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Ranking dos dez maiores juros reais do mundo, Brasil à frente. O maior roubo da história do orçamento brasileiro.

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Observe o quanto pagamos de juros reais pela dívida pública em relação aos dez que mais pagam no mundo.

1) Brasil 8,49%

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2) Rússia 4,27%

3) Colômbia 3,61%

4) Argentina 2,55%

5) China 2,30%

6) México 1,35%

7) África do Sul 1,13%

8) Índia 0,95%

9) Indonésia 0,48%

10) Malásia 0,39%

Veja a íntegra do artigo do qual retiramos essa lista em http://oglobo.globo.com/economia/mesmo-com-corte-na-selic-brasil-segue-com-maior-juro-real-do-mundo-20317330#ixzz4NeGwEwvS

Observe, isso está certo? O que é a Indonésia em relação ao Brasil? Observem que a Rússia, virtualmente em guerra, paga menos. Argentina… que decretou moratória e depois teve 90% da dívida perdoada porque não pagaria mesmo e enfrenta processos dos fundos abutres (o que é um absurdo.. mas enfim), paga muito menos. E não está na lista o Líbano, Turquia, países africanos e outros minúsculos do Caribe… como pode?

É isso aquilo para o que chamamos atenção. Enquanto os jornais publicam diuturnamente que o problema do Brasil é meramente excesso de gastos do orçamento (leia-se gastos com servidores)… não se explicita o que acontece que possa justificar esses juros reais nesse nível.

Não falam que outros países usam outras medidas menos caras ao orçamento para controlar inflação, como meramente aumentar depósito compulsório ou diminuir prazo de contratos de empréstimos ou ou obrigar os bancos a aportarem mais dinheiro próprio nas operações de crédito.

A China determina 22% de depósito compulsório a seus bancos. E libera 2%, caso o banco invista esse dinheiro em operações de longo prazo e baixo retorno, como construção de hidrelétrica e agricultura. Aqui, bancos privados recolhem 5,5% de depósito compulsório e têm total liberdade para emprestarem o que for a quem quer que seja.. põem em títulos da dívida brasileiros nababescamente pagos a 14% (com a recente baixa dos juros em 0,25% em 19/10/2016), levando 8,49% de juros reais ao ano do meu, do seu e do nosso dinheiro do orçamento público.

Enquanto isso, o Banco do Brasil financia toda a agricultura nacional.. tem enormes lucros, tem outras obrigações públicas que bancos privados não têm, e tem menores juros e menor inadimplência do que bancos privados. Mas esse banco tem que ser enxugado, como disse Temer, em menos 18 mil empregados.. mais medida para beneficiar os bancos privados contra seu interesse.

Se o Banco do Brasil é dos que mais lucram, o que ocorre com o enxugamento de 18 mil empregados? Se estivesse correta a medida, deveriam aumentar os lucros, aumentar o market share e diminuir a inadimplência do portfólio do Banco do Brasil. Mas suspeitamos que o objetivo foi minar a capacidade de trabalho do Banco do Brasil. O resultado, segundo cremos, pode ser: aumento de lucro imediato, com corte de despesas imediatas, mas perda de market share, por menos gente para executar várias ações em mercado ao mesmo tempo; e mais inadimplência, por falta de gente para analisar crédito a ser concedido em empréstimos pelo banco.

Como vemos, o Brasil é administrado para bancos. Não é administrado para você, para nós que pagamos impostos e precisamos de serviço público. E o mais criminoso desse ato é a manutenção de juros reais estratosféricos, irresponsáveis e desnecessários, dragando o orçamento público… ao que em uníssono a grande mídia diz que é culpa dos servidores públicos. Triste.

Para você ver que sempre tivemos razão, agora a grande mídia tem salpicado notícias de que é preciso baixar o juros… veja esse artigo da economista Monica de Bolle, a nova querida da mídia. Para não perder o bonde da realidade e poder voltar atrás em sua massiva publicação que pedia aumento de juros sempre (contra o que sempre nos opomos, em especial da forma como vem sendo feita há décadas no Brasil, mesmo após o plano real), a grande mídia começou agora a salpicar esse tipo de informação. Enquanto a mídia tem que tentar construir seu “turning point”, quem lê o Perspectiva Crítica já sabia qe o movimento de melhoria da economia e necessidade de diminuição de juros já tem meses e meses… ridículo.

O artigo intitula-se “Monica de Bolle: ‘Juros reais de 8,5 % estão absolutamente fora de contexto’. Acesse a íntegra em http://oglobo.globo.com/economia/monica-de-bolle-juros-reais-de-85-estao-absolutamente-fora-de-contexto-20258849

Veja o trecho que selecionamos:

“RIO – Ao lançar livro “Como matar a borboleta-azul, uma crônica da era Dilma” que explica didaticamente como a política econômica voltada para manter o crescimento levou a dois anos seguidos de recessão, matando a borboleta-azul, a economista Monica Baumgarten de Bolle, que já trabalhou no Fundo Monetário Internacional (FMI), foi professora da PUC-Rio e hoje dá aulas no School for Advanced International Studies Jonh Hopkins University e pesquisadora sênior do Peterson Institute for International, diz que já passou da hora de a taxa de juros no país cair

— Quando você olha para taxa real de juros descontada da expectativa de inflação, estamos com uma taxa de juros real em 8,5%. Uma coisa absolutamente fora de contexto para um país que está passando por uma situação que está passando.”

Não é o que falamos há meses? Dirão que somente agora isso seria possível… mentira. Qualquer economista sabe, e já perguntei a vários, que o aumento de depósito compulsório, diminuição de prazo de empréstimo e exigência de mais valor próprio dos bancos em cada operação de empréstimo gera queda de inflação sem custo para o orçamento público. Mas diminui lucros de bancos. Então, não fazem isso… tomam a medida que aumenta ainda mais lucro de nacos: aumentam-se e interpretam fatos como forem para manterem altos os juros da dívida pública. Isso pode no Brasil.

E enquanto dizem que a culpa disso tudo é de excesso de direitos trabalhistas, quando temos muito menos do que a Alemanha e França, ou de excesso de direitos previdenciários (estão alterando muitos direitos com base na legítima necessidade do limite de idade para aposentadoria), cortam tudo só no trabalhador e aposentado, mas os lucros dos bancos, ou seja, a taxa de juros da dívida pública que gera dívida de 10% do PIB não pode cair. Brasil otário. Nós, otários.

E assim seguimos, pagando os maiores juros reais da face da Terra, e cortando benefícios dos trabalhadores e aposentados, sob o argumento de que a crise é por causa do excesso de gasto público, o que somente em parte é verdade, porque ele pode ser melhorado, mas o pior foi a queda econômica mundial, a queda histórica de preços de commodities dos quais dependem nossa balança comercial e muito giro de nossa economia, bem como o horror de gastos com juros da dívida pública.

30% (trinta por cento) dos lucros de bancos no Brasil deriva de aplicação em títulos da dívida pública brasileira. Se pagássemos a segunda maior taxa do planeta, aumentando o depósito compulsório, talvez, mesmo sem usar as outras duas medidas macro prudenciais sugeridas, o orçamento brasileiro já ficasse superavitário, sem prejudicar a inflação!!!! O déficit fiscal para 2016 é avaliado em 139 bilhões de reais.. pagaremos entre 450 a 600 bilhões de reais no ano de 2016… o corte de juros sugerido (de 4,22% – quatro pontos percentuais – nos atuais 14%) geraria economia em torno de 160 bilhões de reais.

Fica com essa, leitor. É duro.

p.s.: Se você chegou até aqui, então ganhe este bônus: assista o filme “A Grande Aposta” e veja em filme como as agências de rating, governos e bancos são irresponsáveis com seu dinheiro e sua vida!!! Inclua aí a imprensa. Nós já havíamos explicado a bolha norteamericana muito antes desse filme e inclusive indicado que havia bolha imobiliária no Brasil, desde 2010. Hoje, no Brasil,  os imóveis, sem alarde e sem publicação massiva em grandes mídias, como houve quando dos aumentos de valores exorbitantes destes últimos 6 a oito anos (até 450% em alguns casos), estão baixando seus preços e já houve uma perda de entre 30% e 50% do valor médio, em todo o Brasil, em relação ao pico do valor dos imóveis na bolha imobiliária. Nós temos muito orgulho de participarmos do lado bom da mídia e te informar sempre antes, sempre o correto, sem sobressaltos, mesmo que não acertemos todos os detalhes de prognósticos econômicos em 100%… principalmente em relação ao “quando”, mas temos acertado muito, mas muito mesmo no “o quê”, “como” e no “porquê”. Realmente… o exato “quando”, somente a Deus pertence. A verdade é que o mercado, o governo, a imprensa e os bancos estão trabalhando sempre para te enganar. Nós ficaremos aqui.. sempre ao seu lado.. mostrando.. desvelando-os e te protegendo com informação de qualidade e verificável na internet.. e melhor.. constatável no tempo todos os nossos acertos porque escrevemos lá atrás e as coisas acontecem mais para a frente. Bolha imobiliária brasileira, corrupção de agências de rating, irresponsabilidade de governos em fiscalizar o mercado financeiro, como bancos influenciam no juros da dívida brasileira.. já falamos tudo isso desde 2010. Quem nos acompanha sabe e somente constata nossas análises. Nós e vocês, nossos leitores, podemos dizer ao governo, mercado financeiro, bancos, grande mídia e agências de rating… todos mentirosos: “I see you”.

p.s. de 21/10/2016 – Texto revisto e ampliado.

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