Pessoal, eu não disse que George Vidor era o cara no Jornal O Globo?
Leiam a coluna dele, intitulada “Sem dor de cabeça”, publicada no Jornal O Globo de 14/03/2011, na página 17 e quem lê e acompanha esse blog não verá qualquer novidade a não ser o fato de que a opinião de um excelente e técnico economista e jornalista, inclusive do Jornal O Globo, segue em mesmíssimo sentido com o que dizemos aqui desde 2010!!
Continuidade de aumento de política de juros, com EUA e EUROPA com juros próximos a zero é burrice!! Alteração de parâmetros do Banco Central, considerando situação externa e características específicas de nossa atual economia são salutares.
Veja este trecho da coluna: ” O Banco Central está cheio de razão ao não recorrer mais a um choque de juros para derrubar a inflação. A economia brasileira tem hoje uma dinâmica diferente daquela que se observava na década de 90″.
Não é o que dizemos aqui?!?! Fico feliz, pelo Jornal O Globo e a bem da busca da verdade e do coroamento de quem é técnico que o jornalista George Vidor esteja ganhando espaço no Jornal O Globo. Suas colunas estão mais constantes em 2011.
Não deixem de ler este jornalista econômico. Junto com Mauro Santayana (mais política), do Jornal do Brasil e Alon Feuerker e Antonio Machado do Jornal do Commercio (jornalistas econômicos e políticos), vocÊs estarão excelentemente bem informados em termos de economia. Eles realmente sabem o que dizem e não mudam argumentos consoante o mercado, como praticamente a Miriam e o Sardenberg fazem. A autonomia crítica desses mestres que sugiro é total, você concorde ou não, e concorde o mercado ou não com suas conclusões.
O mercado financeiro sempre quererá aumento de juros, pois ganha dinheiro com isso. Não lhe interessa aumento de dívida pública por princípio. Tudo é útil para justificar as medidas que possam garantir mais lucros aos bancos. E eu entendo. Eles são pagos para isso. O que não pode é jornalista econômico meramente repetir o mercado sem crítica, pois sua função não é corroborar o mercado, mas apontar incongruências, assim como aplaudir análises e atos certos do governo e mercado, quando houver.
Vidor ainda faz uma análise de nossa menor dependência do petróleo e sua flutuação internacional, assim como nossa maior independência de choques no câmbio, motivos suficientes para arrefecerem os impactos inflacionários futuros negativos da crise no Oriente Médio e da desvalorização do dólar. Ainda disse que o impacto dos gastos do governo no PIB é de 20% do total de gastos na economia (excelente e fundamental informação para avaliação da diminuição ou aumento de gastos/investimentos do governo sobre a inflação). E não posso nem discordar totalmente quando ele diz que diminuição dos gastos do governo podem ser uma saída no lugar de aumento de juros, mas pensei que ele fosse falar mais das medidas macroprudenciais (diminuição de prazos de empréstimos, aumento e compulsório dos bancos e de exigÊncia de capital próprio dos bancos em cada operação de empréstimo).
Mas tudo bem não é gente? Alguém de peso e realmente técnico em economia nos acompanha na análise econômica… queremos mais o quê?
Abraços.