no mercado internacional contra o investimento no Brasil e me parece corroborar a manutenção do Brasil entre os maiores atratores de investimento direto estrangeiro em todo o mundo. Isso também vai contra a idéia de que a economia brasileira é mal gerida e assusta investidores.

E a internacionalização de empresas brasileiras indica que empresas brasileirasd estão bem financeiramente, pois as operações de investimentos no exterior requerem elevadíssimas somas, com preparação anterior de longo prazo e previsibilidade de gastos e receitas bastante detalhado e discutido em função do fluxo de caixa e da capacidade financeira das empresas que decidem avançar por esse tipo de operação estratégica. Isso viola as informações de que as empresas brasileiras estão em estado de mendicância e miséria diante de um caos econômico interno.. rsrsrs.

Somemos a essas informações o fato de que o IPCA mensal cai desde março de 2014. Somemos a isso que a previsão de inflação já está abaixo de 6,5%, para dezembro de 2014, pelo próprio mercado, que há uns dias atrás previu (somente agora.. rsrsrs) inflação em 6,27% em dezembro de 2014. E somemos a isso os juros selic em 11% ao ano, queda de produção e previsão do crescimetno do PIB abaixo de 1% para esse ano e queda na produção de emprego. Esses elementos indicam ou subsidiam a previsão de que os juros Selic devam aumentar?!?! Claro que não. Mas é o que o “mercado” projeta.

Bem, gente. A verdade é a seguinte, seguindo nossas coesas análises há quatro anos seguidos.

O Banco Central está fazendo o contrário do que deveria estar fazendo. Ele deveria ter equilibrado o juros básicos à solidez de nossa economia, aproveitando que os juros no mundo estão baixos para nivelar nossos juros com os níveis internacionais. Mas não. Portugal, recém-saído de estado pré-falimentar, paga 3,5% de juros básicos e nós, sólidos e e dia com nossas contas e dívidas, sem sofrer o menor abalo em nossa capacidade de pagamento pelos nossos títulos da dívida pública, pagamos 11%. Nossa relação dívida/pib é das menores dos países ricos, mas na Europa e nos EUA os juros básicos estão próximos de zero e aqui pagamnos 11%.

O Banco Central, que está seguindo a cartilha do mercado, do qual não é mais autônomo, está entregando os juros que o mercado pede e que só o Brasil paga. A pressão inflacionária não é tratada de foram real, verdadeira e profissional. Pressão de alimentos, combustível e energia elétrica porque falta chuva não pode ser compensado por aumento de juros selic que aumenta dívida pública e compete pelo dinheiro disponível em empresas para fazerem investimentos produtivos. Aumentar juros selic não aumenta chuva, oferta de alimentos ou oferta de petróleo. A pressão inflacionária de demanda deve ser combatida com aumento de depósito compulsório, como a China faz. Isso não retira dinheiro dos investimentos, não baixa taxa de investimentos e não aumenta dívida pública. Mas diminui operação e lucro de banco, então não pode fazer no Brasil.

Considerando então essa realidade de juros absurdos e incompatíveis em 11% nominais (Selic) ou 5% reais ( o maior juros reais no mundo), temos de dizer que é normal que a economia esfrie, pois o objetivo de um juros desse tamanho é esse mesmo. Aliado a isso, as famílias estão com endividamentos altos que foram incentivados pelo governo em atividades anti-cíclicas para evitar perda de empregos ao Brasil e perda de crescimento econômico do PIB. Chegamos no limite dessa política que foi boa. Teve exageros, mas não foi um movimento irresponsável, a nosso ver.

O aumento nominal da dívida pública por todos esses dez anos foi pífio em relação ao aumento da dívida pública de europeus e americanos. E nós aumentamos a dívida via injeções de bilhões de reais ao BNDES para incentivar a atividade econômica enquanto eles injetaram trilhões de dólares para salvar bancos e empresas da bancarrota e evitar o ocaso de suas economias. É muito diferente. Nós chegamos a aumentar dez por cento o valor nominal da dívida pública, mesmo baixando a relação dívida/pib todos esses anos, o que indica que o PIB cresceu mais do que a dívida e o investimento (injeções de verba pública no BNDES) foi bom e atingiu seu objetivo anti-cíclico. Os europeus e americanos tiveram aumento nominal estratosférico de sua dívida pública e também, muito pior, da relação dívida/pib de seus países. Enquanto o Brasil está com 34% de dívida líquida ou 55% de dívida bruta (somada as injeções do BNDES para turbinar a economia), europeus e americanos experimentam dívidas entre 85% e 125% (com injeções de valores que salvaram bancos e empresas da falência e que podem não voltar aos cofres públicos).  E isso é apontado como bom pela mídia para americanos e europeus, e ruim para o Brasil. Interessante e cômico até.

O que se apresenta é que a inflação está sob controle. Mais esse ano do que no ano passado. As medidas governamentais e do Bacno Central, se não foram as melhores, continuaram mantendo nosso crescimento econômico com qualidade superior ao de países como Colômbia, México, Peru (o que são esses países diante do Brasil? rsrsr) e ao de países de economia do tamanho mais assemelhado ao nosso, como EUA (nem tanto.. rsrs), Espanha, França, Alemanha e Itália. Por quê? Porque nossos bancos e empresas não estão endividados com o governo ou com títulos podres da dívida pública e nossa taxa de desemprego é menor do que de todos eles. Isso indica uma saúde melhor do Brasil, que ainda oferece Previdência Social Pública aos brasileiros e um atendimento médico público de emergência que não há em EUA, Colômbia, Peru e México. Isso é custo orçamentário. Mas mesmo assim estamos melhores. Isso é indicação de qualidade de parâmetros econômicos e sociais.

Então com inflação batendo em quase 0% no IPCA de julho e pouco mais do que isso em agosto de 2014, com famílias endividadas, com aumento nmenor do salário mínimo para os próximos anos, a tendência é de queda na inflação. Somente a falta de chuvas, crise no petróleo e quebras de safra de alimentos aliado a pouco crescimento econômico internacional é capaz de pressionar a inflação de forma contundente. Fora isso, a devolçução de aumentos de gasolina e preços administrados podem fazer uma pressão interna no próximo ano mas que pode compensar a queda da inflação pelos outros componentes. Assim, a queda da inflação pode não ser tão grande como seria sem essas compensações, mas é sorte do nosso país que pudemos criar essas compensações e que houve vontade política nesse sentido, pois isso mantém nível inflacionário mais ameno, equilibrado e não prejudica o ambiente de negócios, já que a meta inflacionária é atingida ano após ano há mais de doze anos.

A construção civil e a venda de carros também diminui. Outro item desinflacionário. E a economia internacional não dá sinais de grandes avanços. O que é desinflacionário também. A nossa produção de petróleo cresce vertiginosamente por causa do pré-sal e de mais 311 blocos concedidos no Nordeste e Norte. Então, pelo lado do petróleo, quando atingirmos a produção de 4 milhões de barris de petróleo em 2018, haverá um forte fator desinflacionário (ou deflacionário) e de grande saldo em balança comercial, hoje mais murchinha muito por causa da conta petróleo (* ver p.s. de 23/10/2014).

As perspectivas para aumento de inflação e do câmbio são pequenas em quantidade, mas existentes, em especial por conta da política monetária americana em diminuir injeção de 30 bilhões de dólares diários na economia americana (decisão recente do FED). Isso tem condão de subir o valor do dólar independente das ações do BC e do governo. É fato externo à política monetária, como clima (alimentos), chuva (energia elétrica) ou guerra no Oriente Médio que prejudica o valor do petróleo e o inflaciona, atingindo nossa economia.

Para aumentar crescimento, mantendo inflação baixa, somente com o Banco Central invertendo o que fez, ou seja, baixando juros selic, à medida em que aumenta depósito compulsório. Aí poderá deslanchar a taxa de investimento ao mesmo tempo em que se controla inflação sem aumentar dívida pública.

O horizonte está bom para inflação. Mas podia estar melhor para o investimento.

p.s.: texto revisto e ampliado.

p.s.2: Importante salientar que em fins de julho e durante agosto também houve uma devolução de auemntode preços de hotéis e passagens aéreas, com o fim da Copa. Mas a queda dos alimentos foi mais imporante e de repercussão mais dissemidnada no índice de inflação. Houve queda na inflação de serviços, o que é importantíssimo, pois era um grande problema. Então, para frente (inflação prospectiva) se não teremos mais quedas grandes de hotéis e passagens aéreas, pelo menos nada indica que teremos grandes altas de alimentos ou do setro de serviços. Possibilidades de inflação sempre há, mas não pode o Banco Central continuar a fixar juros com base em inflação possível. Isso não existe no mundo. Juros existem para influir sobre inflação efetiva. Com o argumento do “risco” e mero “risco da inflação”, as financeiras estão chantageando o Banco Central vendo inflação futura e pedindo alta interminável de juros Selic.

p.s. de 23/10/2014 – Não só neste artigo mas em outros jáavisávamos que boa parte do déficit da balança comercial de 2013 foi por causa da conta petróelo. E que isso mudaria muito desde novembro a dezembro de 2013 por causa de atuação de nove sondas e mais as que entrariam em atividade em 2014. Somente hoje houve um artigo publicado no Globo On Line que toca neste assunto de forma mais eficiente, com um atraso de meses em relação a nossas publicações. Acesse: http://oglobo.globo.com/economia/petroleo-e-energia/petroleo-pode-evitar-primeiro-deficit-da-balanca-comercial-em-14-anos-14331028

- PUBLICIDADE -

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui