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A primeira Nota à Imprensa do Colégio de São Bento

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Apresento a vocês a primeira Nota à Imprensa dada pelo Colégio de São Bento, no calor dos fatos, somente para vocês terem a noção de que foi dada importância ao fato, houve a notícia do acompanhamento interno da questão, houve a informação de medidas adotadas e houve atenção à imprensa. Entretanto, parece que explorar os sentimentos das famílias envolvidas, a hipersensibilidade social atual a “bullying”, e a imagem de uma instituição educativa do nível do Colégio de São Bento e incitar a rotulação dos fatos ocorridos tem mais apelo comercial do que o compromisso com a verdade e com o direito ao contraditório.

A seguir, a primeira Nota à Imprensa:

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“NOTA DA REITORIA DO COLÉGIO DE SÃO BENTO DO RIO DE JANEIRO

Rio de Janeiro, 30 de maio de 2011.

‘Ainda que eu falasse línguas, as dos homens e a dos anjos,
se eu não tivesse a caridade, seria como bronze que soa ou como címbalo que tine.
Ainda que tivesse o dom da profecia,
o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência,
Ainda que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas,
se não tivesse a caridade, nada seria.
Ainda que distribuísse todos os meus bens aos famintos,
ainda que entregasse meu corpo às chamas,
se não tivesse a caridade, isso nada me adiantaria.
A caridade é paciente, a caridade é prestativa, não é invejosa,
não se ostenta, não se incha de orgulho.
Nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse,
Não se irrita, não guarda rancor.
Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade.
Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
A caridade jamais passará.
Quanto às profecias, desaparecerão.
Quanto às línguas, cessarão.
Quanto à ciência, também desaparecerá.
Pois o nosso conhecimento é limitado, e limitada é a nossa profecia.
Mas, quando vier a perfeição, o que é limitado desaparecerá.
Quando era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança.
Depois que me tornei homem, fiz desaparecer o que era próprio da criança.
Agora vemos em espelho e de maneira confusa,
Mas, depois, veremos face a face.
Agora meu conhecimento é limitado, mas, depois, conhecerei como sou conhecido.
Agora, portanto, permanecem fé, esperança e caridade, essas três coisas.
A maior delas, porém, é a caridade.’
(1ª Carta de São Paulo aos Coríntios – 13 – 1,13)

Com referência ao acontecido nesta última quinta-feira, envolvendo aluno do 1o ano do Ensino Fundamental I e aluno da 1a série do Ensino Médio, resultando num acidente considerado grave em que o primeiro sofreu ferimentos devido a uma suposta “brincadeira” do segundo, a Reitoria do CSB, ouvida toda a sua equipe de supervisão e coordenação, divulga a presente nota expressando sua avaliação e decisão relativas ao fato citado:

1 – O CSB se posiciona em total e inquestionável solidariedade aos pais do aluno acidentado. Esta solidariedade não se restringe somente no partilhar o sentimento do qual estes responsáveis devem estar tomados, mas se concretiza no total apoio ao atendimento do aluno quanto aos desdobramentos que o acidente possa exigir, sob o ponto de vista médico.

2 – A avaliação do CSB sobre o incidente levou, num primeiro momento, à decisão educativa de advertir o aluno causador do acidente e aplicar a sansão educativa de suspensão, prevista em nosso Regimento escolar. Continuaremos acompanhando o caso nos desdobramentos que vierem a ocorrer.

3 – Com a mesma total e inquestionável ênfase, a instituição se posiciona em repúdio ao encaminhamento que está sendo dado ao acontecimento, por parte de quem quer que seja, atribuindo ao aluno responsabilizado pelo fato adjetivações que só se pode atribuir a adultos que cometam crimes e, mesmo assim, com as evidências que qualquer sociedade legalmente civilizada exige.

4 – Os posicionamentos de algumas pessoas que chegaram ao nosso conhecimento são de nível lamentável, tão violento quanto pode ter sido o acidente, colocando a questão, indiscutivelmente grave, no nível policial e exigindo que uma instituição educacional tome medidas como se fosse um distrito policial ou um tribunal. Mais ainda, tomando posicionamento e definindo decisões sem que o fato seja conhecido em toda a sua dimensão.

5 – Chega-se ao limite de lançar sobre a instituição a dúvida sobre a avaliação que todos aqueles que trabalharam e trabalham com o aluno causador do acidente têm em relação a este aluno – considerado um aluno de bom comportamento, sem registro de qualquer notificação que possa levá-lo a merecer esse tipo de julgamento público pelo qual está passando. Uma coisa é ser responsável por um acidente, sobre o qual responderá dentro das regras educacionais que qualquer instituição educacional possui, outra coisa é ser adjetivado como se fosse um criminoso, “marginal, delinquente, monstro” … e outros termos que repudiamos com a mesma ênfase como compreendemos a inquestionável reação dos responsáveis do aluno vitimado no incidente.

6 – Repudiamos, com a mesma ênfase com que nos solidarizamos com o aluno e sua família, qualquer atitude desavisada ou que extrapole o âmbito educacional que qualquer um tome em relação ao fato em questão.

7 – Se o caminho for algum que ultrapasse medidas educacionais (este é o nosso exclusivo papel) a instituição repassará ao seu corpo jurídico o acompanhamento que se fizer necessário. Assuntos jurídicos são competência do corpo jurídico.

8 – Somos uma instituição secular, com um nome reconhecido até internacionalmente, uma instituição educacional e, em hipótese alguma, repetimos, uma delegacia de polícia ou um tribunal. Portanto, só admitimos, sob qualquer hipótese, avaliar este e qualquer outro incidente que ocorra dentro do espaço escolar, baseando-nos numa visão educacional, sob critérios educacionais.

9 – Somos uma instituição educacional de caráter particular privado e, portanto, aqueles que nos procuram para matricular seus filhos devem, antes, conhecer nossa proposta pedagógica, nosso regimento escolar que são de exclusiva autoria e responsabilidade da instituição. Cabe, portanto, única e exclusivamente, à Reitoria do Colégio de São Bento deliberar sobre todo o funcionamento deste estabelecimento de ensino sob sua responsabilidade. Aqueles que nos procuram, há 153 anos, para matricular seus filhos o fazem com a inteira liberdade de escolha e, sem dúvida, levados pelo nome, tradição e reconhecimento da competência que esta instituição tem junto à sociedade carioca e brasileira. Assim como será da total liberdade de cada um, manter ou não os seus filhos aqui matriculados.

10 – Com esta nota, comunicamos a quem interessar, o posicionamento oficial e definitivo desta instituição sobre este e quaisquer outros fatos que ocorram dentro do espaço escolar do Colégio de São Bento do Rio de Janeiro.

A Reitoria “

O Blog Perspectiva Crítica e eu, ex-aluno do Colégio de São Bento, apoiamos incondicionalmente o Colégio de São Bento e as crianças e respectivas famílias envolvidas neste absurdo exploratório mercantil midiático.

Reputo nobre, altamente profissional e não surpreendente (para quem conhece o Colégio de São Bento) a forma como o Colégio de São Bento vem lidando com a questão sem ceder em seus compromissos com os alunos envolvidos e as famílias envolvidas nas questões. É muito difícil, ante o ataque indiscriminado e desproporcional da imprensa ao fato em questão, na sociedade atual sedenta por estórias dramáticas de injustiças, estórias estas sempre entregues pela imprensa ávida por vendê-las, que a instituição não se dobre ao clamor público e prejudique a educação e o senso de justiça do menino acusado de agressão.

Fico impressionado como é desprestigiada toda a informação obtida in loco pela instituição de ensino séria como é o caso, e dar-se total e cega razão a uma versão dada pelos pais da criança ferida, naturalmente envolvidos emocionalmente na avaliação dos fatos contados por uma criança de seis anos, e que, após avaliação serena, evidencia-se em total desproporção com as consequências reais físicas da criança agredida.

Afinal, quem sabe mais sobre os fatos? Quem estava no local e chamou os pais para atender prontamente seu filho acidentado, a imprensa ou os pais da criança acidentada que não estavam no local no momento do evento?

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