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Ação do BC fortalece tese de bolha de preços em imóveis e na economia em geral

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A Miriam Leitão comenta na coluna de hoje do Jornal O Globo, pg. 34, que “o Banco Central deu claros sinais ontem de que teme o risco de formação de bolhas pelo excesso de crescimento de crédito”. O BC aumentou o compulsório dos bancos, retirando 61 bilhões de reais do mercado, o que equivale a retirar, hoje, uns 500 bilhões em potencial empréstimo já que bancos precisam ter R$16,5 para cada R$100,00 (ou seja 16,5%) que emprestam. Além disso, a garantia de empréstimo exigida pelo BC aos bancos, como mencionado é agora de 16,5% e antes era de 11%. Diminuindo potendcial de empréstimo mais uma vez e por fim dá impressão de aumento de juros breve, o que esfria toda a economia.

Alguns dados que ela passa são ótimos e interessantes. A relação crédito/PIB no Brasil subiu de 25% no Governo Lula para 47%. Nos países desenvolvidos, o que ela não informou especificamente apesar de dar a entender, esses índices chegam a 70% e até 100%. Mas, ela bem coloca que lá os juros são muito menores e esse turbinamento de crédito fica menos pesado para os tomadores de empréstimo.

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Mas o importante é perceber-se que, primeiramente, o perfil do País em relação ao crédito, sob o Governo Lula, também avançou em direção à aproximação dos países desenvolvidos. O que é ótimo. E em segundo lugar, e objeto deste artigo, os níveis ainda não são tão elevados em comparação ao tamanho de nossa economia e em relação aos demais países ricos, e o BC está atuando antecipadamente para impedir bolhas de crédito, o que, portanto. evidencia que não há, ainda, bolhas de crédito!!

Veja este trecho da mesma coluna a confimar a atual inexistÊncia de bolhas (durante toda a culna a discussão era sobre bolhas de crédito):

“O economista Carlos Thadeu Freitas da Confederação Nacional disse que já esperava um anúncio assim.
– As medidas já eram esperadas porque o Acordo da Basiléia (Basiléia é a cidade suíça onde são realizados os acordos sobre regras financeiras mundiais – este foi o terceiro acordo, estimulado pela crise de 2008 com sub-prime – grifo meu) está exigindo regras macroprudenciais de todos os países para evitar bolhas. No Brasil ainda nao temos sinais de bolhas, mas a decisão é bem-vinda porque se o ritmo de concessão de crédito continuasse forte, poderíamos ter problemas no futuro.”

Observem: porque não temos bolha de crédito não significa que a população não está com endividamento crescente e que não haja, como há especialmente no mercado de imóveis nas capitais brasileiras, bolha de preço.

É o que eu disse, o crédito no Brasil ainda está concedido em bases reais da capacidade de pagamento, mas pelas facilidades todas durante 2009 e 2010, para proteger a economia de sofrer com a crise mundial de 2008/2010, aqueceu-se a economia, muitos se endividam e poderia, se continuasse tudo igual, vir uma crise de crédito, em que crédito é dado em bases irreais de capacidade de pagamento.

Como não é isso o que aconteceu até agora, não há bolha de crédito. Aumento de crédito não é bolha. Bolha é o que cresce de foram irreal, sem sustento. Mas se há bolha no mercado imobiliário, não sendo de crédito, somente pode ser de preço, como sempre sustentei.

Agora, uma notícia que a Miriam informou na mesma coluna é preocupante:

“Há financeiras fazendo anúncios oferecendo dinheiro para quem está “negativado” no mercado, e até para quem já estourou seu limite no consignado. Excessos assim são o primeiro passo para a formação do subprime.”

Perfeito. Concordo inteiramente com ela. Se as financeiras passarem a emprestar para pessoas sem capaciade de pagamento e repassarem esses títulos, estará se iniciando a bolha de crédito. Isso é o que tem de ser proibido. A bolha de preço só prejudica quem comprou mal. A bolha de crédito põe em risco a saúde financeira de bancos e empresas e tem que ser resgatada pelo Estado, no final das contas, para evitar colapso, gerando aumento de dívida pública, corte de investimentos públicos e até corte de salários de servidores públicos e aposentados ou mesmo de cargos públicos. Isso decresce a economia e aumenta desemprego, ou seja, entraríamos na situação dos EUA e Europa hoje.

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