7 de setembro. 200 anos de independência. Não vá à Rua!!!!
Senhoras e senhores, em momentos da história é importante que se fale francamente e haja posicionamento firme.
Norberto Bobbio, um grande pensador italiano, sedimentou em seu texto “Razões da Intolerância”, que é possível se tolerar muito, mas não tudo. Por quê? Ele expressou que quem tolera tudo sofre de falta de princípios.
Nessa época em que a sociedade está polarizada, em que amigos brigam com amigos, em que familiares brigam entre si e os temas são sempre os mesmos (vacinação, cloroquina, direito de liberdade de expressão, mesmo quando se sugere bater ou ameaçar um Ministro do STF por ter decidido desta ou daquela forma, dentre outras coisas), ou seja, são temas trazidos por uma única pessoa, Bolsonaro, seus filhos e seus admiradores, cabe perguntar isso transformou o Brasil para melhor?
Você, depois de 32 meses de governo Bolsonaro, você sente que a sua vida melhorou? A tarefa de um político é incentivar o espírito do cidadão, trazer alento aos desalentados, trazer ambiente de negócios para os empresários sentirem vontade de investir e criar empregos, estimular o crescimento da economia, projetar o Brasil internacionalmente, obter novos tratados para aumento de negócios, renda e emprego, trazer esperança de um mundo melhor, trazer, saúde, paz e educação e desenvolvimento.
Você, depois de 32 meses de governo Bolsonaro, o que viu de realização? Houve uma pandemia. Claro. Isso atrapalhou. Mas o que foi feito para se debelar este problema? O Governo sugeriu aguardar a imunização natural de manada, que se obtém quando boa parte da manada contrai a doença. Observe, isso é deixar a mãe natureza agir. É necessário que se pague político para ele deixar a mãe natureza agir? Não.
Mas, vamos lá. Deixar a natureza agir garantiria a economia funcionando? O governo Bolsonaro acreditou que sim, mas não foi assim, porque pessoas doentes não trabalham e ainda necessitam de seus parentes de uma forma ou de outra, prejudicando a atividade de outros trabalhos, fora a psicologia dos familiares e do doente, diante de algo pouco conhecido e que mata, como vimos.
Bolsonaro e seus seguidores disseram que outras doenças matam e até o suicídio, inclusive com previsões maiores de mortes do que as que existiam para a Covid-19. Certo. Tuberculose, febre amarela, muitas outras matam. Mas nenhuma dessas doenças lota as UTIs e CTIs de hospitais públicos e privados. E com isso, por normalmente 3 semanas os acometidos de Covid-19 ocupam tais leitos e além de vários desses doentes morrerem, a sua estada prolongada na UTI impede outras cirurgias, de coração de emergência, de acidentados no trânsito, de pâncreas, de transplante de órgãos, de tudo… e outras pessoas morrem por falta dessa intervenção médica também.
Até o início da vacinação, que não contou com o apoio do governo federal, por mais que agora diga que sim, contrariando centenas de vídeos e mensagens anteriores ao acesso de todos que eram contrários à vacinação, distanciamento social e uso de máscaras, morreram em torno de 300 mil brasileiros e havia em torno de 5% da população de infectados, no período de uns 6 meses. A imunização de rebanho querida pelo Presidente da República, nesse ritmo, considerando-se que ela ocorre com 70% da população imunizada, poderia demorar mais quanto tempo? Sabemos que a transmissão ocorreria em progressão geométrica, mas vamos admitir, talvez mais dois anos? Enquanto isso, quantos morreriam de covid-19 e de falta de atendimento médico e intervenção cirúrgica? Dois milhões de brasileiros? Estamos quase em 600 mil mortes… com vacina há meses. Imaginem o caos?
Mas saiamos da parte médica. Sua vida melhorou? A inflação diminuiu? Não. O desemprego diminuiu? Você se sente seguro no seu emprego? Você tem emprego? O índice é dos maiores históricos. Quase 15 milhões de brasileiros sem emprego. Ou com subemprego. E qual a resposta do governo? Transformar a condição de subemprego em emprego tirando direitos trabalhistas.
Quando a economia voltar, você continuará sem os direitos. E durante o momento não terá mais empregos porque é crescimento econômico que cria emprego e não menos direitos. Durante o governo do PT os índices de desemprego chegaram a 5% em algumas cidades e não se perderam direitos trabalhistas. O empregador não deixou de contratar porque tinha demanda para o seu produto e ele precisou de trabalhadores. Menos direitos não gera automaticamente mais empregos.
E você, empreendedor? Recebeu o crédito prometido pelo Pronampe para manter a atividade de sua micro ou pequena empresa? Durante o período da pandemia fecharam-se em torno de 2 milhões de negócios no Brasil. Teve a MP da suspensão de contrato. Aquilo foi bom. Insuficiente, talvez você ache. Nós achamos.
Durante 32 meses o governo não foi capaz de liderar o país contra a Covid-19. Não ajudou na saúde e ainda sugeriu o pior e ainda tentou executar isso. Não ajudou a economia. Empresas fecham, pessoas não têm emprego, a inflação sobe, o dólar sobe, mesmo famílias mais ricas sequer podem viajar porque os países de destino não aceitam brasileiros por conta do caos na vacinação.
Os erros do governo são incomensuráveis e vários… em todas as frentes. Suas posições no meio ambiente geram pedidos de embargos à nossa exportação agrícola em países da Europa e EUA. Seu afastamento do Mercosul enfraquece as relações responsáveis pelo nosso terceiro maior importador e primeiro maior importador de produtos industrializados. Sua guerra ideológica com a China dificultou a chegada de vacinas aos brasileiros. Seu alinhamento automático com Donald Trump nada deixou de legado concreto. Um desastre.
E durante todo esse tempo, ao invés de resolver problemas para os brasileiros o Presidente Bolsonaro criou problemas para o capital investidor, para a geração de empregos, para o combate à maior pandemia do século, para a geração de estatísticas internas (IBGE), criou e cria diversos embates com os demais Poderes da República e ameaçou não ter eleições em 2022 se sua proposta de voto impresso não passasse no Congresso. Não passou.
É importante para você, leitor, seus familiares e amigos, verem que nesse ambiente turvo, em que há vários debates, nenhum que resolve qualquer problema imediato do Brasil, do seu bolso, do seu emprego, da sua pequena empresa, da saúde de seus familiares e amigos, nesse turbilhão de desencontros, Bolsonaro quer mais uma coisa dos brasileiros: ele quer a presença maciça da população que o apoia, em sete de setembro. E para quê?
Não há uma propaganda institucional comemorativa dos 200 anos de independência. Mas o Presidente vai a todas as formaturas de turmas de novos oficiais das Forças Armadas dizer que a pátria exige sacrifícios de nós e que seus asseclas dizerem que ele é o Chefe Supremo das Forças Armadas e tal. Há também 77 entrevistas ou aparições ou discursos do Presidente Bolsonaro no canal de televisão do Estado brasileiro. Muito mais do que qualquer presidente já o fez.
Senhores e senhoras, voltando ao início do artigo, num momento em que o ambiente está turvado, devemos nos ater aos princípios. Vamos simplificar os princípios e elencar aqueles mais populares, princípios ou aforismas. Um princípio básico é admitir que se algo não está dando certo, para quê insistir? Outro de que gosto é: fazer uma coisa da mesma forma não garante resultado diferente. Um princípio básico é o de que ninguém pode gostar mais de você do que um familiar ou um amigo. Aí pergunto: que engajamento pode merecer quem não apresenta resultado nenhum de governo e ainda consegue por todos a seu redor em pé de guerra e até familiares e amigos?
Isso é normal? Não. Ok. Agora vejamos o último pedido do Presidente e sua claque: presença maciça nas ruas em 07 de setembro.
Veja, bem, qual motivo? Comemoração dos 200 anos de independência? Não. Foi ponderado que está tendo um surto de Covid-19 na forma Delta? Não, o Presidente que conhecemos nem se deixa perturbar por isso. Ele anda sem máscara pelo Brasil, provoca aglomeração e diz que quem for atleta ou tiver boa saúde não tem que se preocupar e se tomar vacina pode virar jacaré.
Ele abandonou todos aqueles que o apoiaram desde a candidatura para a Presidência que obteve em 2019. Bebianno, abandonado e tendo prejudicado seu sustento por uma canetada rancorosa e ingrata de Bolsonaro que alterou os negócios em torno do DPVAT, morreu em depressão. Moro, o paladino da Justiça, com carta branca contra a corrupção, quando a Polícia Federal e a COAF, sob Moro, se aproximaram de um filho do Bolsonaro e de deputados governistas, foi escanteado sem pudor e saiu acusando o Presidente de tentar interferir na Polícia Federal. Mandetta, por defender o SUS, a vacinação e os testes de Covid-19, além do isolamento social com bons resultados, foi defenestrado. Havia 5 mil mortes até a saída de Mandetta, hoje são quase 600 mil. Os militares perderam agora cargos para o Centrão. O presidente disse sempre ter sido do Centrão, grupo o qual combatia em campanha. O Bolsa Família era dito como um mal do governo petista. Agora será aumentado por interesse eleitoral. Paulo Guedes é uma marionete de dar pena. Teve vários colaboradores pedindo o chapéu por não quererem participar de uma farsa liberal para não manchar suas biografias.
Mas além disso, o Presidente Bolsonaro libera ou facilita o uso de armas e acesso à munição, diminuindo instrumentos de controle pelo Exército ou Polícia Federal desse acervo. Exige liberdade de manifestação e nisso sua rede digital miliciana propala ameaças aos Ministros do Supremo, requer fechamento do Supremo Tribunal Federal e do Congresso, e revisita a história falando que a Ditadura não foi ditadura mas uma revolução libertadora.
E agora temos um contexto próximo. O Presidente tem mais de 100 pedidos de impeachment, e seu governo responde a 160 ações na Justiça, defendido pela Advocacia Geral da União. Seus embates com o Congresso e com o Judiciário somados à exposição dos crimes e omissões cometidos por si e por servidores e indicados no Ministério da Saúde no caso da pandemia geram o abandono de apoio popular, que está em torno de 22%, abandono parlamentar (está perdendo votação atrás de votação), que o aproxima da ingovernabilidade, e se ele perder a cadeira presidencial responderá por vários atos criminosos, em especial pelos crimes cometidos contra a saúde dos brasileiros.
É esse Presidente e líder que quer que você vá às ruas no dia 07 de setembro. Pastores pedem a seus fiéis tal comparecimento. Há o vídeo de um grande e admirado pastor pedindo isso a seus fiéis dizendo que acredita que teme por, em breve, não poder falar mais com liberdade em seus cultos. Não disse quem o impediria. Não disse que medida foi tomada contra ele e quem seria essa pessoa ou autoridade. Foi genérico, como o Bolsonaro e sua claque sempre são.
Agora observe, massas nas ruas servem ao Presidente de duas formas e nenhuma te beneficia. Pensando aqui em situações hipotéticas, sem dizer que essa seja a intenção do Presidente, mas as massas nas ruas poderiam servir para ele dizer que aquele grupo o legitima a tomar medidas que são queridas por pequena parcela da sociedade como fechar o Supremo Tribunal Federal ou o Congresso ou os dois. Mesmo que você não seja bolsonarista, se aparecer com a família vestido de verde e amarelo, poderia ter a sua imagem usada inadvertidamente dessa forma. Concorda?
A outra hipótese é que um comparecimento em massa nas ruas em sete de setembro se tiver, e terá, pessoas vestidas de vermelho e outras vestidas de amarelo e verde, pode gerar atritos. Não se esqueça de que os adeptos, admiradores e seguidores mais fanáticos e idólatras de Bolsonaro estarão lá. Seria difícil imaginar que ruidosamente alguns deles discutissem, ofendessem ou até agredissem alguém de vermelho?
Por outro lado, o outro grupo, de esquerda poderia ter pessoas mais fanáticas e agressivas também de seu lado e acontecer o mesmo contra alguém vestido de verde e amarelo.
O que isso seria bom para você? Nada. Mas para o Bolsonaro, em tese, numa hipótese muito distante que abordamos somente pelo dever de cuidado à democracia e à integridade física dos cidadãos de bem, poderia dar margem para, se a massa for grande de pessoas, ele chamar a intervenção das Forças Armadas por causa de um início de “conflito civil”. Com isso, também hipoteticamente, poderia decretar o fechamento e dissolução do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.
Ele tem força e apoio para isso? Não. Mas ele pode fazer isso? Achamos que pode, em tese.
Então, a Plataforma de Informação Perspectiva Crítica que tem como missão salvaguardar os interesses do cidadão e dos brasileiros, vem a público, em carta aberta, pedir para que TODO O BRASILEIRO PATRIOTA FIQUE EM CASA NESTE SETE DE SETEMBRO.
Não só por causa do problema de você e seu familiar poder ser usado como massa de manobra política com a qual você não concorda, mas porque há risco à sua integridade física e de seus familiares e amigos, assim como está ente nós a variante Delta da Covid-19.
A aglomeração de pessoas neste sete de setembro pode gerar espraiamento da doença, maior sufocamento dos leitos de UTI que já estão saturados em 95% em algumas cidades e impedir de novo a realização de várias cirurgias, como inclusive partos, emergências, cirurgias cardíacas e outras.
PROTEJA-SE, A SEUS FAMILIARES, A SEUS AMIGOS, A SEUS CIDADÃOS E A ORDEM DEMOCRÁTICA BRASILEIRA!!! NÃO VÁ ÀS RUAS NESTE 07 DE SETEMBRO!! DEMONSTRE SEU AMOR PELOS AMIGOS, FAMILIARES E SUA PÁTRIA DEIXANDO AS RUAS ABANDONADAS!!! QUE O SILÊNCIO PREENCHA TODO O BRASIL EM LUTO PELAS QUASE 600 MIL VIDAS TOMADAS PELO COVID-19! QUE ESSA DEMONSTRAÇÃO CHEGUE AO MUNDO COMO UMA PROVA DA UNIÃO E DA NOSSA FORÇA COMO POVO QUE SABE TOMAR SEUS DESTINOS NAS PRÓPRIAS MÃOS E QUE NÃO SERVE DE MASSA DE MANOBRA A QUEM QUER QUE SEJA!
PEDIDOS TAMBÉM A TODOS OS PARTIDOS POLÍTICOS QUE REPERCUTAM ESSA CARTA E ESSE PEDIDO E TRANSMITAM O APOIO AO MAIOR E MAIS IMPORTANTE “FIQUE EM CASA” DA HISTÓRIA DO BRASIL E DE TODA ESSA PANDEMIA!
FICAREMOS EM CASA PARA CUIDAR UNS DOS OUTROS. FICAREMOS EM CASA PARA RESPEITAR TODAS AS OPINIÕES POLÍTICAS. FICAREMOS E CASA POR NÃO ADMITIR CONFRONTO ENTRE BRASILEIROS. FICAREMOS EM CASA EM LUTO PELAS MORTES DESNECESSÁRIAS DE BRASILEIROS POR COVID-19 E DANDO APOIO A TODAS AS FAMÍLIAS QUE SOFRERAM E SOFREM COM ESSAS PERDAS. FICAREMOS EM CASA COMO UMA DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA NOSSA DESSA TORMENTA POLÍTICA, SOCIAL E ECONÔMICA QUE DEVERÁ PASSAR SEM MAIORES DANOS APÓS MAIS ESSE SACRIFÍCIO NOSSO NUM DOS PIORES PERÍODOS DA NOSSA HISTÓRIA. SEJAMOS FORTES COMO SEMPRE FOMOS. FIQUEMOS EM CASA.