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Sobre o aumento de Selic para 8% em 29/05/2013 – prós e contras

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Quarta retrasada, dia 29/05/2013, o COPOM aumentou a Selic para 8%, ou seja, efetuou aumento de 0,50% na anterior taxa de 7,5%.

O objetivo deste Blog não é adivinhar o que o BACEN vai fazer, mas sugerir o que deve fazer, com bases objetivas e analisar a decisão tomada para entender reflexos positivos, negativos econômicos e sociais e entender para onde pretende o BC levar a economia do País.

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Para o BLOG PERSPECTIVA CRÍTICA a decisão foi errada. Errada, porque já que estava no fim do mês de maio, poderia muito bem esperar fechar o índice de inflação para ver como está justamente se comportando a inflação e somente na próxima reunião tomar uma medida melhor embasada; até porque na reunião anterior já havia ocorrido decisão de aumento da Selic de 7,25% para 7,5%.

E vejam o que ocorreu, alegando ataque à inflação, aumentou-se acima da expectativa de mercado (que já admitia aumento de meros 0,25% diante da recente informação de crescimento baixo do PIB para o segundo trimestre) e no fim de maio o índice do IPCA está a se concretizar em aparentes 0,34%!!!!! Ou seja, anualizado esse índice gera inflação abaixo do centro da meta de 4,5%. O acumulado de 12 meses será pouco superior à meta, mas e daí? A meta não é mês a mês.

Então, senhores, mostrou-se muito grave e desnecessário o aumento da Selic em 0,5%, justificado somente pelo receio do BC se achar com imagem desgastada diante do mercado, já que a mídia assim publicava a toda hora. Triste termos uma autoridade monetária que já se mostrou mais autônoma e forte e com personalidade e responsabilidade na adoção de posturas fortes e congruentes, comprovadas congruentes com o passar do tempo (julho de 2011 quando iniciou queda da Selic contra o desespero e alto brado do mercado que depois reconheceu o acerto do Banco Central), e que agora tem pique de ego.

O lado ruim da decisão é que dá a impressão de que o BACEN não tomou a decisão em informações objetivamente verificáveis, mas de forma mais subjetiva. Isto porque sabia-se que a safra diminuiria a inflação, que os EUA, Europa e o mundo todo não está pressionando externamente movimentos inflacionários, pelo contrário. Era sabido que as famílias não conseguem mais comprar, o que também é deflacionário e que os investimentos não explodiram, nem pelo governo, nem pela área privada. Então, aparentemente o que pressionava a inflação?

Somente o receio de ler artigos sobre sua imagem desgastada, aliado a receio que o aumento do dólar (isso compreensível) pressionasse a inflação, ou ainda que a diminuição muito lenta do índice de dispersão inflacionária indicasse que o melhor seria aumentar de vez os juros para debelar qualquer resitência final da inflação, pode justificar a medida de aumento.

O primeiro motivo não é desprezível, mas não é honorável, já que o BC não devce se preocupar em ser sempre aplaudido na hora em que toma uma decisão, mas deve tomar a medida melhor para controlar a inflação sem prejudicar o emprego e o crescimento tanto quanto possível. O resultado mais à frente mostraria se o BC estava certo ou não.

Os outros motivos têm algum peso de objetividade, mas são poucos em virtude de todos os demais elementos internos e externos que apontavam pressão deflacionária. E a mostra de que seria desnecessário o aumento foi a inflação do IPCA de maio em 0,34%!!! Essa é a prova do erro do BC, pois o aumento de 29/05/2013 em nada influenciou o [índice de 0,34% que terminou de ser verificado em 31 de maio, dois dias depois.

Se a decisão foi para antecipar até onde o COPOM iria apra seguirar a inflação este ano, menos pior, desde que não aumente mais nada durante o resto do ano. Aí, é algo menos pior pois antecipa o remédio amargo e potencializa a consolidação da queda inflacionária que já estava aparecendo mês a mês, desde janeiro, com um repique pequeno em abril (0,55% de IPCA).

Mas com essa decisão, o crescimento que estava fraco poderia ser piorado (apesar de sem ninguém prever, o índice de crescimento estar apontando uma melhora acima da expectativa recentemente) e a produção de emprego que está fraca poderia piorar… e a troco de quÊ? De ver a inflação baixando como já estava e como o índice de 0,34% para o IPCA de maio/2013 demonstra que já estava ocorrendo.

Mas o BC vai ganhar uns pontinhos com o mercado, mesmo, para surpresa deles mesmos. E talvez agora a mídia para de caçoar do BC, já que ele está tão sensível ao mercadinho… tadinho. Se este era o problema.. ao custo de cresciumento e de produção de emprego, talvez o BC atinja seu objetivo de ser aplaudido. Tombini pode dormir com cafuné do mercado. Garantiu também bons lucros a bancos.

No fim das contas, temos de ver como fica. Pode-se dizer ainda que com o recente aumento do dólar em todo o mundo, o aumento de juros, junto com a anulação de IOF para investimentos estrangeiros, como fez Mantega, pode atrair mais dólares e diminuir a pressão altista recente do dólar… o que mais uma vez ajuda no controle inflacionário… mas será que era preciso aumentar acima da expectativa do mercado os juros SELIC? Claro que não.

Continuamos acompanhando. Vamos ver mais à frente o que quer o BC. Ele alega focar em meta de 4,5% para esse ano (impossível ou muitíssimo difícil, a não ser ao custo de mais juros e menos crescimento e emprego) e para o ano que vem (defensável, mas que deve ser calibrado para não prejudicar crescimetno e emprego, masmo que estes venham a ser impulsionados entre 2014 e 2016 pela realização da Copa do Mundo e das Olímpiadas).

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