Gente, fico muito satisfeito com as informações publicadas em artigo no Glono On Line de hoje, 19/12/2011, intitulado “Ferrovias brasileiras precisam de investimentos de R$ 151,3 bilhões” Acesse: http://oglobo.globo.com/economia/ferrovias-brasileiras-precisam-de-investimentos-de-1513-bilhoes-3452575
Os investimentos noticiados ali são muito interessantes e mostram uma grande melhora deste modal, essencial para escoar produtos do interior do Brasil, mas aquilo tudo não cria algo importantíssimo e totalmente ignorado em nosso País: o transport de pessoas.
Enquanto na Europa você tem as ferrovias como a principal modalidade de transporte de pessoas a médias distâncias, no Brasil isso é totalmente impensável. E isto é uma grave deficiência brasileira que não encontra eco em nenhuma cidade ou Estado do Brasil na dimensão que da importância que o caso tem. O lobby das empresas de ônibus e das montadoras de carros é muito grande. Mas deve ser cambatido a bem de todos.
O crescimento do transporte ferroviário para transporte de pessoas aproximaria todo o País, que fica hoje dependente de serviços aeroviários insuficientes, democratizaria o direito de transporte por todo o País, hoje ao alcance mais de ricos e classe média (rodoviário e avião), alavancaria um setor produtivo fantástico (produção de linhas ferroviárias, de trens e peças), criaria concorrência com o transporte aéreo e rodoviário a bem do consumidor e eficiência econômica, e ainda teria o condão de diminuir tráfego de carros nas grandes cidades, melhorando a qualidade de vida nas cidades e diminuindo o prazo de deslocamento, faciliantod o acesso de milhões de pessoas a mais e mais empregos oferecidos não tão perto de sua moradia.
Hoje vivemos um apartheid de transporte: ricos usam carros e aviões (principalmente têm direito a usar seus carros) e pobres ficam renegados a ônibus e trens precários e sem horário regular ou fiscalizado.
Temos de quebrar este paradigma. Trens deveriam ser a primeira opção de todos para deslocamentos dentro da cidade e de médias distâncias, independente da classe social que integrasse, asim como o é na Europa. O mesmo a se dizer de ônibus. Os carros deveriam ser opção de transporte mais de lazer ou se fosse utilizado para o trabalho, com uma eficiente malha ferroviária não se teria o nó no trânsito dentro das cidades e nas grandes vias rodoviárias que se vê hoje em dia.
Já ouvi a Dilma falar neste sentido, mas além de investimentos privados e estatais insuficientes para crescimento de malha ferroviária, estes mesmos investimentos são quase exclusivamente destinados ao escoamento de produção e pouquíssimo se fala sobre investimento em trens, vlts e metrô para garantir a publicização e a generalização do acesso a esse meio mais barato de transporte ao cidadão.
Ficamos no aguardo de seriedade e compromisso com o interesse público nesta área.