Depois da companhia de George Vidor, temos agora a companhia de José Coutinho, diretor para a América Latina da Moodys.com, de que há forte componente externo na inflação apresentada pelo Brasil e que contra isso o BC nada pode fazer, sob pena de sacrificar sem sentido crescimento econômico.
Transcrevo sua opinião publicada no Jornal O Globo de hoje, 17/03/2011, na pg. 23, ao fim do artigo intitulado “Analistas não veem alívio para a inflação no Brasil”:
“O mercado precisa reconhecer que a inflação no Brasil tem um importante componente importado dos mercados internacionais de commodities. O BC não pode fazer nada contra esse tipo de inflação. Com restrição monetária agressiva, o BC afeta o crescimento desnecessariamente”
Bem, bem, bem… EXATAMENTE OS TERMOS DA NOSSA ANÁLISE NO ARTIGO “Novas medidas apoiadas pelo Blob” no endereço http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/03/novas-medidas-do-bc-apoiadas-pelo-blog.html e em mesmo sentido de nossa análise sobre a inflação de janeiro de 2011 (5,99%) e da inflação final do ano de 2010, avaliada em 5,6%, no artigo anterior publicado em fevereiro intitulado “Sobre a inflação de 5,99% em janeiro de 2011: inflação de deamanda x inflação de oferta” no endereço http://perspectivakritica.blogspot.com/2011/02/sobre-inflacao-de-599-em-janeiro-de.html
Senhores, vocês tiveram acesso à informação publicada pelo George Vidor e pelo Diretor da Moodys para a América Latina com um mês de antecedência. É porque o mercado não sabia? É porque os jornalistas econômicos do Globo (exceto o George Vidor que é sério) não sabiam? Não. É porque eu falei a verdade e não tenho interesse em repetir o mercado, o qual, por sua vez, não tem interesse em outra coisa que não seja argumentos para aumento de juros públicos.
O correto é adotar aprofundamento de medidas macroprudenciais, porque elas, tanto quanto o juros Selic, atacam a inflação de demanda, mas não atacam a parte saudável da economia, o que, hoje, aconteceria com mais aumento de juros. É claro que a adoção dessas medidas macroprudencias não fazem efeito imediato. Mas aumento de juros básico também só surte efeito real na economia depois de 6 meses.
O ideal seria que com os conhecimentos que o mercado, o BC e os economistas possuem hoje, pudéssemos chegar em uma descamação da inflação em tal nível que pudéssemos atribuir percentuais de importância às diversas causas inflacionárias (hoje já temos isso de forma parcial) e que fosse estudado e admitido que para cada causa ou mix de causas deveriam ser adotadas medidas contendoras da inflação que atacassem somente aquela causa evidente, sem prejudicar a economia no que permaneça saudável. É estudar a relação de causa inflacionária, descamação e atribuição de importância aliada à adoção de medidas cada vez mais pontuais para diminuir ao máximo os efeitos colaterais econômicos de medidas de contenção de inflação.
Aumento de juros públicos (Selic)é antibiótico pesado, e antibiótico pesado não se usa para qualquer doença, sob pena de se extirpar o mal mas também comprometer as partes saudáveis do corpo. Aumento de juros para qualquer coisa, sem considerar os efeitos colaterias econômicos é fácil… e é burro.
Fica aqui a sugestão para graduandos, pós-graduandos, mestrandos e doutorandos.