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Revista da última quinzena – Dilma, ONU, O Globo, Educação, Economia e Imóveis

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Pessoal, estive de férias. Por isso diminuiu a produção. Não posso me desculpar, claro, pois férias são férias. Mas vou, neste momento de retomada, fazer uma breve tomada de questões que me chamaram a atenção neste período.

Críticas do Editorial do Globo às declarações de Dilma na ONU – Achei por duas vezes desagradável o Editorial do Globo neste período. A primeira vez foi quando a Dilma, ao apontar que o FED injetando bilhões de dólares por dia na economia americana, estaria criando um risco de novo tsunami monetário que prejudicaria as economias emergentes, dentre elas o Brasil. O Globo saiu em defesa das medidas norteamericanas, dizendo que pior seria se eles nada fizessem para ativar sua economia. Em uma parte pequena não se pode tirar razão deste editorial, mas pareceu que ele pouco se importou com o fato de que realmente a medida fácil e inflacionária americana não é ortodoxa, não é austera e deprecia o dólar, alavancando artificialmente a competitividade das empresas e exportações americanas, prejudicando todo o comércio mundial e o fluxo de capitais, inclusive e principalmente nos prejudicando. E em seguida, quando a Dilma resolveu abordar o tema sensibilíssimo e sério, expondo uma manobra artificial americana de aumentar a competitividade de suas empresas, e acusando nossas medidas legais de aumento de taxas de importação (aumentos de até 35% para defender a economia nacional é permitido pela OMC), mais uma vez o Globo se posicionou criticando-a em seu editorial, dizendo que este não era o Fórum apropriado para este tema. Ela também falou sobre Síria e tudo o mais, mas achei estranho o objetivo em desprestigiar a postura correta da Presidente do Brasil em defender uma perspectiva mundial que considere interesses e dificuldades do Brasil e dos emergentes. O interesse em impedir uma disseminação de boa imagem da Presidente da República para que não repercuta de alguma forma em mais votos em candidatos do PT na eleição que se aproxima não deveria ficar acima do apoio à defesa do interesse nacional.

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Abordagens do Globo à questão da educação – O Globo tem dado boa dimensão à questão da educação e evasão escolar recente. Hoje também já tangenciou a questão de remuneração do professor público. Isso é um avanço. Mas nunca há a correlação entre a remuneração do professor e a garantia de qualidade de educação. Não houve apoio à greve dos professores universitários. E nunca houve uma pesquisa comparativa entre o salário pago ao professor público no Brasil e nos EUA e Europa. O Brasil é a sexta economia mundial, mas o salário de nossos professores públicos estão comparáveis a que país nesta escala de importância econômica? 70% das universidades americanas parecem que são públicas, mas todas pagas, claro. Mas essa informaçaõ dá a dimensão de que deixar para a área privada a educação superior não é o melhor, pois os investimentos são muito altos e os riscos financeiros também. Na Europa grande parte das universidade de renome são públicas egratuitas. A questão da educação é chave e a mídia finge se importar, mas sem abordagem séria de política remuneratória do professor público em todos os níveis e enaltecimento da imagem do professor público profissional, a verdade é que a mídia não está ajudando verdadeiramente no tema.

Economia – As primeiras previsões de Mantega de que o ano de 2013 teria crescimento do PIB em 4,5% foram laureadas com notas e artigos jocosos da mídia. Agora, depois que o FMI admitiu os mesmos percentuais e o Boletim Focus teve de se curvar a estas previsões, você pode notar um certo marasmo na área de notícias econômicas. Isso é bom. O correto não é publicar um dia uma coisa e no outro algo diametralmente oposto. O correto é o acompnhamento diário dos fatos econômicos e analisar em períodos de três a seis meses os efeitos de medidas adotadas pelo governo. Ainda há torcida contra medidas do governo de controle econômico, principalmente se são medidas com menos impacto inflacionário (medidas macroiprudenciais) e medidas que não levem a aumento de juros selic (o que enriquece bancos em detrimento á divida pública brasileira). Mas a verdade é que na economia ainda estamos muito bem obrigado. Empregos são criados, apesar de ritmo menor, inflação controlada e dentro da meta inflacionária, controle/liberdade cambial dentro de parâmetros responsáveis e factíveis (daí a preocupação de Dilma com a torrente de bilhões de dólares no mercado americano, para continuar possível e tranquila a administração do câmbio no Brasil, protegendo nossa indústria… e a mídia só pensou em apoiar as medidas americanas.. interessante) e previsão de crescimento baixo este ano (1,6% do PIB, mas superior à Alemanha, França e quase todo o mundo rico) e bem maior para o ano de 2013 (4,5%), o que indica saúde econômica do país, mesmo face à estagnação global e índices de desemprego catastróficos em alguns países europeus (Espanha está com 30% de desemprego segundo útlimas notícias).

Imóveis – Recentemente houve informação de que 49% dos lançamentos residencias deste ano de 2012 ocorrerão neste último trimestre. Por que esta concentração de lançamentos? Porque o mercado parou. Lógico, as famílias brasileiras estão endividadas e grande parte de quem tinha crédito para pagar grandes somas por apartamentos e casas próprias, já pegou e está com dívidas de mais de 20 anos para serem pagas. Este mercado econômico é o de que se tem menos informação de qualidade. Espanta-me o fato de que lançamentos novos atuais ainda estão sendo feitos com base em valores estratosféricos. Em Botafogo diz-se que o valor médio de imóveis fica em 1,367 milhão. Na rua gastão baiana, entre a Lagoa e Copacabana, um prédio com três e quatro quartos está sendo erquigo pedindo-se ém torno de 3,5 milhões por apartamento. Ou seja, 1 mihão por quarto em média. Não há ônibus, não há metrô próximo. É no alto da Gastão Baiana, um lugar calmo sem dúvida. Não acompanhei a continuidade de promoções de imóveis que ocorreu no primeiro semestre de 2012. Mas estou impressionado com a continuidade de prática de valores altos em lançamentos. O investimento em imóveis, mesmo para obter aluguéis, fica sem tão boa perspectiva se feito em bases altas como as praticadas, pois o retorno do investimento diminui se a compra de imóvel é dispendiosa. Será que esses lançamentos serão feitos por valores inflados agora para fazerem novas ofertas em janeiro de 2013? Só acompanhando. Mesmo a baixa do juros selic não pode por si só validar qualquer investimento em imóveis pois a selic tem rendimento garantido, e construção de imóvel tem risco, assim como alugar imóvel também tem risco. Importante notar que há previsão para normalização da economia mundial para daqui entre três e cinco anos. Teremos de avaliar esta situação, mas a minha opinião é que a normalização da economia será um grande despressurizador do mercado imobiliário, pois o mercado acionário poderá evoluir e dar maiores rendimentos, atraindo valores e estimulando migração de capitais de outros mercados, inclusive, e talvez principalmente, do mercado imobiliário. Seguimos acompanhando. Saiba que antes da crise de 2008, a previsão para o bolsa brasileira era de alcançar entre 84  e 94 mil pontos. Hoje ainda está em 60 mil.

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