Os chineses são fantásticos. São fantásticos e têm um governo em que não mandam os centros financeiros internacionais. Então é muito interessante ver como atuam, pois em sua ditadura que respeita, hoje, as regras básicas de mercado, é possível ver opções de atuação muito diferentes das que ocorrem na Europa, EUA, Brasil e Japão.
Observe dois casos interessantíssimos. A China, para controlar sua inflação (esqueça que há bastante discussão aqui.. que em 2013 eles criaram o equivalente à nossa lei de responsabilidade fiscal, do ano de 2001 e muitas coisinhas diferentes por lá.. por que esquecer? Porque a grande mídia nos compara muito e diz que o crescimento chinês deve ser seguido pelo Brasil. Então, já que podemos seguir algumas coisas, vamos ver o controle da inflação e estímulo ao crédito de risco. Pelo menos antes que a grande mídia sugira que copiemos sua previdência social e leis trabalhistas.. rsrsrsrs ), usa como instrumento âncora, como todos, a taxa de juros básicos. Mas como meio de influenciar a inflação eles fizeram duas coisas: (1) adquiriram as maiores reservas de dólares do mundo (3 trilhões de dólares) para garantir que têm dinheiro para pagar suas dívida pública e legitimar o juros básicos na média internacional (2% – hj Europa e EUA pagam 0,15% e 0,25% – http://global-rates.com/ -, respectivamente, mas é exceção à média histórica por causa da crise de 2008) e (2) aumentam ou diminuem depósito compulsório.
A opção deles influencia lucratividade dos bancos que atuam na China, mas não aumenta dívida pública. Que opção interessante, não é mesmo? Tem efeito direto sobre a disponibilidade de valores na economia para o consumo, como aumento de taxa de juros também tem, mas não aumenta dívida pública. Não é fantástico? E eles são os únicos que sabem disso? Os economistas brasileiros não sabem? Tombini não sabe? Sim, todos eles sabem, mas como trabalham ou trabalharão em bancos, não podem adotar medida que não prejudica a dívida pública e altera a lucratividade de bancos. Quem paga por essa opção, como Miriam, Merval e Noblat costumam dizer (não nesse caso… rsrsrs) é o meu, o seu , o nosso dinheiro.. o contribuinte.
E agora, mais uma coisa que nunca conseguimos fazer está sendo resolvido.. por quem? França? Alemanha? Eua (não em façam rir.. ai, ai, EUA..)?!?! Não.. a solução veio da China!!!
Nossos bancos nunca quiseram fazer financiamentos de longo prazo (hidrelétircas, grandes obras de infraestrutura..) e nem a agricultura e pouqíssimo até mesmo a aquisição de casa própria. São investimentos de abixo retorno e longo prazo, com riscos que o investimento em títulos da dívida pública brasileria não têm. Então, com a moleza de altos juros públicos, sem reisco de calote, porq que eles se meteriam nesses financiamentos longos e de retorno baixo… não seria por patriotismo, claro.. não somos loucos de exigir isso deles.. e, infelizmente, nem se pode.
Então, passando por problema semelhante na China, que agora está com queda de crescimento econômcio, o que a China fez para estimular o aumento de crédito à agricultura e ao consumo? Com juros básicos normais, mesmo dentre os mais altos do mundo atual, a China baixou um decreto que determina que os bancos que excederem 30% de sua carteira de crédito em financiamento à agricultura e que esse ano de 2014 tenham 50% dos novos empréstimos destinados à agricultura, poderá ter liberação de 0,5% de depósito compulsório, o qual será usdo livremente para operaçãoes mais lucrativas (talvez investimento em títulos brasilerios, quem sabe?!!?!? rsrsrs).
Veja parte da maéria que saiu no Globo On Line de hoje:
“O BC chinês disse em um comunicado em seu website que a redução entrará em vigor a partir de 16 de junho, e que se aplicará a bancos cujos novos empréstimos ao setor agrícola no ano passado tenha ultrapassado 50% do total de novos empréstimos para 2014.”
Veja a íntegra em : http://oglobo.globo.com/economia/bc-da-china-corta-taxa-de-compulsorio-de-alguns-bancos-em-05-ponto-percentual-1-12771706#ixzz349tryLBF
E nós, o que fazemos? Sempre dentro de uma esportiva, conversando com os onze maiores bancos, obtivemos, através de Mantega (e nunca antes.. rsrsrs), uma fórmula que eles entenderam interessante para financiar grandes obras.. mas o resultado é menos rápido, menos maciço… e ninguém falou aqui em financiar a agricultura!!!
Nós achamos genial o méodo de controle de inflação e estímulo ao crédito de risco através do estímulo financeiro de troca: financiou agriculutra e grandes obras, ganhou menos depóstio compulsório. Claro que para isso teríamos de acumular mais reservas externas (apesar de que o que temos ser superior à nossa dívida pública externa atual.. diga-se de passagem..), alinhar juros básicos à média histórica internacional (sem causar inflação), e aumentar depóstio compulsório, para que a queda dele tivesse significado de bônus apra nossos bancos. Isso tudo, digo, claro, de forma responsável, em tempo adequado, de forma não draconiana, e garantindo uma boa luccratividade dos nossos bancos, mesmo que as medidas acabem pressionando a que tivessem lcuros mais compatíveis com o mercado internacional… rsrsrsrs
Mas, por enquanto… fiquemos com nosso esqueminha ótimo para bancos e ruim para dívida pública e para contribuintes: reservas razoáveis, juros altos, depósito compulsário baixo e imutável, com preço alto para a dívida pública e para o bolso do contribuinte, sem termos mesma controle de inflação e dívida pública que a chinesa e nem mesmo os estímulos para a maior participaçaõ do mercado financeiro em setores essescais ao País mas que exigem longo prazo e baixo retorno: agricultura e obras de infraestrutura. Deixemos, como sempre foi, o financiamento da moradia pela CEF (75% do mercado) e Banco do Brasil (15%), com 10% para todos os demais 600 bancos brasilerios. Deixemos a infraestrutura com o BNDES exclusivamente. E deixemos a agricultura com o Banco do Brasil, exclusivamente. Pelo manos, claro, até suas privatizações, quando deveremos obter esses valores a juros estratosféricos dos bancos estrangeiros, naturalmente…
Isso não é publicado na mídia de mercado, não é mesmo?
p.s. de 09/06/2014 – corrigidas as taxas de juros americana e européia ( de “05% e 0,75%” para 0,15% e 0,25%, respectivamente) e o corte do compulsório chinês que será de 0,5% e não 5%.